Colunas


Um lugar desconhecido


As eleições não finalizam a Democracia. É o recurso segundo o qual os políticos ficam, por certo tempo, vulneráveis ao eleitor. E, de seu lado, os eleitores se tornam poderosos e capazes de promover mudanças. O período eleitoral, em países onde não há a cultura da cidadania [considerar como princípio, como primeiro, os direitos e deveres das pessoas às quais os eleitos devem representar e servir] é uma conjunção de promessas inauditas, sem cor, sem sabor, sem cheiro. O Surrealismo Político [desprezo pelo sistema lógico de reflexões pela elevação do inconsciente e do irracional, dos sonhos hiperbólicos e dos estados mórbidos – André Breton] é a expressão do convívio eleitoral: promessas e imagens para colher votos dos poderosos eleitores em condição servil.

Diferente das Monarquias e das Ditaduras, as eleições provocam as tensões entre os concorrentes e permitem distinções entre candidatos. O equilíbrio do eleitor seria a métrica da régua que mede a cidadania. Para tudo isso, o eleitor e as eleições requerem Independência e Liberdade para sua existência. É necessário desfazer os nós do sistema eleitoral.

Partidos Políticos no Brasil são entidades privadas com financiamento público e privado [indivíduos podem fazer doações], com gestão privada e quase sem controle e fiscalização, com donos e que fazem suas próprias regras. Os partidos condicionam as possibilidades de candidaturas ao regime de controle centralizado. Não é fácil ser candidato se não estiver na cúpula. O processo de escolha dos candidatos revela um arranjo de interesses de poucos.

Os eleitores são envolvidos em sequências cinematográficas que os faz esquecer o que nunca tiveram: cidadania. Por não perceberem seus próprios direitos e seu poder, acabam convertendo ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Diferente das Monarquias e das Ditaduras, as eleições provocam as tensões entre os concorrentes e permitem distinções entre candidatos. O equilíbrio do eleitor seria a métrica da régua que mede a cidadania. Para tudo isso, o eleitor e as eleições requerem Independência e Liberdade para sua existência. É necessário desfazer os nós do sistema eleitoral.

Partidos Políticos no Brasil são entidades privadas com financiamento público e privado [indivíduos podem fazer doações], com gestão privada e quase sem controle e fiscalização, com donos e que fazem suas próprias regras. Os partidos condicionam as possibilidades de candidaturas ao regime de controle centralizado. Não é fácil ser candidato se não estiver na cúpula. O processo de escolha dos candidatos revela um arranjo de interesses de poucos.

Os eleitores são envolvidos em sequências cinematográficas que os faz esquecer o que nunca tiveram: cidadania. Por não perceberem seus próprios direitos e seu poder, acabam convertendo o caminho do voto como uma ida ao estádio de futebol: são torcedores de expectativas. Passam a desejar o pertencimento à equipe, a se integrarem emocionalmente aos riscos do surrealismo Político e seus volumes de “guerra” e “combate”.

Ao invés de defenderem princípios e votar em caminhos de cidadania, passam a agir pelo confronto que o esporte político provoca. O juiz, por certo, estará errado caso “meu” time se veja em desvantagem; ou o técnico será o responsável pela má conduta; ou o “atacante” será responsabilizado pelo mal desempenho em algum confronto direto ou entrevista. Sempre que se defende pessoas e se escanteiam os princípios, a arrogância aparece, a estupidez boia, a emoção mente para sobreviver, e a realidade é uma criação de insanidades.

A forma e o conteúdo das reações a pesquisas, a manipulação da realidade com robôs e fake News [mentiras fabricadas em volume e intensidade], a vontade que o campeonato possa gerar no torcedor o sentimento de vitória e grandeza pessoal, formam a propulsão contaminada de desfaçatez aos princípios e afogamento da realidade. Vencer o adversário não é obter cidadania, apenas derrotar alguém.

Voto é uma conquista de cidadania eleitoral, mas não é em si A Democracia. Sem os princípios de cidadania, ao se esquecer as cenas que serão necessárias no futuro, e ao deixar de lado que o jogador é o eleitor e não o candidato, eleições viram uma festa no céu. Aos eleitores, após o voto, sobrarão a condição de refém de promessas e migalhas de seiscentos reais. Cidadania ficará em algum lugar desconhecido, não visitado!


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

No réveillon, você é do time que…



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

Novo licenciamento ambiental é desregulação e pode chegar ao STF, diz presidente do Ibama

PREOCUPAÇÃO AMBIENTAL

Novo licenciamento ambiental é desregulação e pode chegar ao STF, diz presidente do Ibama

"Tudo desemboca na CVM, que não tem feito seu trabalho”, diz advogada

Banco Master

"Tudo desemboca na CVM, que não tem feito seu trabalho”, diz advogada

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

GARIMPO

Sonhos, ouro e a dura realidade das mulheres no garimpo ilegal do Sararé

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas

A cada 5 litros, 2 no ralo

Desperdício no Brasil deixa de abastecer 50 milhões de pessoas



Colunistas

Manutenção da BR 101 tá feia

JotaCê

Manutenção da BR 101 tá feia

Mayday, Mayday

Coluna Esplanada

Mayday, Mayday

Relatório de Amin no Senado é previsível

Coluna Acontece SC

Relatório de Amin no Senado é previsível

Mutirão da Cidadania para pessoas em situação de rua em Itajaí

Charge do Dia

Mutirão da Cidadania para pessoas em situação de rua em Itajaí

Aumento da Fiscalização Tributária no Aluguel de Temporada

De Olho no Fisco

Aumento da Fiscalização Tributária no Aluguel de Temporada




Blogs

Quando a arte renova o mundo: "A Bolha", de Maitê Dallagnolo

VersoLuz

Quando a arte renova o mundo: "A Bolha", de Maitê Dallagnolo

Amin é o relator do PL da Dosimetria no Senado

Blog do JC

Amin é o relator do PL da Dosimetria no Senado

A medicina não é cenário, é compromisso.

Espaço Saúde

A medicina não é cenário, é compromisso.

A campanha eleitoral já começou

Blog do Magru

A campanha eleitoral já começou






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.