Colunas


O lixo


O dia amanhecera mais cedo naquela manhã e Sir Mashiah Poolcket resolveu colocar o lixo em frente à sua casa para ser recolhido. Sir Poolcket era uma pessoa com dificuldades de relacionamento. Tornava-se agressivo sempre que sentia medo. Durante sua formação não aprendeu a conviver com pressões e dificuldades que a vida, socialmente, lhe impôs. Agia como uma criança ainda não preparada que vai para um quarto escuro: os fantasmas se movimentavam em sua cabeça. O quarto era sempre o mesmo, era a escuridão que formava o cenário para suas atitudes.

Quando as situações eram adversas diante de si, os fantasmas de sua escuridão reapareciam e os medos lhe faziam agressivo. A ironia agressiva era usada quando Sir Poolcket como defesa, uma arma para enfrentar os outros e não a si mesmo. Ao seu redor todos eram vistos como subordinados e, por isso, submissos. Caso alguém lhe colocasse algo desafiador – uma pergunta, um gesto, um olhar –, a agressividade entoava com saliva a saltar pela boca. Sua proteção de si contra o mundo era a violência.

O mundo de Sir Poolcket era o que ele podia sentir e ver imediatamente, sem poder entendê-lo. Não lia livros. O mundo era traduzido pelos olhos, e não pelo intelecto. E, neste mundo pessoal, não podia entender nem a si, nem aos outros. Sir Poolcket se sentia o centro das coisas; satélites humanos e físicos orbitavam seu ego violento e medroso. Sir Poolcket vivia escondido e encolhido em seus próprios temores, dramas e terrorismo pessoal. Era ignorante para agir na política porque não compreendia a si mesmo, mas adorava o poder.

Sir Poolcket deixou o saco de lixo entreaberto e os “rejeitos” despertaram interesses de cachorros que vagavam pelas ruas em busca de alimentos. Quando olhou pela janela viu dois vira- ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Quando as situações eram adversas diante de si, os fantasmas de sua escuridão reapareciam e os medos lhe faziam agressivo. A ironia agressiva era usada quando Sir Poolcket como defesa, uma arma para enfrentar os outros e não a si mesmo. Ao seu redor todos eram vistos como subordinados e, por isso, submissos. Caso alguém lhe colocasse algo desafiador – uma pergunta, um gesto, um olhar –, a agressividade entoava com saliva a saltar pela boca. Sua proteção de si contra o mundo era a violência.

O mundo de Sir Poolcket era o que ele podia sentir e ver imediatamente, sem poder entendê-lo. Não lia livros. O mundo era traduzido pelos olhos, e não pelo intelecto. E, neste mundo pessoal, não podia entender nem a si, nem aos outros. Sir Poolcket se sentia o centro das coisas; satélites humanos e físicos orbitavam seu ego violento e medroso. Sir Poolcket vivia escondido e encolhido em seus próprios temores, dramas e terrorismo pessoal. Era ignorante para agir na política porque não compreendia a si mesmo, mas adorava o poder.

Sir Poolcket deixou o saco de lixo entreaberto e os “rejeitos” despertaram interesses de cachorros que vagavam pelas ruas em busca de alimentos. Quando olhou pela janela viu dois vira-latas espalhar os resíduos. Para os cachorros era necessário separar o que servia para comer e o que era rejeitado. Sir Poolcket correu, em desespero, e tropeçou em si mesmo. Caiu, levantou atônito e voltou a esbravejar.

Os cachorros, um preto por completo e outro cinza, em defesa de seu “almoço”, o enfrentaram. Sir Poolcket ficou assustado e se armou com um pedaço de pau. Os felinos recuaram e sumiram. Nunca mais os viu. D. Sofia passara naquele momento. A senhora lhe disse para tomar mais cuidado, ao que Sir Poolcket reagiu com a arrogância dos despreparados, uivando que ela cuidasse de sua própria vida.

D. Sofia, com paciência e maturidade, lhe falara, com docilidade, que o lixo deveria estar seguro contra ataques e que os humanos deveriam se perguntar pelos seus erros e desatinos. Sir Poolcket teve um surto psicótico. Esbravejou acusações genéricas, desqualificou as origens de D. Sofia, tentou lhe arranhar a reputação, lançou preconceitos sobre sua dificuldade de andar.

Sir Poolcket não conseguia imaginar que a coleta de lixo era resultado de seu comportamento na vida. Nunca lhe havia ocorrido, porque não tinha a reflexão para entender, que o lixo colocado para fora de sua casa, mesmo na escuridão e sozinho, seria, para sempre, seu efeito. Para Sir Poolcket o dinheiro pago pela coleta do lixo era a compra de sua responsabilidade sobre o lixo que ele produzia; o lixo, depois de entregue, não era mais seu.

Sir Poolcket tinha medo, muito medo. Porque não amadurecera, reagia com a agressividade instintiva, primitiva, tal como bichos acuados. Sua ferocidade era sua própria fraqueza, seus gritos o espanto de seu próprio desespero. Sir Poolcket era ignorante! O lixo que colocava em frente de sua casa sempre lhe voltaria! Sir Poolcket, tornava-se agressivo sempre que sentia medo. Faltava-lhe coragem para se enfrentar na frente do espelho. Dos outros era juiz!


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

O que você acha da privatização da Marejada?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

“Bolsonaro ainda é insubstituível”: antropóloga analisa os rumos da extrema direita

EXTREMA DIREITA

“Bolsonaro ainda é insubstituível”: antropóloga analisa os rumos da extrema direita

Organização dos EUA é usada para convocar ex-assessor de Moraes para falar no Senado

JULGAMENTO DO GOLPE

Organização dos EUA é usada para convocar ex-assessor de Moraes para falar no Senado

“Comunidades estão no meio do fogo cruzado”, diz especialista

Narcotráfico na Amazônia

“Comunidades estão no meio do fogo cruzado”, diz especialista

Como a rede de acolhimento se vira contra meninas que necessitam abortar

Rede invisível

Como a rede de acolhimento se vira contra meninas que necessitam abortar

“Alguém tem que fazer alguma coisa”: velejador adere à flotilha para quebrar cerco a Gaza

FAIXA DE GAZA

“Alguém tem que fazer alguma coisa”: velejador adere à flotilha para quebrar cerco a Gaza



Colunistas

Paciente xinga enfermeira e é presa em postinho de saúde em em Itajaí

Charge do Dia

Paciente xinga enfermeira e é presa em postinho de saúde em em Itajaí

Ainda é cedo

Coluna Esplanada

Ainda é cedo

Novos mercados

Coluna Acontece SC

Novos mercados

Visita especial na Univali

JotaCê

Visita especial na Univali

Coluna Exitus na Política

As inversões, as invenções




Blogs

"Trata-se de um crescimento incrível", diz CEO sobre expansão da nutrição esportiva no Mr. Olympia Brasil Expo 2025

A bordo do esporte

"Trata-se de um crescimento incrível", diz CEO sobre expansão da nutrição esportiva no Mr. Olympia Brasil Expo 2025

Curso em Floripa prepara profissionais para lidar com crises de imagem

Blog do JC

Curso em Floripa prepara profissionais para lidar com crises de imagem

🧠 Ansiedade ou Estresse? Entenda a diferença para cuidar melhor da sua saúde

Espaço Saúde

🧠 Ansiedade ou Estresse? Entenda a diferença para cuidar melhor da sua saúde






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.