Palanque político
A propalada Marcha para Jesus, na Dubai brasileira, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi pífia. O que deveria ser um ato de devoção divina, se transformou em palanque para o mandatário-mor da República fazer política.
Estrutura pública
A visita de um presidente da República envolve muita gente e a estrutura das cidades que visita. Nas redes sociais a turma abriu um berreiro pelo uso político da Marcha para Jesus em favor do presidente que é candidato à reeleição.
Prefeitura
A prefeitura da Dubai Brasileira deu total assistência à organização do comício, ops festa religiosa. Desde as ruas até as redes sociais dando cobertura. Vamos aguardar se nas festas da igreja católica e do pessoal do candomblé e umbanda, como a tradicional festa de Iemanjá, teremos a mesma atenção do coach, ops, pastor, ops prefeito Fabricio. Nas postagens o Fla-Flu da política apoiando ou indignado com a presença do Mito foi a tônica nas redes. Sem mostrar um Pai nosso ou uma adoração, linguarudos descascam que o evento “político” teve estrutura bancada por dinheiro público. Arreda, raça de faladores, seus infelizes!
Traque
O Zé Trovão, que usa tornozeleira eletrônica por ataques ao Supremo Tribunal Federal, chegou a gravar um vídeo convidando o povo a participar. Ele dizia que iriacolocar mais de um milhão e meio de pessoas na Marcha em prol do Bolsonaro. Será que o ex-foragido, Trovão, achou que era réveillon na Dubai?
Jesus abandonou Bolsonaro?
Não sei de onde a Polícia Militar calculou ter 25 mil pessoas na praia alargada de Balneário Camboriú... Parcialidade de uma fonte oficial. Feio. Na verdade, eram esperadas ou ventiladas 50 mil pessoas e, as imagens aéreas demonstram, que tinha no máximo umas cinco mil pessoas reunidas. Chato tentar camuflar a realidade com torcida.
Os convictos
Os analistas de plantão da área política resumiram que, pelo menos, dois pontos principais caracterizaram a visita do presidente Jair Bolsonaro nas areias da praia central de Balneário Camburiú, no último sábado.
Só aqueles
O primeiro foi o fato da confirmação, pelo estilo do público que estavam presentes em mais de 90% os tradicionais convictos, devotos da candidatura e apoio ao presidente. Ou seja, aquele percentual que faça chuva ou faça sol, ou diga o que for, o presidente ainda que envolvido em qualquer tipo de escândalo ou rolo político, estarão na defesa do voto ao homem.
Tática
O outro ponto, que chamou a atenção, foi o discurso e o comportamento presidencial e centralizado em si. Evitando dar carona política aos pré-candidatos estaduais, vetou, justamente, qualquer ruído ou perda de apoio da massa geral que o defende, em detrimento das questões, simpatias ou antipatias locais e regionais.
Acertado ou não?
Houve ainda, nos bastidores, aqueles que criticaram a vinda do presidente para um evento estritamente evangélico. A estratégia parecce longe de acertada. Já que Bolsonaro tem aceitação, também, entre os católicos tradicionais e seus dogmas, e que ainda são maioria em BC e no país. Mesmo diante do grande crescimento do número de evangélicos nas últimas décadas fica estranho o presidente se dizer representante de só uma religião.
Leitura
Muita gente propalou que ao serem citados, o senador e pré-candidato a governador, Esperidião Amin (Progressistas) e o prefeito Volnei Morastoni (MDB), de Itajaí, foram ostensivamente vaiados. Ora, o povo que estava no local é cego pelo presidente, logicamente iria vaiar quem não é do partido de Bolsonaro ou do seu círculo. Mas que Amin e Volnei não precisavam passar essa vergonha, não precisavam...
Vai no ar
A vaia não foi para o Volnei ou Amin, mas para figuras que não eram da esfera do partido do presidente, ou de partidos que o cercam. Só para repetir e o pessoal entender, poderia ser o zé ou o mané, por não serem fanáticos ou apoiadores, seriam vaiados do mesmo jeito.
Memória curta
Parece que aquela máxima do povo com memória curta ficou evidente no caso o Esperidião. Foi no governo de Amin que se iniciou o saneamento básico em Balneário Camboriú. Foi uma das primeiras praias na Santa & Bela a possuir um sistema próprio de tratamento de esgoto. É o que dizem, “obra enterrada” não gera lembrança e votos...
Toco
A coluna já vem lascando que nem o Partido Liberal não aguenta mais o pré-candidato ao Senado, o ex-secretário Nacional da Pesca, Jorge Seif Júnior. E parece que chegou ao ouvido de Bolsonaro que não quis e não deixou o auto denominado “zero seis” pegar na sua mão na caminhada. O sinal vermelho já acendeu faz tempo para os lados de Seif.
Poderoso
O empresário poderoso, um dos homens mais ricos do pais, o véio da Havan, Luciano Hang, teve tudo com o presidente Jair Bolsonaro. De acompanhar o presidente na caranga oficial a estar de mãos dados com o persidente.
Imprensa
O asco que o presidente e seu círculo têm pela imprensa ficou evidente na cobertura dos valentes meninos e meninos da mídia, que tentaram em vão cobrir o evento. Jornalistas tratados como “ameaça ao presidente”, como bandidos, ficaram de longe assistindo. Segundo fontes da coluna, jornalistas foram literalmente expulsos pela Polícia Federal, tratados como uma“ameaça” ao presidente.
Aparecer mais que Jesus!
O que dizer do evento no campo dos pastores? Era um pastor querendo aparecer mais do que o outro. Havia mais pastores do que povo, debulham apoiadores de Bolsonaro.
Mixo
Teve pastor que chegou a citar a mulher, filha, filho, sogra e o papagaio da família. Queria aparecer mais do que Jesus que, aliás, nessa marcha foi meio que colocado de lado... Essas ações de determinados pastores afastaram não apenas lideranças políticas, mas o povão.
Gelo
Outro que levou um gelo, segundo as imagens das centenas de câmeras na praia, foi o prefeito, Fabrício Oliveira (Podemos). Ele foi barrado pelos seguranças da presidência ao tentar subir numa picapezinha da Guarda Armada, que estava na areia da praia alargada. Vídeos aos montes demonstram a grosseria do presidente e da sua segurança com Fabrício, Seif e até com a vice puxa saco, Daniela.
Barrado no baile
Para lembrar os tempos do famoso Baturité, onde foi desde bilheteiro a sócio da famosa casa noturna, o prefeito Fabrício Oliveira, só se juntou ao casal presidencial no palco montado no Pontal Norte.
Não tenho nada com isso
Um grupo de turistas que não sabia o que estava acontecendo, foi prejudicado pela falta de planejamento do evento. Uma van que veio buscar os viajantes para levar no Beto Carrero, na Penha, demorou mais de meia hora para conseguir passar com o pessoal, devido as ruas trancadas até à frente do hotel, onde estavam hospedados. Ninguém podia passar na calçada... Cidade turística virou dia de showmício religioso.
Outra humilhada
A vice-governadora, a galega Daniele Reihner (PL), tentava sair nas fotos ao lado do seu ídolo, Jair Bolsonaro, mas também ouviu um sonoro e estúpido “chega pra trás” do presidente. É nítido no vídeo a mudança de expressão de Dani ao tomar um toco de Bolsonaro, que também deu um toma em Seif.
Prestígio
O senador Jorginho Melo (PL) também ficou apagadinho no evento, mas foi o único pré-candidato ao governo que esteve ao lado de Bolsonaro desde a decolagem em Brasília. O pré-candidato a deputado estadual e vice-prefeito Carlos Humberto (PL) também conseguiu tirar uma casquinha.
Multidão
Durante o discurso durante o almoço, no Cristo Luz, o senador Jorginho Mello ressaltou que a eleição de 2022 é mais importante do que a de 2018. “Estar com o presidente sempre é especial. Ele sai nas ruas e é essa multidão”, babava Jorginho.
De longe
Enquanto Bolsonaro estava em Balneário Camboriú, o governador Carlos Moisés (Republicanos) visitava à BR-470 em Navegantes. A obra federal que deveria ser contemplada com recursos do Governo Bolsonaro, mas só recebeu desprezo do governo federal. Moisés gravou um vídeo solo dizendo que “Sábado é dia de trabalho!”
Levemente tardia
Enquanto isso, na Alesc, chamou a atenção durante a semana a aprovação por parte da Comissão de Saúde da Casa, a análise aprovação do Projeto de Lei (PL) 14/2021, de autoria do deputado Ivan Naatz (PL), que estabelece sanções a quem descumprir a ordem de prioridade na vacinação contra a covid-19.
Tinha...
Ocorre que o projeto foi proposta em fevereiro de 2021, no auge da pandemia. Portanto, tinha ainda aprovação do plenário para tramitação em regime de urgência, além de já ter passado pela Comissão de Constituição e Justiça- CCJ.
Sentar em cima
Nos bastidores do legislativo, a versão é que, além de uma certa lerdeza em torno de algumas matérias, há uma explicação bem antiga. Uma prática política de algumas lideranças experientes do parlamento de “sentar em cima da pauta“, ou deixar na gaveta o mais tempo possível algumas matérias que possam gerar visibilidade de eventuais concorrentes políticos nas regiões em que disputam votos. Que feio.