Logo após, imigrou para o Brasil, indo fixar-se inicialmente na freguesia de São Bonifácio, região de colonização alemã, no sul de Santa Catarina. No entanto, não se ocupou com trabalhos agrícolas. Foi ser escrivão de paz da freguesia.
Em São Bonifácio, a 14 de janeiro de 1922, contraiu matrimônio com a catarinense Rosalina Kuerten, filha de Gustavo Kuerten e Laura Probst. Do casamento não houve filhos. Mais tarde, o casal adotou como filho a Elmar Seidelmann, o qual se casaria em Blumenau com Renate Clara Breitkopf.
Por não ver perspectivas profissionais animadoras no cargo de escrivão de paz da pequenina freguesia de São Bonifácio ou porque pretendesse exercitar a vocação artística e profissional de pintor, Frederico Latta deixou São Bonifácio, transferindo-se para o Vale do Itajaí.
Na década de 1930, Latta se encontrava radicado na cidade de Itajaí, residindo na Praça da República, hoje, Irineu Bornhausen, onde logo adquiriu fama de pintor exímio e decorador de interiores. Montou uma equipe de trabalho que funcionava como uma escola de pintores. Dali, saíram pintores que se tornaram famosos na cidade: José Rodrigues, Aurélio Lapa, Ary Agacci.
Latta, na verdade, também pintava paredes, porque na época não poderia sobreviver apenas da pintura artística. No que mais se comprazia era na pintura de interiores de igrejas. Aliás, os temas sacros muito o agradavam, aparecendo em inúmeros trabalhos. Além de temas sacros, Latta também pintou paisagens e retratos e fez restaurações.
Na pintura, tinha preferência por óleos sobre telas e pelas cores escuras. Era um pintor acadêmico, mas determinadas linhas de seu desenho e a escolha de suas cores deixam entrever certas influências expressionistas e cubistas. As obras de Latta podem ser apreciadas no interior das igrejas de Atalanta e Urubici, em Santa Catarina, e suas telas se encontram em mãos de particulares; a maior parte delas com as famílias Breitkopf e Seidelmann, em Blumenau.
Em Itajaí se conhece apenas a bonita tela a óleo, denominada “Batismo de Jesus”, datada de 1932 e exposta no batistério da Igreja da Imaculada Conceição, antiga Matriz da cidade. Talvez tenha sido uma encomenda do Vigário Monsenhor Giesberts, também alemão.
Declarada a II Guerra Mundial e com as restrições apostas à residência de alemães nas cidades litorâneas, Frederico Latta se transferiu para Atalanta, no Alto Vale do Itajaí, lá fixando residência. Após o falecimento de sua esposa, ele mudou-se para Blumenau, onde já residia o filho.
Foi em Blumenau, aos 82 anos, no dia 29 de novembro de 1979, que veio a falecer, sempre dedicado à sua pintura.
*No Arquivo Público de Itajaí, há um dossiê sobre Frederico Latta.