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Por Edison d'Ávila -

Prof. Luiz Felipe Falcão - a perda do historiador


Por mais de uma  década, o professor Luiz Felipe Falcão, doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, ministrou aulas no Curso de História da Universidade do Vale do Itajaí/Univali, em Itajaí,  formando professores e historiadores - profissionais que investigam,  estudam e interpretam os acontecimentos da história universal, brasileira e catarinense.

Nos anos de 1990, quando coordenou o Curso de História da Univali, deu-lhe   renovada dinâmica, porque tinha entendimento de que a vida acadêmica devia ser plural, aberta a diferentes opiniões, podendo cada qual livremente manifestar o próprio pensamento. Tinha, por isso,  a alta consideração dos colegas professores e a estima dos alunos reconhecidos.

Mestre dedicado a compartilhar com os discípulos o saber que possuía, participara de dezenas e dezenas de bancas em que alunos de graduação e pós-graduação apresentavam seus trabalhos de conclusão de curso. Orientava com zelo e competência aqueles  cuja formação em nível de mestrado e doutorado lhe incumbia.

O historiador Luiz Felipe Falcão guardava especial interesse e gosto de estudo e pesquisa pela História do Tempo Presente. Isso mesmo: a história que cada homem vai construindo enquanto vive. Essa história pode já ser estudada, sem que se precise esperar que o tempo passe 50 ou 100 anos. Os temas preferidos dele eram:  memória, cultura, identidade, cidade.

Por isso, na década de 1990, interessou-se sobremaneira pelo fenômeno sociocultural ocorrido no sul do Brasil, que emergiu em Santa Catarina e em Itajaí também, denominado  “O Sul é meu País”. Transformou-o em sua tese de doutorado.  Estudou esse sentimento em favor da criação de num novo país, reunindo os três estados sulistas: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Principalmente, porque o separatismo já era um fenômeno histórico no sul do Brasil. Santa Catarina, por exemplo, já em duas outras ocasiões, buscara separar-se do Brasil: em 1839, ao proclamar a República Juliana, na Laguna, acompanhando os episódios da Revolução Farroupilha, e,  em 1893, durante a Revolução Federalista, quando também separou-se da Federação brasileira, por oposição política ao governo de Floriano Peixoto.

Das pesquisas e estudos do professor Luiz Felipe Falcão, resultou a publicação pela Editora da Univali, em 2000, do excelente livro “Entre Ontem e Amanhã – diferença cultural, tensões sociais e separatismo em Santa Catarina no século XX.” Obra instigante, de leitura sempre agradável e atual.

Pois, o professor Luiz Felipe Falcão, nesta  última terça-feira, depois de uma internação hospitalar, veio lamentavelmente a falecer em Florianópolis, aos 68 anos,  de uma infecção pulmonar, não devida ao vírus que ora preocupa a todos. Perde-se, assim, um mestre exímio, ora professor concursado da  graduação e pós-graduação em História da Udesc.  Perde sobretudo Santa Catarina  um historiador respeitado.


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