Com as embarcações da categoria emalhe liso, praticada por embarcações do sudeste, a captura ficou em apenas 17% da cota total, com 304,78 toneladas de tainha. Já no arrasto de praia, que pela primeira vez teve cota de captura, a safra rendeu 1041,94 toneladas, representando 83,35% do limite liberado, envolvendo 415 embarcações artesanais.
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Mas a modalidade ainda não encerrou oficialmente. A legislação prevê o encerramento ao atingir 90% da cota coletiva, o que deverá ocorrer nas próximas semanas. Assim, enquanto o limite de 1250 toneladas não for atingido, o arrasto de praia segue autorizado até 31 de dezembro em Santa Catarina.
A Secretaria Estadual de Aquicultura e Pesca, contrária à cota para os pescadores artesanais, segue na justiça pra tentar derrubar a medida, por entender que a limitação traz prejuízos aos trabalhadores.
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Os dados desta temporada poderão embasar propostas mais equilibradas pra gestão da pesca da tainha a partir de 2026. “Embora o monitoramento da atividade seja essencial, é necessário buscar novas estratégias de manejo que promovam a sustentabilidade da espécie sem, necessariamente, impor limites rígidos de captura por cotas”, informou a secretaria.
Novos critérios para 2026
Reunião do Ministério da Pesca em Itajaí na semana passada debateu o resultado da safra 2025. Representantes do setor pesqueiro de Itajaí e região e do estado foram ouvidos para a elaboração das novas diretrizes da próxima safra.
“Nosso foco aqui é escuta ativa. Queremos entender o que funcionou na safra de 2025 e o que precisa ser ajustado”, comentou a coordenadora do grupo técnico da Tainha (GT Tainha), Adaise Bostolani.
Entre as mudanças, ela adiantou que a portaria 617, do Ministério da Pesca, que trata do regramento da pesca de arrasto em Santa Catarina, deve ser revista e passar por adequações.
Safra industrial
A frota industrial (cerco/traineira) terminou a safra com captura de 92% da cota de 450 toneladas previstas pra modalidade, somando 412,95 toneladas de tainha entre 10 embarcações. O pico de desembarque foi em 12 de junho, com a captura de 101 toneladas em um único dia.
Neste ano, o total de captura da espécie ficou em 6795 toneladas entre todas as categorias. Além da frota industrial, os pescadores artesanais também precisaram informar os dados de captura e tiveram, pela primeira vez, limite de cota estabelecido.
Tainhas não “subiram” pra BC
A safra da tainha 2025 em Balneário Camboriú fechou com resultado abaixo do esperado. Foram capturadas cerca de 15 mil tainhas. A quantidade é pequena quando comparada à temporada de 2024, quando foram capturadas cerca de 75 mil tainhas.
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A cidade contou com nove pontos ranchos de pesca espalhados pelas praias, três deles na Praia Central. Os principais lanços foram nas praias agrestes. O coordenador de Pesca da Secretaria do Meio Ambiente, Laercio Demétrio, explica que neste ano o vento sul não bateu como o esperado pra fazer as tainhas encostarem.
“O vento sul traz essas tainhas do Rio Grande do Sul em direção ao norte de Santa Catarina. Não houve essas condições climáticas favoráveis para que tirasse o peixe da Lagoa dos Patos e colocasse ele a navegar costeando as praias. O peixe saiu para fora, distante das praias”, disse.
Safra da tainha 2025
Total de captura
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Cerco/traineira: 412,95 toneladas
Emalhe anilhado: 1123,43 toneladas
Emalhe liso: 304,78 toneladas
Arrasto de praia: 1041,94 toneladas