Santa Catarina tem uma nova lista de espécies que oferecem risco ao meio ambiente. São plantas, animais e até algas que não são naturais daqui e que, quando se espalham, podem prejudicar a biodiversidade. A atualização foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta terça-feira (17) e foi feita pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).
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A lista anterior era de 2012 e juntava tudo num único documento. Agora, o Estado separou em duas: uma só com as espécies da fauna (animais) e outra com a flora (plantas e algas). Segundo o IMA, a ...
A lista anterior era de 2012 e juntava tudo num único documento. Agora, o Estado separou em duas: uma só com as espécies da fauna (animais) e outra com a flora (plantas e algas). Segundo o IMA, a mudança ajuda a organizar melhor as ações de controle e fiscalização.
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Ao todo, a lista de plantas e algas tem agora 94 espécies, quase o dobro da anterior. Já a lista de animais tem 93 espécies, 47 a mais do que a última versão. Alguns exemplos de espécies que entraram nessa nova relação são o mexilhão-dourado, que é uma praga em rios e lagos, e o cervo chital, que começou a ser visto no Estado nos últimos anos.
O trabalho de atualização começou em 2021 e envolveu pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), técnicos do IMA e de outras instituições. Segundo o órgão ambiental, foram usados estudos científicos e bases de dados de espécies invasoras do Brasil inteiro. As novas listas também passaram por consulta pública, o que permitiu a participação da sociedade.
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A engenheira agrônoma Elaine Zuchiwschi, que coordena o programa de controle das espécies exóticas no IMA, explicou que o aumento na quantidade de espécies listadas tem dois motivos: o avanço nas pesquisas e o aumento de casos de novas espécies invasoras no Estado.
Espécies exóticas invasoras são aquelas que vieram de fora, muitas vezes trazidas por ações humanas, e que, quando chegam a um ambiente novo, se espalham de forma descontrolada, prejudicando as espécies nativas. O problema é tão sério que, segundo o IMA, essas espécies já causaram a extinção de mais de 1200 espécies no mundo todo.
Santa Catarina tem, desde 2016, um programa estadual para lidar com esse tipo de ameaça. As ações vão desde evitar novas introduções até tentar controlar ou erradicar as espécies já instaladas. O trabalho inclui campanhas educativas, capacitação de profissionais e mudanças em regras de licenciamento ambiental.