Durante o dia, ao menos 100 pessoas foram atendidas em Balneário, incluindo 34 moradores socorridos pelas equipes dos bombeiros. De acordo com a Defesa Civil, o total de pessoas afetadas pela chuva deve ser ainda maior, na medida em que as águas baixarem e a situação se normalizar.
Ainda há impactos no trânsito na cidade, mas quase todas as ruas já foram liberadas em BC. A avenida das Flores tinha previsão de ser liberada até o final do dia. Por causa da interdição da via, a avenida Panorâmica continua fechada. A avenida do Estado Dalmo Vieira, entre as mais afetadas, está com trânsito fluindo em três pistas.
Algumas ruas seguem com pontos de alagamentos, na região entre a avenida do Estado Dalmo Vieira e a 3ª Avenida. Na Estrada da Rainha, foi identificado um ponto de deslizamento de encosta, mas que não afeta a via. A situação é monitorada pela Defesa Civil, assim como a situação da rodovia Interpraias, devido a risco de deslizamentos.
A prefeita prometeu fazer um diagnóstico dos pontos que costumam alagar, como no entorno do Balneário Shopping, pra elaborar projetos contra as cheias. Mais de imediato é previsto um trabalho de limpeza de bueiros, manutenção considerada básica pra garantir o escoamento das águas.
Também foi informado que o município precisa elaborar um Plano de Ação Climática, com medidas de enfrentamento às mudanças no clima, e um Plano Municipal de Defesa Civil, que vai nortear as ações de proteção e prevenção.
Defesa Civil com estoque de materiais zerado
Balneário Camboriú recebeu apoio de prefeitos de Porto Alegre, Canoas, Criciúma e Blumenau, que entraram em contato com a prefeita. O prefeito de Blumenau, delegado Egídio (PL), enviou dois geólogos da prefeitura pra apoiar os trabalhos da Defesa Civil de BC, que não conta com esse tipo de especialista.
BC também precisa de materiais pra atender pessoas afetadas pelas chuvas. A prefeita Juliana informou que o governador Jorginho Mello (PL) e a Defesa Civil do Estado se colocara à disposição pra ajudar o município. “Solicitei ao governador do Estado toda a ajuda possível, porque infelizmente a nossa Defesa Civil não tem os materiais a postos pra poder atender situações como aconteceram hoje pela manhã”, disse.
A prefeita acredita que as doações feitas pela prefeitura no ano passado para os atingidos nas cheias do Rio Grande do Sul não tiveram reposição dos materiais. “´Nós encontramos da Defesa Civil praticamente vazia, sem material nenhum pra poder dar esse suporte. Infelizmente nenhum relatório de transição constava essa situação”, lamentou.
Entre os itens necessários, estão suprimentos pra atender as famílias, entre colchões, alimentos, cobertores, lonas e telhas. A Fundação Municipal de Esportes cedeu colchões para os abrigos e o município abriu um ponto de doações na Casa da Família, sede da Secretaria de Assistência Social, onde a comunidade pode levar os donativos. O local fica na rua 3100, 876, no centro.
Volume de chuva inesperado
A prefeita Juliana Pavan voltou a destacar que o município foi pego de surpresa com o volume de chuva. O total em 24 horas, até o meio dia desta quinta-feira, foi de quase 200 mm, quase a média prevista pra o mês de janeiro inteiro. Ela lembrou que a projeção do Ciram/Epagri era de 39 mm para a região de Itajaí.
Além de provocar alagamentos, a chuvarada afetou diversos órgãos públicos. Praticamente todas os postinhos de saúde tiveram os atendimentos suspensos. O posto de saúde do bairro Vila Real não terá condições de voltar a funcionar no local. As unidades de atendimento especializados tem previsão de reabrir na segunda-feira.
Na rede de educação, 14 escolas e creches foram atingidas pela chuva, além da sede da secretaria de Educação. Os estragos foram por alagamento, danos nos telhados e infiltrações. O Polo de Férias teve atendimento suspenso, com previsão de voltar nesta sexta, conforme as condições climáticas.