Documentário registra obra do alargamento da Praia Central de BC
“A Megaobra” relata processo de construção e traz depoimento de especialistas, moradores e políticos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Transformação da Praia Central prevê melhorias até 2030
(foto: reprodução)
Após três anos da inauguração, a obra de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú ganha um documentário histórico sobre o projeto que mudou a cara da cidade e é o primeiro de uma série de intervenções que ainda serão feitas na orla. A transformação total da Praia Central prevê melhorias até 2030, mas o governo não descarta que as obras se estendam por 10 anos.
A história do alargamento é mostrada em “A Megaobra”, documentário produzido pela jornalista Maria Eduarda Macedo como trabalho de conclusão de curso. O projeto está disponível gratuitamente ...
A história do alargamento é mostrada em “A Megaobra”, documentário produzido pela jornalista Maria Eduarda Macedo como trabalho de conclusão de curso. O projeto está disponível gratuitamente no YouTube desde o dia 18 de dezembro. Além de detalhes de como foi a execução da obra, o filme de 50 minutos traz relatos inéditos de 21 entrevistados, entre políticos, especialistas e pessoas da comunidade.
Por meio das imagens e dos depoimentos, o documentário destaca o anseio de políticos e da sociedade em geral pela realização da obra e os impactos ambientais, a repercussão na imprensa e a projeção de Balneário Camboriú em nível nacional. Além disso, a forma como o alargamento afeta a vida de quem depende da praia para sustento também é abordada.
“O documentário ‘A Megaobra’ surgiu como uma vontade de relatar algo de Balneário Camboriú para meu trabalho de conclusão de curso. Durante algumas conversas sobre o que poderia ser relatado, lembrei do alargamento, que foi um marco para Balneário Camboriú, uma cidade tão nova que passou por uma mudança radical”, conta a jornalista.
Maria Eduarda lembra que, quando a obra começou, ela ainda era caloura do curso. “Não pensava em TCC direito mas, por coincidência, todas as primeiras reportagens que escrevi para a faculdade foram sobre o alargamento, ainda com poucas informações por estar em andamento, mas sempre com muita curiosidade de quais seriam os impactos”, comenta.
Pro TCC, a ideia era de um documentário ou uma grande reportagem sobre BC envolvendo o meio ambiente. A decisão de documentar o alargamento veio no ano passado. “Confesso que somente durante as 21 entrevistas que entendi que o que eu estava fazendo era realmente um relato histórico”, explica.
Produção independente
“Muitos lados dessa história foram escutados, todas as versões e opiniões”, afirma Maria Eduarda. O documentário teve produção independente, sem financiamento público nem de empresas ou entidades privadas. O trabalho foi apresentado por Maria Eduarda no final de novembro, pra conclusão do curso de jornalismo na Univali.
Agora, ela espera que o projeto repercuta além da academia. “Eu tenho vontade, sim, que ganhe a devida visibilidade, mas tenho ainda mais vontade que esse trabalho sirva como uma fonte de pesquisa futuramente para quem quiser conhecer um pouco mais do passado de Balneário Camboriú”, destacou ao DIARINHO.
Modelo pro Brasil
O alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú é uma obra pioneira desta magnitude em Santa Catarina. A quantidade de areia dragada pro engordamento, mais de 2,1 milhões de metros cúbicos, e o investimento de R$ 88 milhões estão entre os grandes destaques. A transformação da orla não para por aí, com a próxima etapa abrangendo a macrodrenagem e a reurbanização, com trecho-piloto já feito na Barra Sul.
As mudanças vão se estender pelo menos até 2030 e podem levar uma década pra serem concluídas. Conforme a autora de “A Megaobra”, que é natural de Balneário Camboriú, a intenção do documentário é mostrar para as futuras gerações um pouco da história da cidade e da obra que deu início às transformações radicais na orla e a um novo ciclo de desenvolvimento em diversas áreas.
Depoimentos
Entre os entrevistados do documentário, está o prefeito Fabrício Oliveira (PL), que foi quem inaugurou o alargamento. Ele comenta sobre o processo de licenciamento e o sucesso na entrega da obra. “Você empurrar o oceano um pouco mais para trás é uma atitude ousada. E essa ousadia demandou uma coragem e uma convicção, porque nós poderíamos, numa hipótese pequena, estragar ou comprometer a razão de Balneário Camboriú ser uma cidade turística, que é a enseada”, relata.
Antes da obra, porém, foram anos de discussões até o projeto final. Os ex-prefeitos Leonel Pavan (PSD) e Rubens Spernau (PL), atual secretário de Planejamento, lembram a luta histórica para que a obra pudesse ser viabilizada. “Quando eu ainda era vereador, e fui eleito em 1982, nós já defendíamos o alargamento da areia de Balneário Camboriú. Quando eu me elegi prefeito, já no cargo em 1989, nós passamos a trabalhar projetos e buscar parcerias e apoios populares”, conta Pavan.
A repercussão e os impactos da obra são comentados por especialistas, empresários e comunidade, entre eles o historiador e jornalista Bola Teixeira, o oceanógrafo Marcos Poletti, o biólogo Paulo Horta, o pescador Ronan Pinheiro, o surfista Guilherme Viana e o vice-presidente do Sinduscon Leandro Ivan Pinto. O ex-secretário estadual de Turismo, Evandro Neiva, que vai comandar a pasta em BC a partir de 2025, falou da relação da obra com o turismo.
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