Felipe Francisco, falso doutor conhecido por vender fórmulas de emagrecimento sem comprovação científica, foi solto na véspera de Natal do presídio de Joinville. O dono de clínicas de emagrecimento de Balneário Camboriú e Joinville saiu da prisão três meses após ter sido preso pela última vez.

Para cumprir a prisão domiciliar, o médico fake terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá sair de casa. A defesa do acusado argumentou que ele estava enfrentando problemas cardíacos ao solicitar o benefício à Justiça.

O falso médico já foi condenado pela Justiça do Paraná e responde à de Santa Catarina por crimes contra a saúde pública. Segundo a Justiça, Felipe se passou por médico nutrólogo e atendeu clientes entre 2016 e 2017 em Ponta Grossa (PR). Em 2019, Felipe foi condenado a 5 anos e 11 meses de prisão em regime fechado por vender medicamentos adulterados e atuar ilegalmente como profissional de saúde. Ele chegou a cumprir parte da pena em liberdade, mas foi preso em setembro, sendo liberado novamente nesta semana.

Mais crimes

Em Santa Catarina, Felipe também cometeu crimes de falsificação e adulteração de remédios, exercício ilegal da medicina e crime contra o Código de Defesa do Consumidor por omissão da qualidade de produtos indicados aos clientes.

Segundo a denúncia do MP, Felipe, dono da F. Coaching, uma das clínicas de emagrecimento investigadas em BC e Joinville, atuava em conjunto com outros profissionais para formular protocolos medicamentosos. Eles receitavam e produziam remédios para o emagrecimento, ganho de massa magra, aumento de músculos e performance física.

Parte das fórmulas usava substâncias com venda proibida sem receita. O Conselho Regional de Medicina (CRM) e Conselho Regional de Farmácia (CRF) investigam a atuação ilegal de Felipe e de outros profissionais que trabalhavam com ele.

Indulto natalino

Até o próximo dia 31 de dezembro, 1773 detentos do sistema prisional de Santa Catarina gozam de benefícios da Justiça para as festas de final de ano. O benefício, que começou no dia 19 de dezembro, é destinado aos presos condenados e do regime semiaberto. Entre os requisitos para ganhar o direito à saidinha está o cumprimento de um quarto da pena e histórico de bom comportamento no sistema prisional.

A Secretaria de Estado de Justiça destacou que a medida busca a reinserção progressiva do detento à sociedade, possibilitando o convívio familiar em datas festivas. As saídas são autorizadas pelos juízes das Varas de Execuções Penais de SC. Ao longo de 2024, quase 20 mil presos foram beneficiados pela medida.