O Museu Histórico de Santa Catarina, ao qual é vinculado o Palácio Cruz e Souza, de Florianópolis, o Senado Federal  e Penha reverenciaram nesta semana a memória de um dos itajaienses mais importantes do século 20: Antônio Carlos Konder Reis – e isso por conta do seu centenário de nascimento em 16 de dezembro de 1924.  

Konder Reis, advogado, escritor e ex-governador do Estado por duas vezes, ex-senador também por dois mandatos e ainda deputado por seis mandatos (entre estadual e federal), ele foi o idealizador do Museu Histórico. Faleceu em 2018, aos 93 anos de idade, em Itajaí, onde nasceu, e onde, neste mês de dezembro, várias homenagens são registradas.  

Nesta segunda, o museu relembrou em seus meios de comunicação a data de centenário de seu idealizador – Konder Reis articulou o museu em 1977, instalado oficialmente em 1978, a princípio na Casa da Alfândega, em Florianópolis, e depois transferido para o Palácio Cruz em Souza, em 1986, pelo então governador Esperidião Amin (PP). O Palácio Cruz e Souza reforçou a “importante atuação cultural de Konder Reis no Estado”, e em especial, em relação ao próprio museu.  

Também nesta segunda, em Brasília, o plenário do Senado o homenageou, em Brasília, em sessão especial presidida por Amin, em Brasília. A data do centenário repercutiu ainda em Penha, onde a família Konder mantém sua histórica casa de veraneio, mais precisamente, em Armação do Itapocoróy – e onde ACKR viveu suas últimas décadas de vida. 

O superintendente da Fundação Cultural Municipal Picucho Santos, de Penha, professor Eduardo Bajara de Souza, fez questão de enaltecer a importância de Konder Reis para Penha e sua relação com a cidade. 

“Filho de Oswaldo dos Reis e Elisabeth Konder Reis, Antônio Carlos teve biografia única”, reforçou Bajara ao DIARINHO, reforçando ainda que a cidade antecipou as celebrações desse centenário: em 2023, Penha entregou a praça que leva o nome de Konder Reis, situada ao lado do Píer de Atracação Turística Pedro Ivo Campos, em Armação do Itapocoróy, onde ACKR viveu.

“Em um período da história de Penha no qual as praias ainda não eram usadas para lazer, a família Konder Reis investe numa segunda residência, de veraneio, iniciando um processo de ocupação da orla penhense por veranistas”, lembra Bajara, que é também historiador. 

“A casa dos Konder foi uma das primeiras feitas para as temporadas de verão, exatamente em Armação do Itapocoróy. Acredita-se que tenha sido construída nas décadas de 30 a 40, imponente, no recanto da Cancela”, detalha ele. 

O menino Antônio Carlos passou parte da sua infância em Armação, lugar que escolheu para residência definitiva. ACKR faleceu em Itajaí, em 12 de junho de 2018. Foi sepultado no Cemitério da Fazenda. 

Também em Itajaí, o início de dezembro veio com homenagens, como a mostra “Encurtando distâncias: o centenário de Antônio Carlos Konder Reis”, iniciativa da Fundação Genésio Miranda Lins em parceria com a Associação Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público e que traz acervo da vida particular e pública do itajaiense.

A exposição ocorre em três lugares, conforme noticiou o DIARINHO: a Casa Lins, e os Museus Histórico e Etno-Arqueológico. A visitação é gratuita em todos os espaços e ficará aberta até maio de 2025.

“ACKR foi esquecido”, diz Edison d’Ávila

Para o professor e historiador Edison d’Ávila, Antônio Carlos Konder Reis foi “o mais ilustre filho de Itajaí”, no sentido da dedicação à cidade, “no mesmo pé de igualdade com Lauro Müller, outro ilustre filho de Itajaí”.

D’Ávila ainda lista obras marcantes do ex-governador, como o hospital Marieta Konder Bornhausen, a ETA São Roque e a nova rede de abastecimento de água. No legado ainda está a criação do campus da Univali e a duplicação da Rodovia Osvaldo Reis. 

O historiador lamentou que, até o momento, a Câmara ainda não se mexeu para uma sessão solene pela passagem do centenário. Por parte da prefeitura, ficou só na promessa uma homenagem dando o nome do ex-governador a um logradouro público.