REGIÃO

MPF quer vetar o uso do acostamento como terceira faixa na BR 101

Estudo apontou uma série de riscos na liberação do acostamento no trecho entre Porto Belo e Barra Velha

Estudo apontou desvantagens no uso do acostamento como terceira pista de rolamento da BR 
(Foto: João Batista)
Estudo apontou desvantagens no uso do acostamento como terceira pista de rolamento da BR (Foto: João Batista)

O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contra novos testes para o uso do acostamento como terceira faixa no trecho da BR 101 entre Porto Belo e Barra Velha. A manifestação do órgão foi durante mais uma reunião que discutiu os testes em dezembro de 2023 que foram inconclusivos.

A reunião foi na quinta-feira passada, com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Arteris Litoral Sul. Na ocasião, a concessionária ...

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A reunião foi na quinta-feira passada, com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e Arteris Litoral Sul. Na ocasião, a concessionária apresentou um estudo técnico que concluiu pela existência de uma série de desvantagens da liberação de trechos do acostamento como terceira faixa de rolamento.

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Entre os problemas apontados no relatório estão largura insuficiente do acostamento, restrição pra caminhões, necessidade de manutenção contínua, falta de espaço pra pedestres e ciclistas, pontos de conflito com saídas e acessos da rodovia e dificuldades para a passagem de ambulâncias e veículos de serviço, como guinchos.

Já a PRF relatou que ao menos dois acidentes foram causados diretamente pelos testes de uso do acostamento como terceira pista. Entre os dias 15 e 17 de dezembro houve um acidente com motociclista e outro envolvendo um carro. A polícia concluiu que o uso do acostamento traria risco de colisão, especialmente com veículos de grande porte, em razão de “pontos cegos” nos trechos de entradas e saídas da BR.

Segundo o MPF, gestores presentes na reunião também deixaram claro que os testes permitiram concluir que a implantação da terceira faixa só seria viável em 11 subtrechos de pequena extensão.

Os segmentos não seriam contínuos e voltados apenas para o tráfego de veículos leves, pois a pavimentação do acostamento não dispõe da mesma condição pra tráfego pesado das pistas.

“O resultado seria praticamente insignificante no aumento da fluidez da rodovia, especialmente se considerado o incremento no risco de acidentes que a medida pode trazer”, esclareceu. A posição do MPF foi dada pela procuradora da República Rafaella Alberici. Além das informações apresentadas na reunião, ela considerou que a liberação do acostamento é medida contrária ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

A procuradora frisou que a segurança viária e a proteção da vida e da integridade física dos usuários da rodovia devem ser a prioridade número um para o poder público e para todos os envolvidos na prestação de serviços públicos. Segundo ela, os esforços devem focar na ampliação real da capacidade da 101 e não em “medidas paliativas” sem resultados práticos comprovados.

Em procedimento que corre na Procuradoria da República em Blumenau, o MPF recomendou que a PRF, a ANTT e a Arteris deixem de autorizar ou realizar novos testes pra uso do acostamento no trecho em questão da BR 101 como paliativo pra aumentar a fluidez do tráfego na rodovia.

 

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Já deputada defende "uso emergencial"

Deputada Paulinha lembra que Corredor Litorâneo pode custar até R$ 6 bilhões (foto: Bruno Collaço-AGÊNCIA AL)
Deputada Paulinha lembra que Corredor Litorâneo pode custar até R$ 6 bilhões (foto: Bruno Collaço-AGÊNCIA AL)

 

A possibilidade de novo teste pra terceira faixa na 101 vem sendo discutida desde a avaliação do fim de 2023. O primeiro teste foi de 15 a 17 de dezembro, entre Itapema e a entrada de Navegantes, no horário das 14h às 22h, apenas no sentido norte. No dia 16 deste mês, representantes da ANTT, PRF e Arteris voltaram a debater o tema com deputados e prefeitos da região da Amfri.

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Na ocasião, a deputada Paulinha (Podemos) defendeu a necessidade de um novo teste com duração de no mínimo 15 dias e liberação do acostamento nos dois sentidos entre Porto Belo e Piçarras para avaliar a efetividade da mudança. Ela reforçou a importância da liberação na temporada de verão, quando a região recebe milhões de turistas e o trânsito da BR 101 fica ainda mais crítico.

Para a deputada, o uso seria emergencial, considerando que a solução definitiva é a construção de uma rodovia paralela. O estudo preliminar para a obra do chamado Corredor Litorâneo, entre Biguaçu e Joinville, já existe, indicando custos em torno de R$ 6 bilhões.

“Claro que [o uso do acostamento] não é a medida ideal, mas é a nossa opção mais viável neste momento. Até porque a rodovia no estado atual, com tráfego tão intenso de veículos e sem qualquer alternativa, também não é segura para a população”, comentou.

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Desvantagens apontadas em estudo técnico:

1 - Largura de acostamento insuficiente para faixa de rolamento

2- Acostamento não estruturado para receber as cargas do tráfego

3 - Restrição para veículos pesados, que são grande parte dos existentes na região retro-portuária

4 - Manutenção contínua por falta de estrutura no acostamento

5 - Falta de espaços para a circulação de pedestres e ciclistas que hoje usam o acostamento, onde não há marginal

6 - Criação de pontos de conflito nas agulhas de incorporação da rodovia

7 - Dificuldade operacional para deslocamento e atendimentos de guinchos, ambulâncias e autoridades



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