GUERRA
Morador de Penha é combatente voluntário na guerra da Ucrânia
Após experiência em 2022, Nicolas Tschá voltou pra batalha neste ano e lidera grupo de brasileiros
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Morador de Penha e ex-militar do Exército, Nicolas Tschá, de 23 anos, voltou a atuar como voluntário na guerra da Ucrânia após a primeira experiência como soldado em 2022, pela Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Desta vez, o voluntário foi enviado pro front de batalha e participou de missões específicas. Após mais de oito meses, Nicolas passou a liderar um grupo tático com outros brasileiros, incluindo um rapaz de Navegantes.
Nicolas publica nas redes sociais fotos das ações em campo. O gosto pela guerra vem da época do serviço militar. Ele serviu por um ano no Batalhão de Infantaria do Paraná, onde fez curso de formação de cabo. Depois ele saiu do Exército e tentou carreira na Polícia Militar, mas sem sucesso. Quando começou a guerra na Ucrânia, ele se voluntariou pra entrar na Legião Estrangeira após se sensibilizar com o sofrimento da população local.
Um amigo de Nicolas que mora em Itajaí conta que a primeira experiência durou cerca de três meses. O trabalho envolveu treinamentos e atividades de adaptação e apoio, como na segurança de civis e de materiais e armamentos, sem participação em missões na linha de frente. “Ele fez algumas pequenas operações de transporte de carga, inviabilização de vias, esse tipo de coisa. Após esses três meses, ele retornou ao Brasil”, relatou. No Brasil, Nicolas participou de podcasts falando das experiências na Ucrânia.
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Depois, ele trabalhou numa companhia militar privada na Colômbia até retornar ao Brasil, onde organizou um grupo de militares e ex-militares pra voltar a atuar na Ucrânia como voluntário. No grupo havia membros de forças especiais, como o Bope, e de batalhões de infantaria. Os voluntários passaram pelo treinamento de três meses. Desta vez, Nicolas foi enviado pras trincheiras na linha de frente da batalha e participou de missões especiais.
De acordo com o amigo do combatente, o grupo de Nicolas ganhou destaque e se tornou uma unidade de pronto-emprego, espécie de grupo tático para operações especiais ou em apoio às unidades convencionais. “Hoje ele lidera esse grupo. Tem dois nomes que eles se denominam, um é o grupo Caos e outro Guerra ao Terror”, disse. Há poucos dias os amigos se falaram e Nicolas comentou que não tem planos de voltar.
A guerra da Ucrânia começou em 24 de fevereiro de 2022 e completará dois anos em 2024. A Legião Internacional recruta combatentes estrangeiros que querem apoiar a Ucrânia contra a invasão russa. O exército ucraniano não informa números específicos de soldados, mas há estimativa que cerca de 500 mil combatentes voluntários atuem na guerra.