Economia
Empresa perde licença para operar o Starbucks no Brasil; loja de Itajaí é incerta
Mais de 40 lojas já foram fechadas no país
Amanda Moser [editores@diarinho.com.br]
O grupo SouthRock Capital, responsável por operar grandes marcas internacionais como Subway, Eataly e Starbucks no Brasil, enfrenta problemas com a justiça. A empresa está proibida de operar com as franquias da cafeteria americana no Brasil. Desde o anúncio da crise, das 187 lojas do Starbucks no Brasil, 42 foram fechadas.
A empresa recebeu a notificação no dia 13 de outubro, durante as negociações para a repactuação do contrato. Com isso, a SouthRock entrou com um pedido para recuperação judicial, mas a ação foi negada. A decisão foi publicada na última quarta-feira sob o argumento de que as justificativas apresentadas eram muito genéricas.
O juiz da 1ª Vara de Falências de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos, pediu que a empresa entregue mais documentos e que um administrador judicial faça uma perícia prévia na papelada apresentada. O parecer deve estar pronto em sete dias e só então o pedido pode voltar a ser analisado.
A SouthRock corre o risco de perder a licença para operar a marca no Brasil.
Starbucks de Itajaí
Na região, o Itajaí Shopping anunciou neste segundo semestre de 2023 que iria receber uma unidade da cafeteria a partir de 2024. Com a decisão judicial, porém, o Itajaí Shopping informou que o departamento jurídico do empreendimento avalia a questão contratual. Não há mais confirmação de que a nova operação irá se estabelecer na cidade. Já em Blumenau, as duas lojas da franquia estariam para serem despejadas por falta de pagamento do aluguel.
Segundo a Starbucks Coffee International Inc comunicou no último mês, a rescisão do contrato de licenciamento com a SouthRock é devido à falta de pagamento de royalties. Mesmo assim, em nota, a marca brasileira confirmou que continua operando no país.
“A SouthRock continua operando a marca Starbucks no Brasil e está comprometida em continuar trabalhando em estreita colaboração com seus parceiros comerciais para desenvolver as marcas de seu portfólio no Brasil. Ajustes sobre licenças fazem parte do processo de Recuperação Judicial e são realizados diretamente com esses parceiros”, informou o grupo.
Ainda no comunicado, a SouthRock alegou que com a pandemia de covid-19 e inflação, o grupo acumulou uma dívida de R$ 1,8 bilhão.
A empresa detém, desde 2018, o controle sobre as cafeterias Starbucks no país. No pedido de recuperação, a empresa informou que as lojas do Starbucks têm um faturamento bruto de R$ 50 milhões, que representa uma parcela relevante do fluxo de caixa do grupo.
Os advogados que representam o SouthRock, solicitaram uma medida urgente para garantir o direito de uso da marca pelo menos até o fim do processo de mediação.