Um dia após a Maktub Tabacaria e Head Shop, instalada no interior do supermercado Giassi de Itajaí, viralizar na internet ao colocar em sua vitrine uma réplica do dedo decepado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o comércio retirou o objeto da vitrine. Ao DIARINHO, um representante informou que “o referido artesanato era uma peça única que não está mais em exposição”.

O comerciante ainda alegou que a réplica imitando a pele, o sangue e parte do osso do presidente Lula, que perdeu o dedo em um acidente de trabalho em 1964, não tinha qualquer intenção política. “Somos uma pequena empresa que trabalha com comércio de bebida, tabacaria e produtos para presentes. O referido artesanato era uma peça única que não está mais em exposição. Não havia cunho político”, justificou.

O comerciante ainda alegou que não foi a tabacaria que tirou a foto e postou nas redes sociais. Nesta segunda-feira, o Grupo Giassi também se manifestou sobre a situação e pediu desculpas.

A empresa informou que as lojas são locadas por terceiros que mantêm negócios independentes ao mercado. “No entanto, a empresa não compactua com qualquer ato que incite ódio, violência ou discriminação e, por isto, já orientou o lojista  a retirar o produto de sua área de vendas e a não voltar a comercializá-lo em sua filial localizada no empreendimento”, informou a nota oficial.

Repercussão nacional

A notícia se espalhou domingo à noite após o professor Alex Stein, ex-candidato a deputado e membro do PSOL de Itajaí, ver o produto exposto na vitrine do supermercado. Ele comentou o caso com o presidente do PT e enviou a denúncia à imprensa.

Ainda no domingo, o presidente municipal do PT disse que o partido entraria com medidas judiciais. “Não podemos normalizar esse tipo de atitude preconceituosa que incita ao ódio político. Visivelmente é um ato discriminatório ao presidente Lula, que perdeu um dedo em um acidente de trabalho, como milhares de trabalhadores brasileiros já foram vítimas de acidentes por falta de medidas de segurança”, criticou Gerd Klotz.

O presidente do PT também viu a vitrine como uma forma de incitar a discriminação a deficientes físicos. “Atitudes inaceitáveis. Isso atenta contra a dignidade da pessoa humana e o Estado Democrático de Direito”, continuou.

Já Alex Stein afirma que a sociedade precisa barrar atitudes com inspiração fascista. “Em Itajaí, 2º maior PIB do estado, ainda é grande o número de pessoas que seguem atuando de forma criminosa, tentando intimidar a população por uma visão política diferente da sua. Precisamos colocar um basta definitivo nesse tipo de atitude”, disse.