Se a expectativa do torcedor do Marcílio Dias era de que o prêmio de R$ 1,65 milhão recebido pela participação em duas fases da Copa do Brasil pudesse gerar um investimento em estrutura e em contratações futuras do clube, nada disso vai acontecer. O Marinheiro publicou na terça-feira uma prestação de contas dos valores recebidos da CBF, com respectivos descontos, bloqueios judiciais e premiações para atletas e comissão técnica. Do valor total, restou ainda uma dívida de R$ 105 mil com os jogadores.
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Pelas cifras divulgadas pela CBF, o Marcílio Dias teria direito a R$ 750 mil pela participação na primeira fase e R$ 900 mil pela participação na segunda fase. Porém, do valor total, o ...
Pelas cifras divulgadas pela CBF, o Marcílio Dias teria direito a R$ 750 mil pela participação na primeira fase e R$ 900 mil pela participação na segunda fase. Porém, do valor total, o Marinheiro teve descontados 5% para o INSS, 5% para a Federação Catarinense de Futebol e 5% para Sindicato dos Atletas/Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol.
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Com os descontos, o Marcílio Dias deveria receber cerca de R$ 1,4 milhão, porém dois bloqueios judiciais fizeram com que os valores sequer chegassem aos cofres do Marinheiro.
Em uma ação na justiça do Rio Grande do Sul, o Marinheiro teve bloqueados R$ 641.250,00 relativos à primeira fase e R$ 65.807,19 da premiação da segunda fase. A ação foi movida pelo ex-treinador Guilherme Macuglia, que passou pelo Marinheiro em 2014 e 2015, em campanha que acabou com o rebaixamento do time no Campeonato Catarinense.
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Segundo a diretoria do clube, junto com a ação de Macuglia, foram negociadas outras quatro ações que tramitam na justiça do Rio Grande do Sul.
O Marinheiro negociou o pagamento em R$ 400 mil de entrada e 40 parcelas de R$ 25 mil, sendo a primeira delas a partir de 25 de março. Com o acordo feito, de todo o valor bloqueado na justiça, o clube deve receber o estorno de R$ 305 mil, que será destinado ao pagamento de parte da premiação dos jogadores.
Indenização por tiro
A outra ação na qual a premiação da Copa do Brasil foi alvo de bloqueio judicial é ainda mais antiga, é de 2006 e foi movida pelo torcedor do Joinville Rafael Cesar Bueno, que levou um tiro no olho dentro do estádio Dr. Hercílio Luz, após uma partida do Marinheiro contra o JEC, em 2005.
Marcílio Dias e Federação Catarinense de Futebol foram condenados a pagar uma indenização por danos materiais e morais no valor de R$ 1,158 milhão, dividida entre as partes. Com isso, a parte que caberia ao Marcílio pagar, R$ 579 mil, foi bloqueada pela justiça do valor que o Marinheiro teria a receber da CBF.
Premiações aos jogadores e comissão técnica
O restante da grana que sobraria ao Marinheiro vai para os jogadores e a comissão técnica. É a premiação pela conquista da Copa Santa Catarina, que deu vaga para a Copa do Brasil. Os atletas têm direito a uma premiação de R$ 200 mil, e a comissão técnica de R$ 50 mil.
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Além disso, a diretoria rubro-anil ofereceu outra premiação, o popular “bicho”, caso o time vencesse a Chapecoense pela primeira fase da Copa do Brasil, no valor de R$ 200 mil. Com a vitória por 1 a 0 e a classificação para a segunda fase, a premiação do elenco chegou ao total de R$ 450 mil.
Com outros custos que o clube teve, como mais R$ 40 mil de premiação extra, e R$ 40 mil para o escritório de advocacia que moveu a ação do ex-treinador Guilherme Macuglia, o Marinheiro fechou a sua prestação de contas com um débito de R$ 105 mil com os atletas e comissão técnica pelas premiações, que o clube divulgou que vai juntar grana para pagar em breve.