2 de fevereiro
Definida a programação da 8ª Caminhada de Iemanjá
O evento já é tradicional na praia de Cabeçudas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A Rainha do Mar, Iemanjá, Dandalunda, Inaé, Janaína, Marabô, Mucunã, Princesa de Aiocá, pode ser chamada de muitos nomes. No entanto, o dia para celebração é o mesmo: 2 de fevereiro. Em Itajaí, pelo oitavo ano as areias da praia de Cabeçudas serão tomadas pelos fiéis para homenagear a rainha do mar.
A caminhada de Iemanjá começa às 19h a partir do templo de Ogum Beira-Mar, em Cabeçudas.
“O evento acontece há sete anos e se tornou tradição entre os moradores de Cabeçudas, devotos e simpatizantes da cultura afro-brasileira que esperam na frente das suas casas a imagem de Iemanjá com seu cortejo. A divindade transcende a religiosidade para tomar seu lugar de destaque na cultural regional. A caminhada de Iemanjá de Cabeçudas cresce mais e reúne pessoas de diversas localidades e credos," diz o produtor cultural, pai de santo e dirigente espiritual do Templo de Ogum Beira-Mar, André Trindade Vieira.
Antes da caminhada, ocorrerá a live da influenciadora digital do Canal Macumbaria Juliana de Passos, com a participação da mãe Iara de Oxum, idealizadora da Caminhada da Pedra de Xangô de Cajazeiras, na Bahia, a partir das 17h30.
A live será transmitida pelo canal do YouTube do Terreiro André Trindade. Às 19h o cortejo parte do templo em direção ao pontal norte da praia de Cabeçudas, também conhecido como Canto de Iemanjá.
“Na orla os devotos poderão levar seus presentes e pedidos e receber o axé e patuá de Mãe Iemanjá, de forma ordenada”, adianta André.
A programação conta ainda com diversas apresentações voltadas para a cultura afro-brasileira, dentre elas o Grupo Afro Cores de Aidê [de Florianópolis] e a apresentação artística da Dança dos Orixás e Curimba do Templo de Ogum Beira-Mar, do grupo Maracatu Nova Lua, de Balneário Camboriú, e performances teatrais. A entrega do barco está programada para as 21h30.
Intolerância religiosa
A edição deste ano tem o objetivo de conscientizar a população com relação à intolerância religiosa, demonstrada recentemente: a imagem de Iemanjá fixada em um banco de pedras no pontal norte da praia de Cabeçudas teve a cabeça arrancada a marretadas.
“Esse ato, além de ser um crime, mexeu com o sagrado e com a fé de muitas pessoas. Na nossa cultura e religião não pregamos a violência e sim o amor e o respeito às crenças”, destaca o pai de santo.
O culto à umbanda em Cabeçudas surgiu com a implantação do Templo de Ogum Beira-Mar [ou Terreiro André Trindade, como também é conhecido] há 13 anos, e convive harmoniosamente com as demais religiões.
Hoje o Templo de Ogum tem mais de 50 filhos de santo e a cada encontro reúne em torno de 100 pessoas. “No decorrer do ano devem passar pela casa mais de mil pessoas distintas”, diz André. A festa de Iemanjá também é apreciada pelos moradores do bairro de Cabeçudas.