Relógio doado por Luís XIV ao Brasil e quadro de Di Cavalcanti estão entre objetos vandalizados
Salões, o Plenário e até o elevador do Supremo Tribunal Federal foram depredados
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Os terroristas que invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o prédio do Supremo Tribunal Federal neste domingo destruíram também parte do acervo da história nacional.
Além das vidraças e móveis, os vândalos também rasgaram documentos, roubaram armas e destruíram uma obra do pintor modernista Di Cavalcanti. Até o relógio que pertenceu à família real brasileira, que foi presente de Luis XIV, foi destruído. A porta do armário do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada é arremessada.
Além das vidraças e móveis, os vândalos também rasgaram documentos, roubaram armas e destruíram uma obra do pintor modernista Di Cavalcanti. Até o relógio que pertenceu à família real brasileira, que foi presente de Luis XIV, foi destruído. A porta do armário do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada é arremessada.
Na tarde desta segunda-feira, o governo federal divulgou uma nota à imprensa sobre a avaliação preliminar feita pela equipe responsável pelo acervo com uma lista dos objetos danificados.
Veja os objetos danificados
• Obra "Bandeira do Brasil", de Jorge Eduardo, de 1995 — que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes instalados.
• Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e vandalizadas.
No 2º andar:
• O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias.
No 3º andar:
• Obra "As mulatas", de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões.
• Obra "O Flautista", de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliada em R$ 250 mil.
• Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
• Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
• Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
• Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
De acordo com o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, vai ser muito difícil a restauração do Relógio de Balthazar Martinot, mas será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas.
O prejuízo em relação ao cenário de destruição ainda não foi calculado.
"O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK," afirmou Carvalho.
Após vídeos e imagens circularem nas redes sociais mostrando a maioria dos terroristas com a camisa do Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol também emitiu uma nota repudiando o uso da camisa da seleção em atos antidemocráticos e de vandalismo.
"A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir, não para separar, os brasileiros", escreveu a confederação. "A entidade repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo."
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