A Praia de Mariscal, em Bombinhas, saiu da lista dos locais certificados pelo programa Bandeira Azul, que reconhece praias que cumprem padrões de qualidade da água e de gestão ambiental. De acordo com denúncia da vereadora Isabela Camile da Silva dos Santos (PSDB), Mariscal perdeu a certificação por problemas de balneabilidade.

Segundo ela, a praia não poderá hastear a Bandeira Azul durante todo o ano de 2023. No último relatório do Instituto de Meio Ambiente (IMA), Bombinhas aparece com todas as praias com classificação imprópria para banho, incluindo a de Mariscal. Para a vereadora, a situação é motivada pela falta de saneamento básico na cidade.

Isabela alertou para o risco das outras duas praias de Bombinhas com Bandeira Azul – Quatro Ilhas e Conceição – perderem a certificação por falta de condições de balneabilidade. Ele responsabilizou o prefeito Paulo Henrique Dalago Müller (UB) pelo atraso na construção do Sistema de Tratamento de Esgoto da cidade.

Em postagem nas redes sociais, a vereadora destacou que a implantação do serviço é usada como promessa de campanhas políticas, desde a época da gestão da prefeita Paulinha, mas há mais de 10 anos o projeto não é priorizado pelo governo pra sair do papel. 

“Tão nítido é o desprezo pelo meio ambiente do município que os mesmos rejeitam todos os estudos de Suporte e Capacidade de Carga da cidade, elevando o Plano Diretor para a contemplação de mais prédios e áreas construídas”, criticou a parlamentar.

Até o final do ano, Mariscal constava na lista de locais premiados no Bandeira Azul. Ainda em novembro, o prefeito destacou em postagem o fato de a cidade ter três praias certificadas pelo programa. Na ocasião, o município também foi premiado como destaque em Educação Ambiental.

O Instituto Ambientes em Redes confirmou que Mariscal teve problemas com a qualidade da água nas últimas semanas. A certificação está cancelada para este ano. “Mas o município manterá todas as atividades planejadas para a temporada e deverá comprovar a retomada da qualidade para concorrer novamente", esclareceu.

Praia Central de BC, Porto Belo e Itapema poluídas

O primeiro relatório de balneabilidade do ano e o sétimo da temporada de verão mostra todas as praias de Bombinhas, Porto Belo e Itapema impróprias para o banho. Em Itajaí, dos cinco pontos monitorados, apenas um está impróprio, na saída na lagoa do Cassino. O resultado foi divulgado na sexta-feira com base na coleta de amostra na segunda-feira.

Em Navegantes, são três pontos impróprios na praia do Gravatá. Em Penha, estão impróprias as praias Alegre, Quilombo, Fortaleza e dois trechos da praia de Armação, além da praia de São Miguel. Balneário Piçarras mantém a balneabilidade em todos os pontos.

Em Balneário Camboriú, a Praia Central segue com todos os pontos monitorados como impróprios. A situação persiste nessa condição desde o final de novembro. A balneabilidade é positiva apenas nas praias agrestes, em Laranjeiras, Taquaras, Estaleiro e Estaleirinho.

Pelo monitoramento da Emasa, o último relatório, do dia 23 de dezembro, aponta apenas três dos 15 locais monitorados com condições impróprias: Lagoa de Taquaras, frente da rua 3500 (Praia Central) e pontal Norte. Neste ano, a autarquia ainda não divulgou novo levantamento

Governo pode mudar as coletas

A metodologia de coleta das amostras em BC deve ser discutida neste mês entre o governo estadual e o IMA. O deputado estadual Carlos Humberto (PL) e o deputado federal Jorge Goetten (PL) levaram ao governador Jorginho Mello (PL) pedido do Sindicato dos Hoteis, Bares e Restaurantes de Balneário Camboriú (Sindisol) pra que seja a coelrevisto o modelo de coleta.

Há um entendimento do município e do setor turístico de que as amostras não deveriam ser feitas após as fortes chuvas, como as ocorridas no final de novembro e dezembro, pois a sujeira trazida pelas enxurradas comprometeria o resultado das análises e mantém as praias impróprias de forma incorreta.

Para Goetten, Balneário é “vítima” de uma “injustiça” porque as enxurradas alteram a qualidade da água da praia.  “Não podemos tolerar injustiça! Por isso, levamos o pedido do Sindisol ao governador Jorginho, para que essa situação seja resolvida e os trabalhadores do turismo , de BC e toda Santa Catarina não sejam mais vítimas desse problema", disse.