2023
Portonave, APM e CTil serão os maiores players do complexo portuário
CTIL Logística trabalhará com cargas gerais; APM Terminals e Portonave seguem focando em cargas conteinerizadas
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A partir de 2023, o complexo portuário de Itajaí terá três grandes operadores portuários, com a chegada da CTIL Logística na área B do cais peixeiro. A empresa fundada no Rio Grande (RS) atua com cargas gerais e vai se juntar à APM Terminals, no porto de Itajaí, e à Portonave, em Navegantes, que atuam com cargas conteinerizadas.
A CTIL aguarda a assinatura do contrato transitório de arrendamento dos berços 3 e 4 do porto, mas já é qualificada como operadora e pode movimentar cargas na área pública.
Navios com cargas gerais, de veículos, de cruzeiros e as chamadas cargas de projetos – aquelas com dimensões e pesos especiais – podem ser operados pela empresa, diversificando o perfil do complexo. Para o diretor da CTIL Port, Alexandre Santos, toda a região ganha com a chegada da empresa, especialmente os trabalhadores portuários de Itajaí.
Ele explica que as cargas de projeto demandam muita mão de obra. “Como na área pública a gente só opera com TPAs (Trabalhadores Portuários Avulsos), essa mão de obra vai ser muito beneficiada”, acredita. Ele adianta que a CTIL tem projeto de ser um porto multiuso, trazendo cargas como de madeira, celulose e ferro, entre outras já direcionadas no portfólio da operadora e que só esperam a homologação da área B pela Antaq.
A empresa aguarda a garantia do contrato pra fazer investimentos na infraestrutura da área primária do porto e começar as novas operações. Alexandre estima de R$ 3 a 5 milhões de recursos para ampliar áreas de recebimento de cargas. A ideia é instalar tendas pra abrigar as mercadorias pro embarque e fazer melhorias de tecnologia e suporte, como internet.
“Hoje o armazém que tem no porto não suporta sozinho o recebimento de tanta carga que a gente projeta trazer”, afirma Alexandre. “Quem ganha é toda a região. Porque a carga estando aqui, os navios vêm pra cá, a operação acontece toda em nossa região e isso é importante. O complexo em si vai ser muito valorizado. O projeto da CTIL Port é trazer um conceito diferente do que não estava sendo explorado na área pública”, completa.
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de cargas
Operador portuário
A empresa se qualificou em 2021 como operador portuário em Itajaí, sendo a primeira a se cadastrar depois de anos do terminal contar só com a APM. “Mostramos para o mercado que aqui é uma oportunidade, principalmente para o navio, que chega e já quase faz uma atracação direta. Aqui a gente não tem fila, diferente de outros portos com cargas de projeto, como Paranaguá, São Francisco do Sul e Santos”, compara.
O projeto da CTIL para Itajaí incorporaria todo o porto, incluindo operações de contêineres. A empresa ganhou também o edital da área A (berços 1 e 2), mas a Superintendência do Porto decidiu manter o serviço com a APM. Alexandre informa que a empresa seguirá o foco de trabalho na área B, para “ajudar” a cidade que, segundo ele, foi prejudicada pelos atrasos do governo federal em fazer o leilão de privatização.
Para o diretor, a situação atrapalhou o cronograma para investimentos de grandes empresas e afetou o ganho dos portuários. “A ideia é transformar a área B, hoje obsoleta, numa fonte de renda pra cidade e também para os trabalhadores avulsos”, completou.
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Aumento de cargas gerais é esperado
O contrato da área B seguia sob análise da Antaq até o dia 15 de dezembro, segundo o superintendente do porto de Itajaí, Fábio da Veiga. Ele ressaltou que é preciso esperar a posição do órgão pra assinar o arrendamento, que terá prazo inicial de seis meses.
Independentemente do processo, a CTIL, como operadora portuária, já tem previsão pra movimentar um navio de carga de madeira na semana que vem. Segundo Fábio, com a empresa, junto com a SC Portos, outra qualificada pra operar no cais público, os berços terão uma movimentação “significativa” de carga geral. Só de cargas de veículos, para 2023 são esperadas entre 12 a 18 atracações.
Quanto à movimentação de contêineres pela APM, a expectativa do superintendente é que a empresa consiga retomar plenamente as operações a partir de março de 2023. “Somado à operação na margem esquerda, na movimentação da Portonave, esperamos ter, principalmente a partir do segundo trimestre, uma grande movimentação portuária no complexo portuário de Itajaí”, avalia.