s Associações Unidos por Itajaí e Anjos do Bem lançaram um abaixo-assinado on-line pra juntar assinaturas para pressionar a empresa NGI, que presta o serviço de travessia do rio Itajaí-açu, entre Itajaí e Navegantes, aceitar o pagamento por Pix e cartão de crédito e débito. A empresa aceita apenas pagamentos em dinheiro pelo serviço e a restrição tem causado revolta nos usuários.
Segundo Patrick Dauer, presidente da Unidos por Itajaí, a meta é chegar a 1,5 mil assinaturas. “Estamos lutando para que o ferry boat aceite cartão ou pix e não cobre a travessia dos ciclistas e pedestres. Atualmente, as pessoas quase não andam com dinheiro, usam outras formas eletrônicas de pagamento, como cartões de crédito/débito e Pix”, justifica Patrick.
Ele alega que a travessia é muito cara e que o serviço continua sendo usado porque não há alternativas. “Enquanto não temos uma ponte ou um túnel, pelo menos, temos que ser respeitados e termos mais alternativas de pagamento para facilitar a contratação do serviço”, opina.
Patrick, também, alega que a gratuidade dos ciclistas e pedestres é fundamental para apoiar o desenvolvimento e a geração de empregos na região - o governo do estado subsidia a travessia pra trabalhadores. “Muitas pessoas não têm condições de chegar a entrevistas de emprego, nem iniciarem o empreendedorismo por não terem dinheiro para pagar a travessia”, diz.
Até às 14h desta segunda-feira, o abaixo-assinado tinha reunido 1013 assinaturas. Os interessados em participar devem acessar o link e fazer a assinatura do abaixo-assinado.
Em nota oficial divulgada no domingo, a NGI reafirmou que o pagamento no embarque é aceito somente em dinheiro. O usuário até pode comprar passe, por meio de cartão de débito ou Pix, mas a compra deve ser feita de forma antecipada no escritório da empresa, que não funciona nos finais de semana.
A NGI, ainda, informou que vem tendo tratativas com a Secretaria de Estado da Infraestrutura para a implantação da bilhetagem eletrônica.
Confusão na travessia
O abaixo-assinado teve início após o vídeo da confusão ocorrida no dia 26 de março no ferry boat viralizar nas redes sociais. Na ocasião, o programador gaúcho Alexandre Canes, de 41 anos, filmou e denunciou um episódio que passou no local.
Ele narra que estava acompanhado da esposa, grávida de seis meses, e da filha bebê, mas não tinha dinheiro em espécie para fazer o pagamento do serviço. O motorista tentou fazer o pagamento por cartão ou Pix, mas não foi aceito pelos funcionários da empresa, e houve uma discussão que culminou em agressões.
O motorista acusa, tanto um funcionário do ferry boat como um outro motorista que estava na plataforma, de agressões físicas. A vítima registrou o caso na delegacia e afirma que está acionando judicialmente o ferry boat.
Em nota oficial divulgada no domingo, a NGI reafirmou que o pagamento no embarque é aceito somente em dinheiro. O usuário até pode comprar passe, por meio de cartão de débito ou Pix, mas a compra deve ser feita de forma antecipada no escritório da empresa que não funciona nos finais de semana.
A NGI ainda informou que vem tendo tratativas com a Secretaria de Estado da Infraestrutura para a implantação da bilhetagem eletrônica.
Ferry diz que usuário quis atropelar marinheiros
Já a NGI publicou uma nova nota oficial contestando a versão do programador gaúcho Alexandre Canes. A empresa alega que, além de não pagar a travessia, o motorista tentou atropelar os funcionários do ferry boat.
A empresa, ainda, voltou a afirmar que a agressão ao motorista não foi cometida pelos funcionários da embarcação, mas por um motorista que estava no local e teve a traseira do veículo atingida pelo carro de Alexandre. “Em nenhum momento, sob nenhuma circunstância, houve qualquer tipo de agressão dos funcionários para com o usuário ou qualquer integrante de sua família, que estava no veículo em questão”, diz a nota.
A NGI alega que essa não foi a única situação envolvendo o motorista, e “que utiliza a travessia com frequência e sabe das regras de pagamento da tarifa no momento do embarque”. “Funcionários, que tentaram impedir sua saída da embarcação, sofreram uma tentativa de atropelamento do mesmo, que acelerou seu veículo, por mais de uma vez, contra os funcionários. A empresa entende que este, sim, foi ato de agressão do usuário contra os colaboradores da empresa”, completou a direção.
A NGI ainda alega que há placas fixadas nas duas margens da travessia, informando a forma de pagamento. O departamento jurídico da empresa afirma que vai ingressar com uma ação judicial já que, segundo a empresa, o usuário infringiu o Art. 261 do Código Penal, que é “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”.