Policiais federais de Itajaí prenderam dois de três mentores do bando acusado de montar uma pirâmide financeira para aplicar golpes contra o Sistema Financeiro Nacional. Os presos eram o diretor e o CEO da New Age Capital, que tinha ligação com a Catena Bank. As duas empresas pirâmides tinham sede em Balneário Camboriú, mas o espaço físico estava fechado desde 2021. Eles foram presos em BC e Tubarão. Um terceiro mentor do esquema ainda está foragido da justiça.

A operação aconteceu na manhã de terça-feira e cumpriu oito ordens de busca e apreensão. A PF acredita que cerca de 120 pessoas foram lesadas, com um prejuízo estimado em R$ 15 milhões. Além de Balneário e Tubarão, as ordens judiciais foram cumpridas em Camboriú e na cidade paulista de Barueri.

Os policiais também estão fazendo o bloqueio e o sequestro de bens em nome de pessoas físicas e jurídicas da organização criminosa.

O delegado Mauricio Todeschini está fazendo o levantamento das apreensões. Ele adiantou que houve apreensão de dinheiro em espécie, mas não em grande volume.

Segundo a investigação, cerca de 20 pessoas iniciaram as atividades ilegais no ano de 2019, com empresas que atuavam na forma de banco digital, sem autorização do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O grupo atuava com a falsa promessa de rendimentos acima dos juros pagos pelo mercado, captando recursos financeiros na forma de depósitos em dinheiro ou por meio da negociação de criptomoedas. 

Empresa fechou as portas

A principal empresa envolvida no esquema, a NAC, encerrou suas atividades em 2021 alegando que todos os investimentos dos clientes estariam bloqueados em uma conta de uma corretora de criptomoedas.

Pra tentar se livrar da responsabilidade, essa mesma empresa fez um boletim de ocorrência acusando uma celebridade italiana de ficar com o dinheiro investido pelas vítimas do grupo. Segundo a PF, há suspeita de que, realmente, a maior parte do dinheiro está com a tal celebridade na Itália. O cara teria passado a perna no grupo de brasileiros e ficado com a maior parte do dinheiro angariado com os golpes.

Todos os infratores brasileiros envolvidos no esquema foram indiciados por organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional.

O delegado Maurício instruiu as vítimas do bando que denunciem os golpes através do  e-mail denunciapiramides.iji@pf.gov.br.