ITAJAÍ 

Audiência pública vai debater poluição sonora e perturbação do sossego

Debate busca criar medidas mais eficientes para denúncia de casos e solução dos problemas

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Proposta de vereadores quer reforçar lei do silêncio em Itajaí (Foto: João Batista)
Proposta de vereadores quer reforçar lei do silêncio em Itajaí (Foto: João Batista)
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Audiência pública na noite da próxima quarta-feira, a partir das 19h, vai discutir na Câmara de Vereadores de Itajaí o problema da poluição sonora e perturbação do sossego na cidade. O pedido da audiência é da vereadora Anna Carolina Martins (PSDB) e leva em conta as queixas contra a barulheira em Itajaí, principalmente de locais como bares e casas noturnas, além de festas particulares e veículos. A reunião terá formato presencial e on-line.

Em debate estará a criação de meios eficientes para denúncia e solução de problemas, com a participação de órgãos públicos responsáveis pela segurança e fiscalização. “Essa é uma questão bastante polêmica e que, literalmente, tem tirado o sono de muita gente”, comenta Anna Carolina.

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A vereadora relatou   que recebeu diversas reclamações sobre a barulheira, ressaltando que as pessoas têm dúvidas sobre para quem e como denunciar. “Muitas vezes os munícipes são orientados a registrar as demandas sob forma de boletim de ocorrência e sofrem retaliação dos vizinhos em razão da necessidade de identificação”, informa.

Ainda no ano passado, a vereadora questionou o município sobre a liberação de alvará para estabelecimentos como bares, casas noturnas e similares, e sobre como é feita a fiscalização desses locais e os canais de denúncia.

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A prefeitura explicou que a liberação de alvará de locais sem previsão de entretenimento requer termo de compromisso quanto à não utilização de equipamentos sonoros, e, com previsão de entretenimento, é necesssário o laudo acústico com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

A fiscalização cabe a diversos órgãos públicos, dependendo da competência de cada um, entre eles a auditoria fiscal e o Instituto Itajaí Sustentável (Inis).  As denúncias da população podem ser feitas para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e pela Ouvidoria.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sons com mais de 55 decibéis já podem prejudicar a saúde. A partir de 85 decibéis, o barulho pode até causar perda de audição, dependendo da intensidade do barulho e do tempo de exposição.

No caso de veículos, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê multa e apreensão de veículos com escapamentos sem silenciador ou com defeitos, sendo infração grave. O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) limita o barulho de motos fabricadas até 1998 em 99 decibéis. Para modelos novos, os níveis vão de 75 a 80 decibéis, conforme a cilindrada.

Fiscalização em blitze

Entre o final de fevereiro e início de março, a Codetran realizou em parceria com a Polícia Militar a operação “Silentium” em Itajaí, com barreiras de orientação e fiscalização na região das praias e nos bairros. Mais de dois mil veículos foram abordados.

Houve 217 autos de infrações, 18 veículos guinchados, 51 documentos retidos, dois termos circunstanciados, quatro recusas de bafômetro e uma prisão. Segundo a Codetran, houve casos de condutores bêbados, motos com escapamento adulterado e motoristas sem CNH.

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Mil denúncias atendidas em 2021 pela PM

Na reunião no ano passado, o tenente-coronel Diego Pereira Chanes, comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar de Itajaí, relatou que existe uma grande demanda, mas que poucas pessoas que prejudicam o sossego alheio são punidas porque o Judiciário não permite o anonimato do denunciante. Ele sugeriu a realização de campanhas educativas para a sociedade.

Conforme dados do batalhão, em 2021 a PM recebeu mil denúncias em relação a perturbação de sossego. Do total, porém, somente uma delas seguiu com representação judicial, tendo em vista a exigência de, no mínimo, duas vítimas. Para os vereadores, as normas da lei do silêncio, que é federal, não são eficazes pra aplicação na prática devido à exigência de identificação.

Enquanto se busca alternativas locais, o vereador Rubens adianta que será solicitado aos deputados que eles modernizem a legislação. A perturbação do sossego alheio é uma contravenção penal, sendo que as regras, de 1941, ainda preveem até hoje, além de prisão simples, multa cobrada em "contos de réis".

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Lei do silêncio pode ser atualizada

Os debates para solucionar o problema ocorrem há anos no legislativo. No mês passado, os vereadores Rubens Angioletti (Podemos) e Marcelo Werner (PSC) apresentaram projeto de lei que complementa o Código de Posturas. A proposta prevê maior autonomia às forças de segurança, que teriam o direito de autuar o responsável pelo barulho sem a necessidade de haver um denunciante.

Atualmente, a PM e a GM só atendem ocorrências de perturbação ao sossego quando há a formalização da queixa pelo denunciante. No entanto, muitas pessoas têm medo de registrar BO devido a represálias e as guarnições não chegam a ir até o local. “A legislação vigente tem algumas lacunas. Por essa razão, os processos não chegam ao fim, as queixas e denúncias acabam arquivadas pelo Ministério Público”, avalia Marcelo.

Ele destaca que a proposta visa construir soluções administrativas para diminuir as ocorrências na cidade. “Os ajustes são necessários para que o cidadão tenha a garantia de que a sua denúncia não o coloca em risco”, observa. A mudança ajudaria o trabalho da polícia, segundo Rubens Angioletti. “A polícia estará resguardada perante a lei para punir aqueles que incomodam as pessoas”, diz.

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O projeto aborda a proibição de barulho vindo de imóveis e de veículos estacionados. A proposta ainda tramita nas comissões técnicas da câmara. Ela foi elaborada a partir de reunião dos vereadores em outubro de 2021 com as forças de segurança, Inis, secretaria de Urbanismo e Codetran. A proposta também foi inspirada na “lei do Psiu”, em vigor em Blumenau desde 2014.

 




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