Mundo
Brasileiro é preso após assumir identidade de criança morta
Comissário queria se passar por americano para facilitar permanência nos Estados Unidos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Brasileiro e criado em São Paulo, Ricardo César Guedes é acusado de roubar a identidade de William Ericson Ladd, nascido em 1974 e falecido em um acidente de carro aos cinco anos de idade. Ricardo, comissário de bordo da empresa aérea United Airlines, foi preso pelo governo dos Estados Unidos após a descoberta. Ele assumiu a identidade falsa por mais de 23 anos. Guedes teria encurtado o nome para Eric Ladd e usado a identidade roubada para trabalhar legalmente no país.
Segundo o portal Business Insider, a mudança de nome ocorreu em 1998, quando Ricardo passou a usar um passaporte americano com o nome da vítima para tentar trabalhar na United Airlines. Nascido em São Paulo em 1972, ele conseguiu renovar seu passaporte seis vezes até a descoberta de indícios de fraude pelo Departamento de Estado, em 2020.
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No seu pedido mais recente de renovação de passaporte, há dois anos, o brasileiro queria mudar “seu” nome acrescentando “Caldas” - que viria da cópia de sua certidão de casamento com uma pessoa que teria esse sobrenome. Em julho de 2021, Debra Lynn Hays, mãe do verdadeiro William Ericson Ladd, confirmou o nascimento e a morte de seu filho aos investigadores.
Os investigadores conseguiram rastrear a identidade de Guedes e relacioná-la às suas origens no Brasil a partir das impressões digitais que estavam em um documento com o qual ele entrou nos Estados Unidos pela primeira vez nos anos 1990, ainda como brasileiro. Eles descobriram a correspondência após a comparação entre essas digitais e as que Ricardo enviou para tentar o emprego na United Airlines.
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O brasileiro foi acusado de fornecer declaração falsa em pedido de passaporte, falsamente se passar por um cidadão americano e entrar na área restrita do aeroporto sob falsos pretextos, afirma a denúncia. A última acusação foi feita porque os privilégios de Guedes como comissário de bordo dos EUA permitiam que ele contornasse a maioria das verificações de segurança com seu status de membro de tripulação.
Agentes prenderam Guedes no aeroporto após vê-lo embarcar em um voo segurando um telefone que dizia "iPhone de Eric" na tela. Um advogado que representa Guedes não quis comentar o caso.
Em nota, a United disse que Guedes não era mais empregado da companhia aérea. "A United tem um processo de verificação completo para novos funcionários que está em conformidade com os requisitos legais federais", afirmou a companhia.