Em Navegantes a situação dos fura-filas não é diferente. Segundo a moradora Luciane de Aguiar, além de esperar 40 minutos na fila do ferry, ela ainda testemunhou dois veículos furarem a fila nesta semana.
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“Para minha surpresa, na altura da prefeitura, uma caminhonete Amarok simplesmente chegou buzinando e entrou atrás do meu carro e em seguida um carro da Fiat fez o mesmo, buzinou e atravessou três carros à minha frente. Saí do carro e fui tentar argumentar com os dois motoristas mal educados, mas sem sucesso, não abriram o vidro e ainda foram desrespeitosos comigo. Ao chegar no ferry comuniquei o rapaz sobre o ocorrido, mas não tomaram nenhuma atitude”, lamenta Luciane.
A leitora ainda tentou contato por telefone com a administração do ferry-boat - ninguém atendeu -, com a Navetran e com a Polícia Militar, mas ambos se isentaram de responsabilidade. “A Navetran disse que não tinha viatura disponível para averiguar e falou para ligar para a polícia. A polícia Militar disse que não poderia fazer nada, porque furar fila não é crime, apenas falta de educação”, comenta.
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Segundo a NGI Sul, empresa que administra o ferry boat, as ocorrências de filas nesta época do ano são consideradas normais, já que muitos motoristas utilizam a travessia como rota alternativa ao movimento nas rodovias da região.
“Sobre motoristas que tentam furar a fila, havendo a identificação desses usuários, os mesmos são impedidos de acessar a rampa. No mais, a NGI tem realizado investimentos em sua infraestrutura com embarcações com maior capacidade de veículos e uma operação especial na alta temporada”, diz a nota enviada pela empresa.
Órgãos de trânsito ignoram
A Codetran, de Itajaí, e a Navetran, de Navegantes, alegam que a responsabilidade por organizar a fila do ferry boat é da empresa. Os órgãos de trânsito dos municípios trabalham no entorno apenas para garantir que as vias públicas não sejam obstruídas.
“A Codetran sempre presta ajuda nas filas do ferry, estamos ali sempre orientando para que o trânsito não fique parado, não tranquem cruzamentos. A função de organizar as filas é da empresa. Eles quem devem disponibilizar um funcionário para organizar”, alega o coordenador da Codetran, Robson Costa.
Joziel José Pereira, superintendente da Navetran, dá a mesma explicação. “A Navetran não tem responsabilidade, é competência da empresa. Quando há um fluxo muito grande de veículos na cidade, no bairro São Pedro (onde inicia a fila do ferry), nos preocupa a obstrução das vias, entrada e saída de moradores e de quem está transitando por ali. Com relação aos furões, não é competência nossa, e quando parte para a agressão física, aí parte para a esfera policial”, completa.
Sonho do túnel
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Aprovado pela Comissão de Financiamento Exterior (Cofiex), do Ministério da Economia, a implementação de um túnel subaquático entre Itajaí e Navegantes pode se tornar uma realidade em 2028. O túnel está incluso em um pacote de obras do projeto de Mobilidade Integrada Sustentável da Amfri.
As obras têm previsão de investimento de 120 milhões de dólares, sendo 90 milhões do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, e 30 milhões em contrapartida dos municípios da Amfri.
Segundo a Amfri, os estudos já realizados apontam uma tarifa de pedágio do túnel que varia entre R$ 4,50 e R$ 10. O túnel imerso sob o rio Itajaí terá faixas exclusivas para o transporte coletivo e aos pedestres e ciclistas. Os módulos de concreto seriam ancorados a uma profundidade de 23 metros a fim de garantir o acesso de navios no canal do complexo portuário.
Os projetos estão previstos para iniciar em 2024, com prazo de entrega de quatro anos. As obras serão garantidas pelo Banco Mundial, com responsabilidade de execução dos municípios da Amfri.
A próxima fase para o financiamento sair do papel se inicia em janeiro, com a estruturação do financiamento, autorização do poder legislativo das cidades da Amfri e execução dos projetos de engenharia, com a modelagem jurídica de concessão, além eos Estudos de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental.
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