O empresário Emílio Dalçóquio entrou em contato com a redação do DIARINHO para afirmar que não tem participação na produção da “Cerveja Bolsonaro”, idealizada por empresários bolsonaristas. Na mensagem enviada ao jornal, o advogado do empresário, Nicholas Meira, cita que nem Dalçóquio, nem a entidade Lux Brasil, presidida pelo empresário, estão nesta empreitada, e que a matéria publicada pelo DIARINHO é “inverídica” e “falaciosa”.

Meira acrescentou que Dalçóquio nunca fez parte ou autorizou qualquer produção de bebida ou evento semelhante, e destacou que seria importante uma “retratação” por parte da imprensa.

O DIARINHO, na ocasião da publicação da matéria, enviou um pedido de informações à Lux Brasil a fim de apurar a participação de Emílio nesse projeto. A redação tentou apurar mais características e valores da bebida, empresários participantes e o motivo da citação da associação itajaiense no projeto, mas de início, não houve posicionamento da entidade. A Lux Brasil, presidida pelo itajaiense, é uma entidade política que visa difundir a ideologia de extrema-direita. 

Diante da posição, ficou o mistério sobre quem patrocina a produção da bebida, destinada a fãs de Bolsonaro que podem degustar a cerveja olhando para a foto do “mito” estampada na lata. O objetivo seria levantar recursos para repassar para Bolsonaro custear a tentativa de reeleição.

Fundos para a campanha 

Para anunciar o produto, um empresário identificado inicialmente como Renato divulga a cerveja e a relaciona diretamente à entidade, pois fala para os grupos de whatsapp da Lux Brasil. “Nós criamos a cerveja Bolsonaro com o propósito de angariar fundos para a campanha  de reeleição de nosso presidente, e está dando certo, muito certo, porque o pedido é muito grande”. “O Brasil agradece”, diz outro rapaz, no mesmo vídeo. 

A criação veio na esteira da cerveja “Mito”, lançada em 2018 também com objetivo de dar uma forcinha à campanha eleitoral do então candidato à presidência pelo PSL. Agora, os empresários encomendaram à Salva Craft Beer a nova marca – que vem em lata verde amarela, estilizada, com uma foto do “mito” em destaque.

A bebida é “fraquinha”, perto de outras cervejas: tem teor alcoólico de 3,5% e chega aos seguidores do capitão nas versões lager, mais clara e leve; red lager com toques de caramelo e “schwarzbier”, com notas de café. Cada latinha tem 330 ml.