Remediando a alta da gasolina

Uber e 99 anunciam reajuste aos motoristas

Aumentos são de até 25% na 99 e até 35% na Uber, visando reduzir os impactos da alta de combustíveis

Motoristas da região esperam novo repasse e usuários reclamam dos preços (fotos: João Batista)
Motoristas da região esperam novo repasse e usuários reclamam dos preços (fotos: João Batista)

Os dois principais aplicativos de transporte, Uber e 99, anunciaram reajustes nos valores das corridas que são repassados aos motoristas. A medida visa amenizar os impactos da alta dos combustíveis e evitar a saída de parceiros. As empresas dizem que não haverá repasse dos reajustes aos passageiros, que já se queixam dos preços altos das viagens.

A 99 informou que o aumento do ganho dos motoristas foi definido a partir de testes em dezenas de cidades no último mês. O reajuste vai de 10% a 25% para os motoristas e, segundo a empresa, visa equilibrar a plataforma, “oferecendo mais ganhos para motoristas e mantendo a acessibilidade do serviço para os passageiros”.

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Conforme a empresa, os constantes reajustes dos combustíveis impactaram muito negativamente os serviços de transporte por aplicativo. O aumento aos motoristas começou a ser adotado em mais de 20 regiões metropolitanas do país e segue em expansão para outras cidades, sendo bancado pelo aplicativo.

Outras medidas pra manter o serviço atrativo envolvem parceiras com rede de postos e isenção de taxas em corridas em dias, horários e cidades específicas, quando o valor total das viagens fica com os motoristas. A 99 afirma que a oferta de um serviço de qualidade a um custo acessível permitiu que pessoas da classe C passassem a usar a plataforma com mais frequência.

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“A responsabilidade da 99 é continuar promovendo esse equilíbrio entre oferta e demanda para que as pessoas continuem se locomovendo com mais conforto e segurança, ao mesmo tempo em que os motoristas parceiros consigam obter seus ganhos e possam cuidar de suas famílias”, explica Livia Pozzi, diretora de operações e produtos da 99.

Em 2020, a empresa disse que investiu R$ 90 milhões sem serviços, gerando mais oferta e ganhos para os condutores, afetados pela redução de passageiros em meio à pandemia.

Pela Uber, o reajuste aos motoristas é de até 35% no valor das corridas, sem impactar no preço final para os usuários, segundo a empresa. A plataforma também considerou a alta no preço do combustível pra fazer a correção de valores e reajustar os ganhos dos parceiros. A medida já está valendo em diversas cidades e pra todas as modalidades do serviço.

Reajuste esperado na região

Motoristas de aplicativo relataram que o reajuste ainda não chegou na região de Itajaí e esperam que o repasse seja aumentado de fato pelas empresas. O motorista Mauro de Freitas, de 42 anos, trabalha há seis anos pelo aplicativo e há seis meses mora em Balneário Camboriú, de onde atende toda a região.

Ele conta que alguns motoristas desistiram da profissão por que não estava sendo mais lucrativo. Mauro se mantém na plataforma e trabalha mais nos horários com preço dinâmico, quando a alta demanda por carros em determinada região torna as viagens mais vantajosas. Mesmo assim ele observa que as empresas ficam com a maior parte do valor das viagens.

Mauro lembra que numa corrida entre Camboriú e Itajaí, de R$ 35, foi repassado apenas 25% do valor. Numa viagem entre Itajaí e Balneário, que gira em torno de R$ 20 sem dinâmica, menos de R$ 10 fica com o motorista. Os motoristas ainda ouvem queixas dos passageiros pelas viagens mais caras.

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“As empresas aumentaram pra elas [o valor] e não repassaram pra nós”, ressalta Mauro. Segundo a associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), o número de motoristas nas plataformas caiu 28% em 2021, devido o aumento dos custos e redução nos lucros. Para a entidade, o reajuste aos profissionais ainda é insuficiente.

Viagens mais caras, muitas recusas e menos carros nas ruas

Segundo empresas, aumento não será repassado aos passageiros

Por parte dos usuários, a queixa é pelo aumento dos preços das viagens nos aplicativos. Patrick Veneza, de 24 anos, que costuma usar as plataformas, relata que o serviço ficou mais caro, seguindo alta geral de preços em outras áreas. Ele faz corridas com frequência de Itajaí pra Balneário Camboriú e Navegantes.

“Teve um aumento de R$ 2 a R$ 5 nas corridas”, informa. Outra reclamação dele é que está havendo mais recusa de viagens pelos motoristas. A moradora de Camboriú, Marli Dobeck, disse que muitas vezes usa os aplicativos, mas nos horários que ela precisa pra  voltar pra casa, por volta das 17h30, os motoristas que atendem perto do Balneário Shopping evitam pegar corridas pra Camboriú por causa do trânsito.

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“E acaba ficando caro demais, já que o preço chega a quase R$ 30 nesse horário”, comenta. Diante da situação, ela acaba dependendo dos ônibus da Praiana, mas espera por melhorias no transporte público porque são poucos ônibus. “Colocar mais um carro seria uma baita solução, porque todos os dias é a mesma coisa, lotação total”, diz.

Mesmo viagens curtas e fora de pico ficaram mais caras. Algumas corridas de Itajaí pra Balneário chegaram a custar até R$ 80 perto do meio dia e no fim da tarde. Do bairro Fazenda para a BR-101, no trecho da rodovia Jorge Lacerda, uma viagem chegou a custar R$ 48 no horário do meio dia na semana passada.

A falta de carros à noite, maior indisponibilidade de carros durante o dia e a recusa de determinados destinos também estão entre as reclamações dos passageiros.

Dinâmica de preços

A 99 informou que o valor das tarifas é definido a partir de uma equação entre demanda e oferta, mas que trabalha pra oferecer preços mais acessíveis. Já os repasses aos motoristas são feitos por duas variáveis: distância percorrida e tempo de deslocamento.

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Segundo a empresa, desde a flexibilização das regras de isolamento social há aumento de chamadas de corridas, estimulado pelo uso do aplicativo por pessoas da classe C e pelo retorno de usuários das classes  A/B que deixaram de trabalhar em home office.

A Uber também relacionou a situação da pandemia à dinâmica da oferta e demanda que interfere nos preços, tempo de espera e disponibilidade de carros. “Com a pandemia, pessoas que antes não usavam a Uber no dia a dia agora estão optando pelo app”, informa.

“Nesse contexto, os usuários estão tendo de esperar mais tempo por um carro, e o motivo é que, especialmente nos horários de pico, há mais chamados do que parceiros dispostos a realizar viagens”, explica. Medidas como preço dinâmico e promoções são adotadas pela plataforma pra manter o serviço atrativo pra usuários e motoristas.

 




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