Cidades da região em alerta no risco de transmissão de dengue
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

De oito cidades da região da Amfri infestadas pelo mosquito Aedes aegypti, seis foram classificadas com risco médio e duas com risco baixo de transmissão da dengue, febre de chikungunya e zika vírus, conforme boletim da diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), atualizado na quinta-feira. Bombinhas e Navegantes estão entre 11 cidades do estado em situação de epidemia de dengue. A avaliação de risco tem por base o levantamento Rápido do Índice de Infestação (LIRAa) feito em novembro pelas 103 cidades catarinenses infestadas pelo mosquito da dengue. O relatório mostra que, do total de municípios, dois na região Oeste estão em risco alto, 36 apresentam risco médio e outros 65 estão em baixo risco. No risco médio, de uma a três casas têm focos confirmados a cada cem imóveis visitados. Na região da Amfri, estão em risco médio as cidades de Balneário Camboriú, Camboriú, Bombinhas, Itajaí, Itapema e Porto Belo. Em nível baixo de transmissão constam Balneário Piçarras e Navegantes, que lidera os casos de dengue na região. A taxa de incidência da doença em Navegantes, com 260 doentes, e Bombinhas, com 137 casos, deixa as duas cidades em nível epidêmico. A classificação relaciona o total de casos com o número de habitantes. Além das cidades com mais focos e casos, o relatório aponta os criadouros mais comuns do mosquito. Os dados são coletados pelas visitas dos agentes nas casas. Na comparação com novembro do ano passado, houve aumento do número de cidades infestadas, que passou de 76 pra 103, e da quantidade de criadouros inspecionados, de 78.785 pra 88.755. Pratinhos de plantas, baldes, lixo, sucata, calhas e piscinas são os depósitos mais comuns. A vigilância Epidemiológica estadual destaca que, mesmo com o aumento dos municípios com baixo risco, ainda é expressiva a proporção de cidades com médio e alto risco, o que favorece a ocorrência de surtos de doenças transmitidas pelo mosquito. “Com essa situação, é fundamental a intensificação das ações de controle envolvendo outras áreas da gestão municipal e da sociedade civil organizada, a fim de eliminar e adequar locais que possam acumular água”, alerta o órgão. Ações reforçadas em Camboriú Em Camboriú, a secretaria de Saúde iniciou na quarta-feira diversas ações de conscientização pra controle do mosquito. Segundo o coordenador do programa de Combate à Dengue, Pedro Augusto de Mendonça a intenção é reforçar a prevenção com a chegada da estação mais quente do ano. Mesmo com a covid-19 chamando mais a atenção, o município ressalta que mantém as ações planejadas contra as doenças transmitidas pelo mosquito pra que as pessoas não se esqueçam de adotar cuidados básicos, com a eliminação de materiais que acumulem água. “Paralelo às orientações continuaremos com nossas ações pontuais em pontos estratégicos da cidade, ou seja, esta luta contra a dengue é de todos nós e com certeza as pequenas ações fazem a diferença”, comenta Pedro. Trabalhos preventivos serão feitos em áreas com maior risco de proliferação, como cemitérios, depósitos de recicláveis, floriculturas e indústrias, além de visitas em casas de bairros infestados, atendimento de denúncias e eliminação de criadouros. Ao longo do ano, a prefeitura fez mais de 68 mil visitas e atendeu 214 denúncias de focos suspeitos. Camboriú está com 1.226 focos de dengue, com os bairros Tabuleiro (248), centro (241), Monte Alegre (236) e Lídia Duarte (128) entre os mais infestados. O município tinha registrado 22 pessoas com casos positivos de dengue até 21 de novembro. Monitoramento em Itajaí e Balneário Camboriú Em Itajaí, um mutirão nos cemitérios da Fazenda e nos Espinheiros encerrou a semana de mobilização contra a dengue. Durante a semana foram feitas orientações em supermercados e cooperativas de reciclagem. No mês passado, a prefeitura inspecionou 3.198 imóveis, com 55 confirmados com focos do mosquito. A cidade tem taxa de infestação de 1,8%, quando o ideal é estar abaixo de 1%, mantendo o município em alerta. Os casos autóctones de dengue somam 188 pessoas, além de oitos casos “importados”, de pacientes que se infectaram em outros estados. Em Balneário Camboriú, a prefeitura identificou 1097 focos do mosquito. Os bairros mais infestados são Nações (107), Barra (95) e Nova Esperança (95). Na última atualização da vigilância, Balneário estava com 210 casos autóctones da doença, 54 casos de origem indeterminada e dois casos importados de dengue. As ações de combate ao mosquito foram intensificadas em novembro. O trabalho dos agentes do programa contra dengue buscou eliminar os criadouros do inseto e orientar os moradores sobre a prevenção. Além de casas, houve vistoria e limpeza nos cemitérios. O programa segue atendendo denúncias e com visitas nas casas e a moradores com suspeita da doença. “O trabalho da equipe acontece o ano inteiro. Sempre acabando um bairro e iniciando outro”, informa Eliane Casatti, diretora da vigilância Ambiental. Recorde de casos em SC Segue até esse sábado as ações da semana Estadual de Mobilização contra o Aedes aegypti. Segundo a Dive, o ano de 2020 foi marcado pelo registro do maior número de casos de dengue no estado. São 11 mil casos da doença e 11 cidades em situação de epidemia, entre Navegantes, Bombinhas, Tijucas, Joinville e sete municípios do Oeste. Em Navegantes são 1175 focos do mosquito e 260 casos de dengue. Em novembro, os agentes da saúde vistoriaram três mil imóveis. Os bairros de maior risco de transmissão são Meia Praia, São Paulo e São Domingo II. Também em nível epidêmico, Bombinhas reforçou ações preventivas nessa semana, com vistorias e mutirões de limpeza em calçadões, passarelas, praias e bairros. Em Penha, a vigilância Epidemiológica fará a distribuição de panfletos em mercados e sinaleiros. Durante a semana, houve visitas em comércios e casa, além de mutirões nos bairros. A cidade tem 500 focos do mosquito e 10 casos da doença. Armação (212), Gravatá (110) e centro (104) são os bairros mais infestados.