Itajaí
Grupo de fiéis se mobiliza pela saída do presidente da Assembleia de Deus de Itajaí; ele é acusado de fraudes
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Uma moção feita por membros da igreja Assembleia de Deus de Itajaí pede o afastamento imediato do pastor Antônio Nemer Bordin da presidência da instituição na cidade. O pedido foi elaborado a partir de denúncias internas e documentos, apontando 18 supostas irregularidades na administração da igreja em Itajaí. A moção foi endereçada à convenção das Assembleias de Deus de Santa Catarina e sudoeste do Paraná (Ciadescp), com sede em Itajaí, que informou ainda não ter recebido o documento. O pedido lista uma série de denúncias pra serem investigadas pela convenção estadual, destacando que os indícios de irregularidades “vão contra os princípios bíblicos” e os “princípios básicos de administração e contabilidade”. O grupo de membros quer que o pastor seja desligado da gestão em 15 dias, com base nos estatutos da igreja, alertando que a denúncia poderá ser levada ao ministério Público. O documento relata bens que não foram transferidos pro nome da igreja, incluindo imóveis de mais de R$ 2 milhões, dívidas de quase R$ 400 mil com a prefeitura que deixaram a igreja com “nome sujo”, falta de prestação de contas da igreja desde 2016, descaso com a manutenção do prédio, negociações financeiras sem aval dos membros e até denúncia de maus tratos ao cachorro que vive no pátio da sede. Segundo a moção, uma caminhonete Mitsubishi L200 Triton que estava sendo usada a serviço pessoal do pastor foi apreendida pela polícia rodoviária estadual em Campo Alegre. O carro teria sido comprado por Antônio em negociação com um rapaz que estaria preso por tráfico de drogas e é genro de outro pastor. O documento cita ainda duas casas, uma no bairro São João e outra junto à sede da igreja, no centro, e dois terrenos no Rio Bonito, imóveis que há anos deveriam estar no nome da instituição. A má gestão teria ainda sujado do nome da igreja, com dívidas de R$ 391,9 mil entre 2016 e 2020, resultando em protestos, penhora de bens e restrições na receita Federal, segundo a denúncia. O documento também cita negociações de pirâmide financeiras feitas por pastores que deixaram membros no prejuízo e manobras para esconder gastos, relatórios contábeis e atas de reuniões, com suspeita de caixa 2. “Deixando clara a ação de esconder e evitar esclarecimentos sobre vários indícios de ilegalidade na administração da igreja”, diz a denúncia. Denúncias não foram confirmadas O gerente administrativo da Ciadescp, pastor Jamir Brito, informou que a entidade não recebeu a moção do grupo de membros e que ainda não tem conhecimento das denúncias. Ele ainda disse desconhecer outros relatos de supostas irregularidades na administração da igreja em Itajaí. O dossiê contra o pastor também se espalhou pelas redes sociais. Segundo o departamento de comunicação da Ciadescp, o pastor Bordin vai entrar em jubilação a partir do dia 13 de dezembro. A jubilação se trata de uma aposentadoria por tempo de atividade ministerial do pastorado. Sobre as denúncias, o órgão esclareceu que todas foram analisadas e que não foi encontrada nenhuma irregularidade. Antônio Bordin está há 15 anos a frente da Assembleia de Deus em Itajaí, com sede na rua Adolfo Germano de Andrade, no centro. A igreja conta com mais de 10 mil membros em 43 congregações espalhadas pela cidade.
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