Itajaí
Padeiro da Pão e Poesia faz entregas de bike
Família pede apoio ao negócio que acabou afetado pela pandemia
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

“Um padeiro que, antes de tudo, é poeta”. Esse é Radha Govindaji das Tadiello, mais conhecido por Govinda, padeiro da Pão e Poesia. Ele, como vários pequenos empreendedores, foi afetado pelos impactos da pandemia do coronavírus. Seus pães artesanais e saborosos ganharam fama pela qualidade e pela arte: há sempre um poema entregue com o produto. Ele começou trabalhando em 2013 e mantinha um ponto de venda fixo no Centro de Educação Infantil Quintal Mágico, no bairro Ariribá, em Balneário Camboriú. Com a quarentena e a suspensão das aulas, acabou perdendo parte da clientela fiel, que garantia o pão quentinho quando ia buscar as crianças na escola. Govinda tem muitos clientes fixos, mas sentiu os efeitos da pandemia. Ele está se reinventando fazendo as entregas de bicicleta, e roda Balneário Camboriú e Itajaí todos os dias. Além do cansaço físico, não está fácil manter o antigo ritmo de vendas. Com isso, deixar as contas em dia também se tornou um desafio. Mas nada que que ele não encare com alegria e criatividade. Larissa e Maira, proprietárias do Meu Lanchinho, empresa que faz lanches saudáveis e são parceiras de Govinda, estão pedindo a colaboração da comunidade para que lembre que as encomendas de pão podem ser feitas em casa. Por meio das redes sociais, fazem um apelo aos clientes para que lembrem do padeiro poeta que produz pães deliciosos e cujo trabalho ficou conhecido pela delicadeza e qualidade. A Pão e Poesia trabalha com pães tradicionais, pães doces, focaccias, caponatas, bolos e produtos que Govinda cria e cozinha, todos os dias, com a ajuda da esposa. As encomendas estão sempre abertas via whatsapp ou telefone no (47) 99735-9631 ou pelo instagram @paoepoesiasc. Tradição de família De origem italiana, a paixão pelos pães está no sangue: a família tem padaria em Caxias do Sul (RS), e a mãe também trabalhava fazendo pães para as irmãs entregarem de bicicleta. Govinda conta que sempre foi inquieto e acumulou vários trabalhos, cursos e estudos, mas ainda não se sentia completo. Após uma viagem ao deserto do Atacama, ele passou a morar em uma casa coletiva em Cabeçudas, em Itajaí. “Aí um dia eu liguei pra minha mãe e pedi a receita do pão tradicional. Ficou horrível a aparência, mas muito gostoso” relata, aos risos. Com o tempo foi desenvolvendo receitas e criando intimidade com a fabricação dos pães. Mas antes de ser padeiro sempre foi um poeta convicto. Assim, em 2013, nasceu a Pão e Poesia. “A essência Pão e Poesia é levar mensagens de amor, bons sentimentos às pessoas. Isso não pode parar nunca,” ensina.