A procura por adoção de animais de estimação nos Estados Unidos fez zerar a lista de espera dos abrigos durante a pandemia do coronavírus. Por aqui, a boa fase foi sentida pela ONG Viva Bicho, no bairro Nova Esperança, em Balneário Camboriú.

De acordo com Clarissa Knabben, voluntária da ONG, o interesse por adoções cresceu cerca de 40% no período de quarentena.

Nos EUA  a procura pela adoção de cães e gatos aumentou 10 vezes. As ONGs Muddy Paws Rescue e Best Friends Animal Society informaram à agência Bloomberg que os abrigos parceiros estavam praticamente vazios.

Na Viva Bicho chamou tanto a atenção da ONG  a procura por animais, segundo ela, justamente porque dezembro, janeiro e fevereiro são os piores meses para conseguir um lar aos quatro-patas. “De repente, entrou na quarentena, eu publico foto de seis filhotinhos e em dois dias estão todos doados” comemora.

A maior busca ainda é por filhotes. “A procura por  adultos também aumentou, mas, infelizmente, o que mais tem é gente querendo animais pequeninos, apesar de que para apartamentos não é o tamanho que importa, e sim a personalidade do animal”, ensina Clarissa.

Esta semana,  a ONG Associação Amor Animal, em Itajaí, comemorou um fato  raro:  uma cadela idosa foi doada com uma filhote.

Clarissa, da Viva Bicho, explica que cada doação precisa ser muito bem conversada, para que as famílias tomem decisões conscientes. “Não adianta a gente doar e depois ter que pegar de volta porque a pessoa resolveu devolver”, pondera.

Outro lado: aumento de devoluções e pedidos de ajuda

O cenário do crescimento de adoções não é o mesmo em Itajaí para a ONG Amor Animal. Até existe um aumento no número de doações, como informa  a voluntária Suraia Sehn Pereira, mas nada alarmante. A preocupação com o futuro dos animais diante da pandemia é mais forte.

Como todos os setores vêm sendo afetados, especialmente a economia, o medo de algumas voluntárias é que os animais comecem a ser devolvidos ou abandonados por causa da falta de condições financeiras das famílias. Se teve um aumento que a Associação Amor Animal observou, no último mês, foi a busca de famílias pedindo ajuda para a compra de ração.

“Não acredito que tenha havido um aumento de abandonos ainda, mas muitas pessoas estão querendo se desfazer dos bichinhos por causa da situação financeira ou porque vão embora da cidade. Então estamos ajudando diversas famílias com ração para que elas não abandonem seus animais,” conta a voluntária.

A realidade de Itajaí é que há muitos cães e gatos abandonados diariamente. O abrigo cuida de ninhadas abandonadas e de cães que envelhecem, muitas vezes, sem conseguir a sonhada adoção.

 Mais de 500 animais pra adoção   

Hoje há cerca de 400 animais disponíveis para adoção na Viva Bicho e outros120 animais na Associação Amor Animal.

Em relação às adoções, Suraia afirma que na quarentena há muitos tutores que observam que os cachorros ficam muitos sozinhos e desejam arrumar um amiguinho. Ou porque surge a vontade de trazer um outro animal para o convívio da família.

Lar temporário

O lar temporário é muito utilizado pelas ONGs para não sobrecarregar os abrigos e também oferecer melhores condições para os animais. É quando as pessoas se dispõem a cuidar em suas casas temporariamente de animais resgatados de maus tratos ou abandonados, até que eles recuperem seu estado de saúde ou sejam adotados.

Mas há as famílias de lar temporário que abrem a porta de suas casas se apaixonam pelo animal e acabam adotando. Mariane Rudolf Ferreira, agora já tem cinco cachorros, todos adotados.  O último adotado foi o alex, adotado pela ONG Viva Bicho. No dia 23 ele faz três meses.

“No começo tinha pego ele só para dar mamadeira porque ele foi abandonado e não tinha nem aberto os olhinhos, tinha uma semaninha de vida. Foi impossível querer mandar pra adoção”, confessa Mariane.

Quem quiser ajudar com doações de ração ou deseja adotar algum animal, pode entrar em contato pelas páginas do Instagram @ongvivabicho e @amoranimalitajai.