O governador Carlos Moisés da Silva, a vice-governadora Daniela Reinehr (no exercício do cargo) e o secretário Jorge Eduardo Tasca (Administração) foram notificados pela Assembleia no final de tarde da última quarta (15), o que faz com que o prazo de 15 dias para que apresentem suas considerações sobre o processo de crime de responsabilidade comece a ser contado. Neste período, o presidente da Assembleia, Julio Garcia (PSD), enviará ofício aos líderes das bancadas e dos blocos parlamentares para o preenchimento das nove vagas na Comissão Especial que analisará a denúncia feita pelo defensor público Ralf Zimmer Júnior sobre o que considera ilegal: a equiparação dos salários dos procuradores do Estado com os do Legislativo Estadual. A Constituição Estadual e o Regimento Interno do parlamento preveem que a proporcionalidade deve ser obedecida na montagem dos cargos na comissão, sendo a do MDB, com nove parlamentares; a do PSL (mesmo rachada), com seis membros, e a do PSD, com cinco deputados, as três maiores.
PARCERIA DA ALIANÇA O ambiente era o melhor possível entre a governadora em exercício Daniela Reinehr e o presidente Jair Bolsonaro, na audiência desta quinta (16), testemunhada pelo secretário da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, e pela secretária especial de assuntos Federativos, Deborah Arôxa, que elogiou o sistema de gestão implantado no governo do Estado, principalmente a metodologia de avaliação por indicadores de desempenho. Foi uma recepção tão cordial que, do encontro pela manhã, surgiu o convite de Bolsonaro para Daniela retornar à tarde para participar do lançamento do novo site da Operação Acolhida. O alinhamento entre o presidente e a governadora em exercício é evidente, desde que ela foi uma das primeiras a debandar do PSL e assinar a filiação na Aliança Pelo Brasil, ainda em formação. Na conversa, Daniela reforçou as demandas do Estado e pediu mais investimentos em infraestrutura, enquanto Bolsonaro ressaltou que trabalha duro para resolver situações herdadas de anos anteriores, de outros governos, que ainda causam problemas para a máquina pública federal.
E os blocos A dúvida é como se comportarão os blocos, já que, do início dos trabalhos legislativos, em fevereiro do ano passado até agora, dois deles já se desfizeram, e um outro rachou. Tantas movimentações fizeram surgir o que já foi chamado de bloquinho, que se tornou o maior, com 11 deputados: Vicente Caropreso (PSDB), Paulinha da Silva (PDT), Rodrigo Minotto (PDT), Altair Silva (PP), José Milton Scheffer (PP); Nilson Berlanda (PL), Nazareno Martins (PSB), Sérgio Motta (REPUBLICANOS), Jair Miotto (PSC), Moacir Sopelsa (MDB) e Valdir Cobalchini (MDB). .
Como eram... De acordo com o Diário Oficial da Assembleia, à época, o maior bloco era o Social Democrático (10 cadeiras com PSDB, PSD, PDT e PSC), o Liberal Social, já implodido, (nove integrantes de PSL e PL); e um terceiro, com PP, PSB, PRB e PV, outro desmontado, migrou para o bloquinho, que de oito deputados pulou para 11 e pretende crescer. Além disso, o deputado Ivan Naatz integrará a bancada do PL, a partir de 1° de fevereiro, depois que garantiu a justa causa da Justiça Eleitoral para sair do PV, e elevará para quatro o número de cadeiras da sigla.
Em defesa Leitores e internautas defenderam a posição do defensor público Ralf Zimmer Junior em relação à sua amizade com o adversário de Moisés, em 2018, no segundo turno, o ex-deputado Gelson Merisio (então no PSD), e lembram que, na disputa, o advogado, que estava licenciado das funções públicas para poder concorrer a deputado federal, apoiou o candidato do PSL. Deve ter sido tão circunstancial quanto agora, onde o corporativismo e a tentativa de criar um clima ruim para a análise da Minirreforma da Previdência, propiciaram a denúncia por crime da responsabilidade para pedir o impeachment do chefe do Executivo.
Aliás! No evento da Operação Acolhida, ao lado de crianças venezuelanas que estão asiladas no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu claramente, em uma brincadeira, que o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) seria o seu sucessor, em 2027, depois de uma reeleição ao Planalto. O fato causou risadas, mas a coisa é mais séria do que se pensa, pois Moro deu uma passada no “bandejão” do Palácio Presidencial, não quis falar sobre o juiz de Garantias com os jornalistas e elogiou a comida, isso tudo antes da solenidade em que foi “indicado” pelo presidente.