Adefesa Civil de Itajaí interditou, ontem à tarde, duas torres do condomínio Itaipava Clube Residence, no bairro Itaipava, em Itajaí. De acordo com José Carmo Dias, coordenador do órgão, os moradores dos apartamentos foram orientados a sair imediatamente do local.

As torres começaram a entortar há alguns meses e há vários pontos de rachaduras. Os moradores somente vão poder voltar para seus apartamentos depois que a construtora Itaipava Empreendimentos concluir as obras de reforço estrutural das torres e um laudo comprovar que não há mais risco dos prédios ruírem.

Carmo conta que a defesa Civil já vinha monitorando a situação. “O engenheiro da defesa Civil já havia notado alguns movimentos. Os deslocamentos da estrutura eram visíveis”, comentou. O órgão determinou à construtora que apresentasse um estudo sobre a situação do prédio e o laudo dos engenheiros da Itaipava Empreendimentos apontou que não havia riscos da estrutura cair.

Semana passada, no entanto, um novo laudo surgiu. Dessas vez assinado pelo engenheiro civil Diego Nardelli, contratado pelo condomínio. “Foi possível identificar problemas na edificação, possivelmente, relacionados à recalques diferenciais gerando a movimentação da estrutura, consequentemente, fissuras, trincas e rachaduras”, constatou o engenheiro.

Desocupação

Segundo Diego Nardelli, as torres 4B e 5A “não possuem condição técnica de habitabilidade devido à insegurança estrutural”. O problema estaria ligado à fundação do condomínio e, por isso, indicou que os dois prédios do condomínio fossem imediatamente evacuados.

Foi por conta desse segundo documento, que a defesa Civil decidiu ontem pela interdição. “Tem um laudo que diz que não vai cair e outro que diz que vai. Como temos que salvarguardar as vidas que estão ali, preferimos pecar por excesso”, argumentou Carmo Dias.

Ações do condomínio contra construtora já rolam na justiça

As duas torres têm 32 apartamentos ao total. A advogada Jamille Chelala, do escrito CRC Advogados e que representa o condomínio e 10 moradores, diz que mais da metade dos habitantes das torres já havia deixado o local. “Eles não querem ficar lá porque estão com medo”, comentou a advogada.

Há cerca de uma semana, o condomínio entrou na justiça com duas ações contra a Itaipava Empreendimentos. Os moradores pedem a rescisão contratual com a construtora, indenizações morais e por danos e, de forma liminar, que a construtora banque o aluguel dos que tiveram que deixar seus apartamentos. Tudo isso, baseado no laudo do engenheiro Diego Nardelli.

Procurada, a Itaipava Empreendimentos disse que encaminharia os questionamentos do DIARINHO aos advogados da empresa. A empresa não retornou até o fechamento desta edição.

O condomínio fica no número 3300 da avenida Itaipava, no bairro Itaipava. Tem ao todo 10 torres e 160 apartamentos residenciais. Ele foi inaugurado há pouco mais de um ano.