Morre Tia Zina, do Núcleo Afro de Itajaí
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A comunidade negra da região da foz sepultou, ao final da tarde de ontem, no cemitério da Fazenda, em Itajaí, dona Zozima Liberata da Silva, a Tia Zina. Aos 99 anos, ela era a mais velha ativista do ...
A comunidade negra da região da foz sepultou, ao final da tarde de ontem, no cemitério da Fazenda, em Itajaí, dona Zozima Liberata da Silva, a Tia Zina. Aos 99 anos, ela era a mais velha ativista do movimento Afro de Itajaí e presença fiel na organização das edições da tradicional festa de Nossa Senhora do Rosário, que acontece anualmente no bairro São João, onde morava.
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Tia Zina faleceu às 17h30 de segunda-feira. Ela adoeceu há cerca de 20 dias, por complicações de saúde em decorrência da idade. Viúva de Manoel José Pereira, o Maneca Alfaiate, Tia Zina teve cinco filhos, 28 netos, 59 bisnetos e mais de 10 tataranetos. Segundo amigos de Tia Zina, ela também criou vários “filhos de criação”.
Lideranças do movimento negro de Itajaí lamentaram ontem a perda de Tia Zina. “Era extremamente politizada. A mais velha integrante do núcleo afro Itajaí, não perdia uma atividade. Tinha participação ativa e tinha todo o nosso respeito pela idade e experiência”, comentou Fátima Regina da Silva, uma das dirigentes do Núcleo Afro e amiga da velha militante.
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O pós-doutor em história e pesquisador José Bento Rosa da Silva, professor da Universidade Federal de Pernambuco, lembra de Tia Zina nas festas do Rosário na paróquia do bairro São João. “Ela era presença garantida e não ia apenas no dia da festa. Nos preparativos, lá estava ela, no salão, na cozinha,” conta Bento.
Além da participação ativa no movimento negro, Tia Zina trabalhou como doméstica e como operária nas antigas fábricas da Tecita e de Papel, de Itajaí.