Itajaí

Daqui pouco começa a audiência que discute porto na Barra Sul

Ambientalista vai apresentar estudo opinando que o projeto é inviável. Já BC Port diz que está pronta pra rebater todas as críticas

Projeto prevê investimentos de R$ 320 milhões
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A audiência pública que vai discutir o projeto do BC Port, um terminal portuário de turismo previsto para ser instalado na Barra Sul, promete esquentar a noite de hoje em Balneário Camboriú. Ambientalistas contrários a instalação prometem mostrar porque o projeto é inviável para a cidade. A reunião, aberta à comunidade, será no Centro de Eventos Itália, na avenida Central, 335, esquina com a rua 700, a partir das 19h. A audiência deveria ter acontecido em setembro, mas foi cancelada por problemas na divulgação. A audiência, marcada pela fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma), é uma das exigências para o órgão emitir a licença Ambiental Prévia (LAP), primeira etapa do processo de licenciamento para a empresa responsável pelo projeto, a Ports Developed By Shiphandlers (PDBS). Na reunião, técnicos e representantes do empreendimento vão apresentar o estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). A partir daí, terão que ouvir e esclarecer as dúvidas do povão. “É o momento para a população questionar e fazer sugestões diretamente para o empreendedor e para a Fatma,” esclarece o presidente da Fatma, Alexandre Waltrick Rates. O investimento previsto do BC Port é de R$ 320 milhões. Pelo projeto, até 2% do total (R$ 7 milhões) podem ser destinados a medidas de compensação ambiental. As informações da audiência serão reunidas pelos técnicos da Fatma para avaliar o licenciamento. A fundação ainda poderá requerer estudos adicionais ou outros esclarecimentos ao empreendedor, com base nas questões levantadas na reunião. A BC Port aposta na liberação e tem expectativa de obter a licença no primeiro semestre de 2018. Dragagem constante e abertura pra navios de carga são prejudiciais à cidade, diz ambientalista O projeto enfrenta críticas de especialistas que estarão presentes na audiência. Entre eles está o biólogo e ambientalista Cristiano Voitina, presidente do instituto de Desenvolvimento e Integração Ambiental (Ideia), que atua na área de educação ambiental e recuperação de áreas degradadas. Cristiano adianta que o BC Port é um empreendimento inviável econômico, social e ambientalmente. Pra defender o posicionamento, ele vai apresentar um EIA/RIMA elaborado pela equipe do instituto. A ideia é contrapor os estudos feitos pela empresa e destacar os impactos negativos. “O empreendimento, em si, é inviável, principalmente por questões ambientais”, avalia. Entre os danos ao meio ambiente, Cristiano destaca a necessidade de dragagem frequente na foz do rio Camboriú para manter a profundidade necessária para a chegada dos navios. A altura, que hoje é de três metros, poderia chegar até 12 metros, impactando na vida marinha e afetando o estuário do rio Camboriú, onde há um dos poucos manguezais da região. “Não se justifica fazer a dragagem do rio para um porto de cruzeiros”, observa. Na opinião de Cristiano, os navios poderiam fundear na costa, como ocorreu na manobra-teste com o MSC Preziosa, em abril. Assim, os passageiros chegariam à praia através de embarcações menores. Cristiano ainda diz que, segundo o projeto, o BC Port poderia receber até navios de carga - o que preocupa o ambientalista. Além disso, Cristiano elenca os impactos sociais do BC Port, como a construção de shopping junto ao atracadouro, o que prejudicaria o comércio local segundo ele. Ele também teme a entrada de drogas e criminosos pelo porto, o uso de áreas públicas para fins privados e as complicações para o trânsito na Barra Sul. “Os insatisfeitos têm que ir se manifestar [na audiência]. Depois não dá para reclamar”, disse ao DIARINHO. Uma cópia dos estudos do Ideia foi entregue a diversos órgãos, como o Ministério Público, Fatma, Ibama, secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Patrimônio da União (SPU). BC Port vai rebater críticas O consultor da PDBS, André Guimarães Rodrigues, diz que está preparado pra responder as críticas, uma vez que os estudos são analisados há cerca de dois anos. Apesar de respeitar as opiniões contrárias, André diz que a última palavra será dada pela Fatma. “Cabe ao órgão licenciador avaliar se essas ponderações são legítimas ou não”, diz. Ele informa, que nessa etapa, a viabilidade econômica não está sendo discutida e, sim, a viabilidade ambiental, mas adianta que a empresa tem os recursos necessários para executar o projeto. André contesta a informação de Cristiano de que o BC Port pode vir a receber navios de carga. Ele esclarece que o que tá previsto é o reabastecimento dos cruzeiros com insumos pra viagens, como alimentos e bebidas. Uma das propostas é que os produtos sejam levados até os transatlânticos por barcaças pelo rio Camboriú, diminuindo os impactos no trânsito. A respeito da dragagem, André informa que, no primeiro ano, seriam retirados 700 milhões de m³ de sedimentos para chegar a 10 metros de profundidade. Depois, só haveria a manutenção do canal, com a retirada de menos de 10% da quantidade inicial. “Itajaí draga, por ano, três milhões de metros cúbicos”, compara. André reconhece que o empreendimento pode impactar no trânsito da Barra Sul. “Mas nossa obrigação é fazer o possível para mitigar esses impactos”, observa. No projeto, estão previstos bolsões de estacionamentos em terrenos na Barra Sul e ainda no bairro da Barra. “Uma série de medidas já foram apresentadas, mas também aceitamos sugestões”, completa. Ele ainda contesta que a construção de hotel e do shopping prejudicariam o comércio. Isso porque, segundo informa, as instalações não suprem nem 10% do público dos navios, que poderão ser atendidos pelas lojas e restaurantes. “Vai gerar uma economia macro pra região”, defende.



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