Itajaí
Povão organiza protesto pra exigir vacina da Meningite tipo B nos postinhos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Os casos recentes de meningite na região de Itajaí reacenderam o medo na comunidade, que se uniu e criou um grupo no WhatsApp pedindo que a secretaria de Saúde disponibilize a vacina contra o tipo B da doença. Uma manifestação foi marcada para o início da noite de hoje (31), em frente à Câmara de Vereadores. Apesar do governo municipal negar, quase 200 pessoas participam do grupo que insiste que o a cidade enfrenta um surto da doença. A jovem Karyssa Adriana, 17 anos, é mãe de uma menina de três meses. Ela perdeu um irmão em 2008, que tinha apenas quatro meses, vítima da doença. “Disseram que era virose, mas não era. Agora tenho medo pela minha menina, por isso me uni aos outros pais e mães e estamos lutando por esse direito”, revela. Ela, que é dona de casa, conta que conhece pessoas que trabalham no UPA e no Hospital Marieta Konder Bornhausen, e ficou sabendo que está acontecendo um surto em Itajaí através das redes sociais. “A prefeitura está negando para não assustar o povo”, acrescenta. O pedido do grupo é que o governo municipal disponibilize a vacina pelo menos para as crianças. Hoje, a dose para o tipo B só está disponível em clínicas privadas, por cerca de R$ 600,00. Ela deve ser aplicada aos dois meses de idade. Qualquer pessoa, independente da idade, pode pegar meningite. Devem se vacinar tanto crianças de até um ano de idade, quanto adolescentes entre 12 e 13 anos. As gratuitas são a pentavalente, a BCG e a meningocócica C. Vale lembrar que todas as pessoas que tiveram contato com pacientes diagnosticados com meningite bacteriana neste ano também foram medicadas. Essa medicação é feita nos casos de contato íntimo e prolongado. Especialistas negam A diretora da Vigilância Epidemiológica da secretaria de Saúde, Sandra Regina Batista Ávila, nega que seja um surto, principalmente porque os 55 casos ocorridos na cidade são dos mais variados tipos: meningite viral, bacteriana e por fungos e não possuem relação entre si. “Não entendemos porque as pessoas estão agindo assim. As redes sociais estão difundindo essa mentira, e isso é um ato irresponsável”, explica. Sandra pede que a população se acalme e que procurem as vacinas gratuitas contra a meningite. “Houve uma reunião para discutir isso, como fazemos frequentemente. Não é algo que demande uma atenção especial. Nos preocupamos com a meningite ao longo de todo o ano, não só em situações pontuais do tipo”, declara. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) também reforçou que todos os 552 registros no estado até o momento não apresentam vínculo entre si e, portanto, não caracterizam surto da doença. Até o momento, houve 13 óbitos, sendo que 64 pessoas apresentaram as formas mais graves de doença (meningocócica, meningite pneumocócica e meningite por Haemophilus).