De Floripa veio a Maricota e o boi-de-mamão. Do Rio de Janeiro, a boemia da Lapa e o calçadão de Copacabana. Do norte, o artesanato indígena manauara. E de Minas Gerais, muita pinga e o hábito de tomar umas e outras depois do serviço, comendo um tira-gosto. Estes elementos fazem parte do desafio que o empresário Felipe Siqueira Martins, 35 anos, aceitou ao trazer a cultura do boteco para Balneário Camboriú, longe do burburinho da avenida Atlântica, na Praia dos Amores. E, de quebra, homenagear a riqueza do folclore brasileiro ao decorar a casa com o que há de mais representativo no artesanato de cada região. O resultado é um delírio gastronômico e visual.
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Ao chegar à casa, o cliente parece que entra no universo do filme filme “Bye Bye, Brasil”, de Cacá Diegues, onde a Caravana Rolidei atravessa a Amazônia para apresentar seus números circenses. No chão ...
Ao chegar à casa, o cliente parece que entra no universo do filme filme “Bye Bye, Brasil”, de Cacá Diegues, onde a Caravana Rolidei atravessa a Amazônia para apresentar seus números circenses. No chão, foi pintada uma rodovia, que começa no sul e vai até o norte do Brasil. A forma de identificar a passagem entre uma região e outra é o artesanato. E para garantir a originalidade, Felipe e seu sócio capixaba fizeram uma ampla pesquisa para selecionar artesãos e trazer um bocadinho de cada região para Balneário.
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Luz vermelha
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E como o tema é a cultura de beira de estrada, o canto direito foi dedicado às populares casas da luz vermelha. No lado esquerdo, as mesinhas foram montadas em cima de catracas de ônibus e pneus. No teto, as luminárias remetem a literatura de cordel e o cenário do semi-árido. Já o bar, ah, o bar é a estrela! Na frente, cachaças saborizadas são vendidas em shots e distribuídas cada vez que a sirene toca.
Do lado de lá do balcão luminoso, são feitos coquetéis batizados com nome como Querosene, que leva limão, jabuticaba, vodca, xarope e romã (R$ 20,999) e o Nitrocelulose, usado para abastecer foguetes, e custa R$ 17,999. Os ingredientes são abacaxi, pimenta, Granadine e Steinhaeger.
“Os três dígitos depois da vírgula também fazem menção aos botecos que nem cardápio tem, os preços estão na parede desse jeitinho mesmo”, explica Felipe. Mas e o que tem pra comer? Além de oferecer bolinhos de vários tipos (feijoada, rabada, abóbora com carne seca, carreteiro), os nomes (como não poderia deixar de ser), também são sugestivos e brincam com o falar popular local: “Toda vida reto” (linguiça Blumenau com molho), ao custo de R$ 43,99; “Se afinou” (ostra com crosta de pesto) a R$ 37,99 e o “É pacabá o pequi de Goiás”, uma porção de bolinho de creme de pequi que custa R$ 13,99.
Quem quer provar de tudo um pouco pode ir na terça-feira, quando rola o rodízio a R$ 39,99 (fem) e R$ 49,99 (masc). E cada dia é dedicado a uma tribo da música brasileira: quarta-feira é pra galera do samba; quinta ao sertanejo; sexta-feira à MPB; e sábado, ao pop-rock. Motivos não faltam pra conferir a casa que fica na descida da Estrada da Rainha. Bora!
SERVIÇO
Bar 101
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Rua Monteiro Lobato, 28 – Praia dos Amores. Fone: (47) 2125-7577.
Horário: das 18h às 00h30.