Dois carrões chicosos bateram feio ontem de manhã em plena avenida Brasil, em Balneário Camboriú, e provocaram estragos. Um dos possantes atingiu uma moto, o outro entrou de ré na vitrine de uma loja e acertou um poste, que pegou fogo. A tragédia só não foi maior porque ninguém tava na calçada na hora do porradaço. Os dois motoras tavam bebaços. Um dos ocupantes dos carros já tinha sido preso esta semana, acusado de ser um dos participantes dos atentados aos vereadores de Camboriú. A polícia investiga se eles participavam de um racha.

A cagada rolou pouco depois das 7h30. A puliça acredita que o Honda Civic preto, placa AZF 4777 (São Paulo/SP), conduzido por Adriano Bettin, 29 anos, saiu da avenida Atlântica, passou pela rua 3000 e quando cruzou a avenida Brasil, foi acertado pelo Honda Civic cinza, placa MHK 1935 (São Miguel do Oeste), pilotado por Mario Talla Vecchia Spessato, 20.

O possante de Adriano passou por cima da cabrita, placa MBO 3223 (Camboriú), que pertence a Elieser Soares, dono de uma banca de jornais. Ele tinha acabado de estacionar a motoca quando tudo aconteceu. “Só vi o carro voando na minha frente, nem percebi que era minha moto”, contou.

Já o carro de Mario bateu a fuça num poste e enfiou a rabeira na vitrine da loja Sahmira. Com o porradaço, vazou combustível do carango e o poste foi tomado por labaredas. O povão conseguiu conter as chamas antes dos vermelhinhos chegarem. Com o poste detonado, o povão das redondezas ficou quase uma hora sem luz.

Os dois motoras sopraram o bafômetro e confirmaram que tavam manguaçados. Todos os ocupantes dos carros foram socorridos. Entre eles Guilherme Nelson de Souza Fernandes, que tinha sido preso no início da semana por estar envolvido nos atentados a vereadores de Cambu, entre 2005 e 2007, e já tá solto.

Bizolhudos garantiram que os dois carangos tavam em alta velocidade. Guilherme foi levado pra depê, mas Adriano, que teve traumatismo craniano, foi internado no hospital Santa Inês.

Era racha?

Uma tiazinha que seguia a pé pro trampo na hora do acidente garante que a história tá mal contada. “Eles já vinham fazendo pega, encostando um no outro desde lá longe”, garante a mulher, que não quis ter seu nome divulgado. Ela disse ainda que dois ocupantes de um dos carros teriam fugido antes dos homis chegarem.

A delegada Daniela de Souza abriu inquérito pra investigar o caso. “Pedi perícia no local e das marcas de frenagem. Também vamos ver se algum estabelecimento tem imagens que ajudem a esclarecer”, comentou.

Os dois motoras foram enquadrados em lesão corporal culposa, e embriaguez ao volante. Pra cada um foi determinada uma fiança de R$ 2 mil. Mário pagou a bolada e foi liberado. No fim da tarde, a delegada levou o termo de culpa pra ser assinado por Adriano no Santa Inês, onde permanecia internado.