A família do pintor e montador de móveis Antonio José Mendonça, o popular Tiririca, 50 anos, confirmou ontem que o cara tava mesmo bêbado quando morreu afogado no sábado. O corpo do coitado boiava no aguaceiro da enchente pela rua Luiz Lopes Gonzaga, no bairro Promorar, em Itajaí, quando foi encontrado pela vizinhança. A doméstica Ana Maria Mendonça, 46 anos, mulher de Tiririca, disse ao DIARINHO que o maridão gostava de uma canha e, no sábado à tarde, saiu numa magrela com a cara cheia. Estava andando de bicicleta, bêbado, e caiu. Gostava muito de beber e era dependente, afirmou Ana Maria, que soube da tragédia pela televisão.
Continua depois da publicidade
Pai de uma menina de 12 anos e de um menino de 10, Tiririca não conseguia silivrar do vício da bebida, contou a mulher. Há seis anos, o casal havia se separado por causa da danada da cachaça e há ...
Pai de uma menina de 12 anos e de um menino de 10, Tiririca não conseguia silivrar do vício da bebida, contou a mulher. Há seis anos, o casal havia se separado por causa da danada da cachaça e há dois reataram. Não adiantou muito. Ele continuou bebendo, lembra, entristecida, a coitada.
Continua depois da publicidade
Ana Maria revela que o vício de Tiririca foi agravado pela morte de um dos filhos do casal, André Mendonça, 23, no ano passado. O rapaz, que tinha AIDS, sofreu muito com problemas no pulmão. Um dia, pulou no rio e morreu afogado. Depois que o filho morreu, ele piorou. Ele não incomodava, mas perdia emprego constantemente, e, como tinha filhos pra sustentar, ficava difícil, relata a viúva.
O cinegrafista João Albino Mendonça Neto, 60, irmão de Tiririca, confirma que ele incomodava um bocado a família. Pro mano, a tragédia só rolou porque o pintor era um beberrão descontrolado. Ele quis se aparecer pra vizinhança. Era o dia de ele morrer mesmo. Foi até um alívio para a família, disse João.
Continua depois da publicidade
O corpo de Tiririca foi enterrado no cemitério dos Machados, em Navegantes, na tarde de domingo.
O acidente
Com uma garrafa de cachaça na mão, Tiririca saiu de casa numa magrela, sem rumo, no meio da tarde de sábado. No cruzamento entre as ruas Padre Pedro Condla e Luiz Lopes Gonzaga, levou um tombaço e não conseguiu mais levantar. Havia cerca de um metro de lâmina de água, no local. O corpo foi recolhido de barco por populares às 16h30.