Um anjinho de apenas três anos morreu na madrugada de sexta-feira, na casa onde morava com a mãe Carina da Silva, 19 anos, e o padrasto, Lourival de Souza, 25, na rua Francisco de Paula Seara, no bairro São Judas, em Itajaí. Segundo laudo médico, Ellen Agatha dos Santos Silva, que já teve problemas de bronquite, faleceu por causa de uma parada cardíaca, em decorrência de água no pulmão. Levantou-se a hipótese da morte da pequerrucha ter ligação com uma atitude agressiva do padrasto, que já foi intimado pelo conselho tutelar peixeiro, por causa de uma denúncia de abuso sexual contra a garotinha. Até agora, nada disso se confirmou.
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Na manhã de sexta, durante o velório que rolou no cemitério da Fazenda, o padrasto falou que soube da morte da enteada quando estava no trabalho, por volta das 4h30. O-perador de som numa rádio, ...
Na manhã de sexta, durante o velório que rolou no cemitério da Fazenda, o padrasto falou que soube da morte da enteada quando estava no trabalho, por volta das 4h30. O-perador de som numa rádio, o cara foi avisado por um colega que Ellen passava mal em casa. A esposa tinha me ligado várias vezes, mas o celular estava no modo vibratório, e eu não ouvi. Então, ela ligou para a rádio, lembra Lourival. Quando eu cheguei, ela já estava praticamente morta, completa.
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O padrasto admite que já teve de comparecer ao conselho tutelar peixeiro por causa de uma denúncia de abuso sexual contra a menina. Ele garante, no entanto, que nunca tocou em Ellen. Isso foi coisa da vizinhança. Fizeram o exame de corpo de delito nela e nunca foi provado nada contra mim, defende-se.
Comportamento estranho
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A avó materna de Ellen disse que o genro morou durante cinco meses com Carina, sem pagar o aluguel de uma baia no bairro Cordeiros. Por conta da velhaquice, os proprietários da casa teriam ficado uma arara com Lourival e denunciado o cara pelo suposto abuso sexual contra a enteada. A denúncia ao conselho tutelar partiu deles, garante a vovó, que preferiu não revelar seu nome.
Naquela oportunidade, a neta ficou sob sua guarda por 60 dias, por determinação do conselho. Ela passou por acompanhamento médico e a mãe de Carina admite que a neta tinha um comportamento diferente diante de pessoas do sexo masculino. Ela se recusava a ser pega pelo meu marido na creche, por exemplo. Mas isso foi mudando aos poucos, depois, lembra.
Apesar da ausência de provas contra Lourival, a avó de Ellen fala que o cara não era tão bom assim com a esposa e a enteada. Esquentadi-nho, segundo a muié, ele gostava de comprar briga com todo mundo e teria chegado a processar a vovó por conta de brigaceira entre família. Na minha frente, ele nunca bateu na criança. Mas não posso dizer que confio nele, lascou a sogra.
Abuso não comprovado
A conselheira tutelar Anadir Teresinha Schneider acha difícil que a menina tenha sido abusada sexualmente pelo padrasto. Ela acompanha o caso desde maio e lembra que os exames feitos na pequena não comprovaram violência sexual. Se houve, talvez violência física ou psicológica, opina.
Em nota, o delegado Fabrício Wloch lembra que o suposto abuso sexual foi comunicado informalmente pelo conselho tutelar à polícia Civil no dia 31 de maio. Foi requisitado exame de conjunção carnal na menina, que deu negativo. Por conta disso, não foi feita ne-nhuma investigação criminal. Sobre a morte da criança, assim que vierem informações concretas e oficiais sobre o fato, averiguaremos a possibilidade de instauração de procedimento criminal, visando apurar responsabilidades criminais, diz o dotô na nota.
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