O ideal é que as prefeituras invistam mais em obras não-estruturais. Elas são mais baratas e ajudam na prevenção de desastres. Além disso, evitam que você precise fazer as obras estruturais. A frase acima é do geógrafo e oceanógrafo Marcus Polette, que diz entender a preferência do poder público pelas obras estruturais, porque nelas está envolvida a iniciativa privada e, junto a isso, o dinheiro e a visibilidade que uma construção gera aos olhos dos eleitores.
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O doutor em gestão costeira, que também é professor da Univali, acredita que os trabalhos não-estruturais como zoneamento de áreas de inundação e sistema de alerta ligado à defesa civil precisam ...
O doutor em gestão costeira, que também é professor da Univali, acredita que os trabalhos não-estruturais como zoneamento de áreas de inundação e sistema de alerta ligado à defesa civil precisam ser priorizados pelas autoridades, pois, ele afirma, é necessário que as cidades da região façam um plano diretor com mais participação da comunidade, que também precisa ser educada ambientalmente. Um plano diretor participativo seria mais eficaz nesse caso de enchente, porque as pessoas precisam ter consciência do problema para ajudar a combatê-lo, avalia.
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A educação ambiental, principalmente no vale do Itajaí, afirma Polette, deveria estar dentro dos currículos escolares, porque a região tem um histórico de problemas com as cheias e isso tem que ser debatido constantemente pela comunidade. Assim, com uma educação formal sobre os desastres, as crianças saberiam desde cedo os motivos do perrengue e o que fazer pra amenizá-los.
Outro ponto que, na visão de Polette, deve ser revisto é a mudança da secretaria de Planejamento como conhecemos hoje. Pra ele, é preciso criar o instituto de Planejamento, ao invés da secretaria e seus políticos. Seria melhor um instituto com técnicos que deixariam o trabalho mais profissional, porque com um quadro técnico competente você vai ter uma visão mais profissional e menos política, argumenta, dizendo que isso é difícil de se concretizar pela sede que muitas pessoas têm do poder.
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