O comandante do Sanya, Mike Sanderson, informou à equipe de controle da VOR que a situação estava controlada, mas que toda a tripulação tava decepcionada por ter de cair fora, mesmo que temporariamente, da disputa. A equipe de terra já tava trampando no conserto do barco, pra que o time chinês possa voltar logo pra disputa. No sábado, o Abu Dhabi que foi quem levou a melhor na regata local de Alicante há uma semana saiu do páreo depois de seis horas da largada. Entretanto, o veleiro já conseguiu um novo mastro e deve voltar logo pra competição.
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Tão vivos na disputa
Os comandantes dos dois barcos que quebraram ainda tão confiantes que podem vencer a VOR. Enquanto eles estão parados, na última atualização dos resultados da regata, o Camper (Nova Zelândia/Espanha) estava na frente, a 11522 quilômetros da Cidade do Cabo, e 8,3 quilômetros à frente do espanhol Telefónica, do brazuca João Signorini, o Joca. O americano Puma vem na terceira colocação e em quarto o francês Groupama.
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Jandir Bellini: Vamos dragar o Saco da Fazenda para abrigar os barcos dos visitantes
De Alicante
DIARINHO Prefeito, não dá um frio na barriga imaginar que, em menos de seis meses, Itajaí vai abrigar uma etapa da Volvo?
Bellini Exatamente. É uma responsabilidade muito grande, mas estamos nos preparando. Talvez nós não tenhamos toda essa infraestrutura que Alicante tem porque aqui o evento está se realizando pela terceira vez. E é um porto de partida. Então houve grandes investimentos numa infraestrutura fixa. Esse pavilhão em que nós estamos [se referia ao local da entrevista] é fixo, permanente. Mas há também a estrutura móvel, que vai para Itajaí quando acontecer o evento.
DIARINHO Qual é o nosso maior desafio?
Bellini O nosso maior desafio é montar a estrutura. Temos que montar a iluminação, a passarela da vila da regata. Vamos montar também um pavilhão, os deques de atracação, o esgoto sanitário e pluvial. O resto fica a cargo da Volvo. Vejam, por exemplo, o estande do patrocinador Puma. É todo feito em contêiner. Essa estrutura é móvel, como a do estante da própria Volvo, que irão a Itajaí em abril.
DIARINHO Há alguma preocupação específica com o atraque das embarcações em Itajaí?
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Bellini Eu conversava com o diretor técnico da equipe Telefônica, que é o brasileiro Horácio Carabelli, que me dizia da preocupação com a passagem dos navios perto dos barcos que estarão atracados em Itajaí. Mas sexta-feira eu visitei a parte interna do barco da Telefônica e caminhando ali nos deques flutuantes [se referia à vila de Alicante], eu vi que aqui balança bem mais que os barcos atracados nas margens do rio Itajaí-açu. E disse ao Horácio para não se preocupar porque não haverá marolas capazes de prejudicar a atracação dos barcos.
DIARINHO E a quantidade de barcos? Não só os seis da competição, mas as centenas de veleiros que devem atracam em Itajaí para conferir a etapa da Volvo?
Bellini Essa é uma grande preocupação. Segundo as pessoas que já participaram desses eventos, nós teremos ali um número muito grande de embarcações de argentinos, uruguaios e brasileiros, que vão querer participar da única etapa que acontecerá na América Latina. Aonde nós vamos colocar esses barcos todos? Por isso, estamos tomando providências de dragagem no Saco da Fazenda, para que haja calado adequado para receber essas embarcações. Vamos também criar poitas e fazer um zoneamento no Saco da Fazenda, de acordo com solicitações. E as marinas de Balneário Camboriú e região também serão uma opção para a atracação dos visitantes. Aqui em Alicante eu também visitei marinas vizinhas, como a de Santa Pola e Campelo, que abrigaram os barcos visitantes.
DIARINHO Itajaí não tem os mesmos atrativos que Alicante. Há algum diferencial a oferecer a quem vai pra lá?
Bellini Temos. Nossa região toda tem. Balneário Camboriú, por exemplo, com sua noite, casas de shows, música. Durante o dia, há pontos turísticos, de beleza natural em Itajaí, Navegantes, Porto Belo, Penha. Em abril do ano passado, quando a equipe da Volvo Ocean Race esteve em Itajaí para avaliar se nós tínhamos condições de sediar o evento, nós sobrevoamos toda a costa. Em Porto Belo, aquela água verde esmeralda, foi um dia lindo, muito especial. Tanto que fomos logo aprovados.
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DIARINHO- O que o senhor leva da experiência em Alicante para Itajaí?
Bellini Nós registramos tudo, inclusive os detalhes. A hospitalidade deles acho que é um ponto fundamental. Chegar num lugar e ser bem recebido é gratificante. E isso nós temos. Podemos receber bem os visitantes. Para isso é preciso preparar o comércio. Para quem chegar em nossos restaurantes e em nossas lojas encontre alguém que saiba falar bem o espanhol, o inglês, por exemplo.
DIARINHO Houve muitas críticas com o anúncio de que o governo do Estado terá que desembolsar milhões para bancar a etapa da regata. O desembolso dessa quantia vale o investimento?
Bellini O governo do estado está divulgando o turismo de toda Santa Catarina. Exibimos aqui mesmo em Alicante um vídeo sobre nosso estado para a imprensa mundial. O turismo sempre se fez assim. Tem que investir. O turismo proporciona crescimento econômico e com isso podemos investir em todas as áreas, como segurança, saúde e lazer. Vejam o exemplo de Alicante e Balneário Camboriú. Ainda que sejam cinco milhões investidos, em poucos dias, isso retorna ao nosso estado. Itajaí, o porto e o município também vão investir cerca de quatro milhões. Mas não será na estrutura do evento, mas em infraestrutura definitiva para a cidade. Depois de sediar este evento, teremos a possibilidade de receber outras exposições, feiras e competições.
Curiosidades
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Isso é Volvo Ocean Race...
O tripulante Wade Morgan, do barco Abu Dhabi aquele que teve o mastro rompido no primeiro dia de prova , se jogou no meio de ondas de três metros de altura, para agarrar a vela maior, que quase sumiu no mar quando o mastro rompeu. Apesar do susto, ninguém se feriu;
Até o fim da prova, os cerca de 70 tripulantes que ocupam os seis barcos percorrerão 39 mil milhas náuticas, ou seja, cerca de 72 mil quilômetros. Se tudo correr como o planejado, cumprirão o trajeto em 140 dias, tempo em que visitarão portos de 10 diferentes países;
Uma hora e meia de academia e mais 12 horas de navegação diária fizeram parte da rotina da tripulação dos barcos, que treinou duro para se preparar fisicamente para a prova;
Nos próximos nove meses, os navegadores terão entre três e quatro horas de sono diárias. Passarão o dia molhados, seja qual for a condição do tempo, e terão que se alimentar com comida desidratada. Os luxos a bordo serão o café, sempre liberado, e o jamon serrano, um presunto espanhol que é servido ao jantar;