A canetada foi dura pra cima de Camilo Santiago de Souza Neto (PDT), ex-chefão da coordenadoria de Trânsito (Codetran) da prefa de Itajaí. O ex-abobrão foi condenado a nove anos de cana por ter adulterado multas de trânsito quando tocava o órgão de trânsito peixeiro, em 2005, na gestão do então prefeito Volnei Morastoni (PT). Rosilene Maia, a Rosi, 47, funcionária da Codetran, também foi condenada.
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A decisão do juiz Mauro Ferrandin, da 2ª Vara Criminal de Itajaí, foi publicada oficialmente ontem. O dotô acatou boa parte das denúncias do Ministério Público Estadual e considerou que Camilo, ...
A decisão do juiz Mauro Ferrandin, da 2ª Vara Criminal de Itajaí, foi publicada oficialmente ontem. O dotô acatou boa parte das denúncias do Ministério Público Estadual e considerou que Camilo, por uma pá de vezes, inseriu dados falsos ou rasurou documentos oficiais pra tirar ou modificar o resultado de multas de gente chegada. Junto com a cana de nove anos, o dotô também determinou que o ex-chefão da Codetran pague algo próximo de R$ 16 mil em multa.
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O juiz decidiu ainda que não vai dar sursis (quando o condenado cumpre a pena em liberdade) nem qualquer outro arrego pra Camilo. Ele vai recorrer da pena em liberdade. Respeitamos a decisão judicial, mas pretendemos recorrer pra rediscutir o caso no Tribunal [de Justiça], disse ontem o advogado Manoel Roberto da Silva, que defende o ex-coordenador da Codetran. Pode-se buscar a absolvição, mas um dos objetivos é justamente a redução da pena, completou o advogado.
Também sobrou pra Rosi, a funcionária que abriu o bico depois que o caso estourou e chegou a acusar Camilo de ter feito a camanga. Pra barnabé, a pena de três anos e quatro meses de cana foi substituída por prestação de serviços comunitários. A ré agiu em obediência a superior hierárquico; não registra antecedentes, sendo primária; de sua conduta social e personalidade nada foi apurado, carcou o juiz na sentença, pra justificar o arrego.
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Rosi ainda continua nos quadros da Codetran. Ontem, não estava de plantão. O coordenador do órgão, Willian Gervasi, desconhecia o resultado da sentença. A servidora continuará no trampo até que saia o resultado final dos recursos.
Mandava funcionária inserir dados falsos no Ciasc
O escândalo estourou em meados de 2005, quando um dossiê anônimo revelando a corrupção foi entregue ao Ministério Público Estadual. Rosilene chegou a ser apontada como a autora do documento apócrifo, mas negou que tenha feito a denúncia. Em agosto daquele ano, Camilo foi afastado do órgão e não mais voltou. Pela denúncia apurada, o ex-chefão da Codetran rasurava uma das vias das multas de trânsito e mandava Rosi inserir os dados adulterados no sistema do centro de Informática e Automação de Santa Catarina (Ciasc), o órgão estadual que centraliza e controla as multas de trânsito na Santa & Bela. Com isso, Camilo conseguia retirar ou amenizar as infrações de trânsito de gente chegada ou que trocava favores por apoio político.