Já é possível reproduzir sardinha em cativeiro pra servir como isca-viva pros pescadores de atum. A novidade é mérito da Univali, em parceria com o centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (Cepsul), universidade de Santa Catarina (UFSC) e sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi). Os peixinhos foram reproduzidos em laboratório e cresceram num tanque na enseada do Itapocorói, na Penha.

A isca que mais atrai os atuns são as sardinhas. Por isso, antes de saírem à pesca do saboroso que geralmente acaba enlatado, os pescadores navegam pelas baías e enseadas atrás da isca-viva. No entanto, esse procedimento encarece o processo pesqueiro e acaba comprometendo as sardinhas que são mortas antes da época do abate. Preocupados com a captura da isca-viva, pesquisadores da Univali iniciaram em 2005 um estudo pra reproduzir os pescados em cativeiro e destiná-los aos barcos de atum.

A reprodução em cativeiro dura cerca de dois meses e pode rolar em qualquer época do ano, já que no laboratório é possível controlar a temperatura da água. O primeiro passo é pegar os peixes adultos e mantê-los em tanques com ração natural. Depois, é estimulada a desova e acompanhado o desenvolvimento dos ovinhos. Quando o ovo se torna um alevino, ou seja, um peixe-bebê, ele já pode ser levado pro mar para ganhar peso e tamanho.

O tanque da Univali fica na prainha de Itapocorói, na Penha. Nos próximos dias, oito mil sardinhas juvenis, aquelas que ainda não alcançaram maturidade reprodutiva, serão entregues aos atuneiros. “É importante destacarmos que já é possível reproduzir sardinha em cativeiro e essa é uma conquista inédita no país. Tecnicamente é viável. Agora precisamos avaliar a viabilidade econômica do projeto”, comenta Gilberto Caetano Manzoni, pesquisador responsável pela pesquisa.