Sem violência, arruaça ou vandalismo. De cara limpa, cerca de 100 pessoas compareçam ao protesto Operação Sete de Setembro, em Balneário Camboriú, no sábado à tarde. Diferentemente das manifestações acaloradas que aconteceram em diferentes pontos do país, na Maravilha do Atlântico o berreiro contra a corrupção manteve a linha durante o percurso da praça Almirante Tamandaré até a avenida Rui Barbosa, a estrada da Rainha. No alto do morro, o grupo se dispersou e um punhado seguiu o protesto pela avenida Brasil.
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Os manifestantes demoraram pra pintar na concentração, marcada pras 14h. Os primeiros a darem as caras foram os ciclistas da associação de Ciclismo de Balneário Camboriú (ACBC). Eles somavam 50 ...
Os manifestantes demoraram pra pintar na concentração, marcada pras 14h. Os primeiros a darem as caras foram os ciclistas da associação de Ciclismo de Balneário Camboriú (ACBC). Eles somavam 50 cabeças e aproveitaram pra reivindicar a tão prometida ciclovia da avenida Atlântica. Logo em seguida, quem roubou a cena foi o professor Valentim Antunes Casalli, 79 anos, mais conhecido como Gaúcho Solitário. Com um megafone nas mãos, o velhinho tomou a frente do protesto e foi seguido por jovens que, junto com os ziqueiros, formaram um grupo de 100 manifestantes.
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O esquema de segurança montado pela polícia Militar do Balneário, que reuniria 60 fardados nas ruas, nem precisou esquentar a cachola no feriado. Apenas uma baratinha seguiu na frente dos manifestantes, que ocuparam somente uma pista da beira-mar. Você aí sentado também é explorado, começaram a gritar os manifestantes logo de cara.
Vestido de preto, como a maior parte dos manifestantes, o jovem Leonardo Martins Vieira, 18, foi o responsável por convocar o povão pelo Facebook. Na rede social, mais de 1,3 mil pessoas confirmaram presença. O estudante Pedro Foresti Neto, 16, confessa que ficou decepcionado com o número de manifestantes que realmente deu as caras. Só compareceu quem realmente quer mudar o Brasil. Eu espero ver o resultado dessas nossas ações no futuro. Não dá pra ficar parado, discursa.
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Em um dos cartazes, o professor Valentim lasca o povão: O silêncio dos covardes omissos alimenta os abutres: parasitas da nação, cadê tu, povo?. Da mesma forma, o estudante Marcelo Chapira Zaltzman também acredita que, sobretudo, o problema tá no povo. O protesto não é só contra a corrupção do governo. Porque se 95% da população fosse honesta, o governo também seria. A sociedade está corrompida. A população precisa mudar sua consciência pra mudar o país, esbraveja.
Após caminharem dois quilômetros até a estrada da Rainha, a manifestação foi minguando aos poucos. Metade encerrou o berreiro por ali, enquanto meia dúzia de gatos pingados continuou o protesto pela avenida Brasil.