Depois do fim da greve dos barnabés, ainda existem muitas pendências entre a prefa e os servidores municipais de Itajaí. Uma delas foi resolvida ontem pelos vereadores peixeiros que aprovaram o projeto que estabelece o retorno do cartão-alimentação para os aposentados e pensionistas da prefa. A tchurma tava sem receber o benefício por um problema com a lei 4320/2005, que sofreu mudanças no acordo feito com o prefeito Jandir Bellini (PP), que universalizou o benefício do cartão-alimentação, no valor de 153 reales, pra todos os servidores concursados e contratados [e também para os comissionados que recebam até 2.153 reales]. Os coitadinhos dos aposentados e pensionistas da prefa acabaram ficando de fora.

O líder do governo no legislativo, Nabor Afonso Arruda (PMDB), explica que o projeto de lei aprovado ontem concede o benefício do cartão pros aposentados e pensionistas da prefa a partir de uma negociação que rolou há duas semanas, durante reunião entre o secretário municipal de Administração, Nelson Abrão, e uma comissão de servidores, acompanhados por representantes do sindicato. “A prefeitura não pode fazer nada que não esteja devidamente previsto em lei”, ressalta o peemedebista.

Elianinha Corrêa, presidente do sindicato dos servidores municipais da Amfri, conta que havia irregularidade na lei do cartão e o pagamento foi suspenso. “Chegamos num consenso, junto com procuradoria da prefeitura, que havia a necessidade de mudar a lei, de maneira que incluísse os aposentados e pensionistas”, conta a mandachuva do sindicato.

A prefeitura chegou a confeccionar o cartão para os aposentados e pensionistas, alguns até o retiraram no início do mês, mas daí veio a notícia que o benefício tava suspenso, deixando o povo puto dos cornos.

Impasses entre a prefa e os servidores continuam

Mesmo depois de negociado o fim da greve dos barnabés, bem no meio do ano, muitas reivindicações ainda estão pendentes com a administração municipal. O chefe do gabinete do prefeito, Manoel Rodrigues da Conceição, o Nelinho, acabou saindo da frente de negociações depois de um desentendimento com Elianinha. A presidente do sindicato teria aceitado a proposta inicial de aumento de sete por cento, mas, segundo Nelinho, ela voltou atrás depois de uma assembleia com os barnabés, negando que tivesse feito um acordo. “Num primeiro momento, quando as reivindicações foram feitas, eu sempre estava nas negociações, mas depois disso eu me afastei e foi indicada uma comissão da prefeitura pra tratar com os servidores”, sisplica Nelinho.

O sindicato dos servidores acredita que os impasses são normais e que, no decorrer do tempo, as reivindicações vão se reformulando. A presidente da entidade considera que a prefa tá de portas abertas pra negociar. “A única pessoa que eu estou sentindo uma dificuldade é o Nelinho, que tem uma restrição em nos atender”, carca Elianinha.

Nelinho nega que tenha qualquer restrição com relação ao sindicato e afirma que não tá participando das negociações simplesmente porque não integra a comissão permanente de negociação, que foi formada depois da greve. “Isso está a cargo da Administração, através do secretário Nelson Abrão, que tem conduzido muito bem as negociações”, afirma o abobrão.

Principais pedinchos

Hoje os servidores, divididos em diversas categorias, se queixam da falta de estrutura e falta de profissionais, bem como a falta de qualificação dos barnabés.

Das 30 reivindicações da categoria estabelecidas durante a greve, sete foram atendidas pelo prefeito. Faltaram, portanto, 23 pedinchos, com maior destaque para a definição de uma data base pra negociação, as deliberações sobre o plano de carreira e a readequação da carreira de cerca de 80 profissionais que atuam com crianças especiais na Rede Municipal de Ensino de Itajaí.