O coordenador da Codetran, William Gervasi, diz que a intenção é conscientizar os condutores através de brincadeira. Acompanhado de agentes, de PMs e até da bagrona da Segurança Pública peixeira, Susi Bellini, ele percorreu as mesas de quatro restaurantes perguntando se os clientes topavam fazer o teste pra saber se estavam aptos a dirigir. Quem topou teve que assoprar no bafômetro. Se o equipamento não apitasse, a pessoa ganhava um selo verde. Se o equipamento bipasse, um adesivo vermelho era colado na camisa. Acabou virando uma disputa na mesa. De uma forma descontraída a gente fez a conscientização, diz. Os agentes também entregaram folhetos explicando os perigos de beber e dirigir e o que pode rolar com quem for pego.
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William conta que na maioria das mesas encontrou pessoas sóbrias e aptas a pegar no volante. Não tem como a gente saber se seriam essas pessoas que conduziriam o carro, mas na blitz encontramos uma mesa com 15 professoras e metade delas não estava bebendo justamente pra poder dirigir pras amigas. Foi bacana, lembra o bagrão, que promete repetir a iniciativa.
A especialista em psicologia do trânsito, Josiely Francys Bertollo, achou a ideia supimpa. Ela explica que a conscientização de forma prática, feita individualmente, tem mais chances de dar resultado. Quando se vê na TV não tem o mesmo efeito, mas se está mais próximo, é algo mais prático. As pessoas acabam absorvendo mais e aprendendo com essa atividade, explica.
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Josiely diz que mesmo com exemplos diários de cagadas feitas por motoras bebaços e com a lei teoricamente severa, muita gente ainda não se tocou dos riscos de pegar a estrada com a cabeça cheia de cachaça. A gente vê que bastante coisa melhorou, mas poderia ser bem melhor, acredita. A especialista afirma que o cenário só vai mudar se cada um fizer a sua parte, e que as pessoas geralmente só mudam quando algum acidente rola com a própria pessoa ou um familiar. Se não partir da nossa iniciativa, de cada um colocar a mão na sua consciência, não vai funcionar, tasca.
Empresário curtiu
O dono do restaurante Bokeirão Dupera, Manoel Afonso Morgado, o Pera, conta que a blitz fez sucesso entre os clientes. Eles vinham nas mesas, pediam se o pessoal queria participar e faziam o teste do bafômetro. Todo mundo ria a brincava, conta o empresário, que aprovou a iniciativa. Ele só não quer blitz de verdade. Isso espanta cliente, alega.
Ele jura que a clientela dele e dos vizinhos é mais tranquila e não enche a cara antes de dirigir. O bagrão da Codetran também acredita que de modo geral o povão que frequenta a Beira-rio é mais comportado, mas diz que sempre tem exceções e que as fiscalizações ali não estão descartadas. Já estão programadas blitz depois das baladas, mas não vamos divulgar o local nem as datas porque a intenção é fazer de surpresa mesmo, revela.
Pra tentar aumentar a conscientização dos motoras, a Semana Nacional do Trânsito, com palestras e blitz educativas, foi prorrogada até a próxima quarta-feira.