Itajaí

Escolher a melhor rota é uma arte

O trajeto ideal de Le Havre até Itajaí depende da condição do tempo, dos ventos e até mesmo dos adversários na Transat Jacques Vabre

Direto de Le Havre - França

Por James Dadam

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Por James Dadam

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james@diarinho.com.br

As 5.400 milhas náuticas entre Le Havre e Itajaí podem ser feitas por qualquer rota. São os velejadores que escolhem o melhor caminho para chegar até o sul do Brasil. A decisão depende da estratégia da equipe, das condições meteorológicas, do vento, das correntes marítimas e até mesmo do desempenho dos adversários. Muitas vezes, o caminho mais curto não é o melhor. Por isso, os mais de 10 mil quilômetros de distância entre as duas cidades podem aumentar, dependendo da rota escolhida. Às vezes é mais vantajoso fazer um caminho mais longo com ventos mais fortes e, consequentemente, andar mais rápido, do que pegar a rota mais curta, mas sem ventos.

O campeão da categoria Class40 de 2007 da Jacques Vabre, o italiano Pietro D’Ali, do barco Fantastica, aponta que as partes mais difíceis são a saída do canal da Mancha e a região do cabo Finisterra, na Espanha, perto da fronteira com Portugal. Neste local, segundo ele, é mais fácil encontrar ventos contrários e tempestades, principalmente nesta época do ano.

Pietro diz que depois a navegação fica mais fácil, principalmente nas zonas tropicais, onde o vento é mais constante. Ainda que existam temporais e momentos difíceis por lá, ele diz que a intensidade é bem menor do que nas tempestades extratropicais. “Frequentemente as perturbações são carregadas de energia e podem desenvolver tempestades violentas em latitudes mais altas [longe da linha do Equador]. Diminuindo as latitudes, podem ocorrer momento difíceis, mas passageiros”, avalia.

O experiente velejador italiano, que já navegou várias vezes com o brasileiro Torben Grael, aponta a transição do hemisfério norte para o sul como outro ponto complicado, na chamada zona de convergência intertropical, onde os ventos dos dois hemisférios se encontram. Entre um e outro, há um intervalo de 500 a 600 milhas náuticas, onde o tempo é muito variável, passando de tempestades à calmaria de um momento ao outro. Os barcos devem levar de dois a três dias para ultrapassar esta área, caracterizada pela presença de muita umidade, nuvens e escuridão.

Depois de passar a linha do Equador e chegar à costa brasileira, ele acredita que tudo vai ficar mais tranquilo, ainda que temporais vindos do continente possam causar algum problema.

Apesar de ter já um título da Jacques Vabre, Pietro não pensa no resultado final da regata deste ano. “O barco é novo, e não o colocamos à prova por muito tempo. Temos certamente um bom barco, mas a concorrência é muito forte. Há, inclusive, dois barcos muito bons que já venceram várias vezes, por isso será muito difícil vencê-los. Mas temos todas as condições para fazer uma boa regata”, avalia.

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Quatro categorias e um destino

Não é apenas o tamanho que diferencia os quatro tipos de barco que competem nesta edição da Jacques Vabre. As categorias Class40, Multi50, Imoca e Mod70 possuem 40, 50, 60 e 70 pés de comprimento, respectivamente. Mas há outra diferença fundamental. A Class40 e a Imoca são do tipo monocasco, com quilhas na parte inferior da embarcação. São elas que garantem a estabilidade do barco. A Multi50 e a Mod70, por sua vez, são multicasco, ou seja, possuem uma parte central, comprida e estreita, onde fica a cabine, e outras duas partes laterais, sempre compridas e finas. Entre a área central e as laterais, para deixar o barco mais leve, há uma rede que serve de chão para os velejadores.

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A Mod70 tem os barcos maiores e mais largos. São os mais tecnológicos e também os mais caros. Tanto que, neste ano, apenas dois barcos participam da competição. Os barcos da Multi50 são muito parecidos com os da Mod70, mas o velejador Mayeul Riffet, 36, do barco Arkema-Région Aquitaine, explica que há diferenças. Ele diz que os barcos da Multi50 são menores, um pouco mais lentos e utilizam menos tecnologia. A filosofia da categoria, segundo conta, é ser menos tecnológico e menos veloz, para tentar estabelecer mais parcerias. “Como precisamos de menos dinheiro, temos mais barcos na regata do que a Mod70. Somos seis este ano”, conta o velejador da Multi50.

A campeã em inscrições é a Class40, com 26 participantes. Ela reúne velejadores profissionais e amadores. Os barcos têm apenas um casco e possuem, no máximo, 12,18 metros de comprimento e 4,5m de largura. Os veleiros da Imoca são um pouco maiores: o comprimento máximo deles é de 18,28m por 4,5m de largura. Nesta edição da Jacques Vabre, 10 duplas competem nessa categoria.

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