Matérias | Entrevistão


Itajaí

Fomos atrás de dicas do famoso Sr. Dinheiro

“Pobre não pode ter carro, não. É uma ilusão total”

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]


Você, que não consegue guardar um puto no bolso, tem que ler o Entrevistão de hoje


 

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Dinheiro é bom e todo o mundo gosta, mas pra não cair em armadilhas ou na tentação de comprar aquilo que não precisa, gastando o que não tem, é necessário ter cabeça e planejar bem o orçamento. Ter pouco ou muito dinheiro não importa. O principal é saber usá-lo a seu favor. Pra ensinar o povão a aproveitar melhor cada moedinha, ninguém melhor que o Sr. Dinheiro, apresentador de um quadro de economia no programa Fantástico, da Globo, também conhecido como o economista mão de vaca.

No sábado passado, 30, ele esteve em Itajaí e fez uma palestra sobre mercado imobiliário. Antes de dar preciosos conselhos pra quem deixou a preguiça de lado pra assistir o plá do sabichão, ele conversou com o DIARINHO. Ao jornalista James Dadam e à acadêmica de jornalismo da Univali e vencedora do prêmio Transat Jacques Vabre de Jornalismo Impresso, Raquel Cruz, ele traçou o panorama da situação econômica do Brasil, deu conselhos para investimentos e alertou para uma bolha imobiliária no mercado nacional. E o melhor: deu dicas pro pessoal que adora um carnê das Casas Bahia e de outras lojas, falando como quitar a dívida ganhando um descontão. Imperdível!


As fotos são de Lucas Correia.

DIARINHO - O senhor já fazia consultorias ou ensinava as pessoas antes de aparecer no Fantástico? Como surgiu o quadro e como era o Sr. Dinheiro antes e depois da televisão?


Sr. Dinheiro: Na década de 90 eu tinha uma coluna no Jornal do Brasil, durante cinco, oito anos, todos os domingos. Era um caderno de oito páginas. Chamava-se “Seu Bolso”. No final de semana, eu ligava pra editora de economia e perguntava quais eram os assuntos da semana. Ah, vai ser quanto custa o cachorro em casa, o preço do baile de debutantes e viajar nas férias. Eu digo: eu vou falar do cachorro em casa. Fazia um artigo mostrando os custos, os prós e contras. Na semana seguinte, era plano de saúde, viagens nacionais e manutenção do automóvel. Aí eu escolhia. A imprensa tem um poder que não é brincadeira. Resolvi o problema de muita gente. Dava aquelas dicas. Eu fiz muitos programas com a Leda Nagle, no Sem Censura, que passa aqui muito. Um dia, o diretor do Fantástico me viu na Leda Nagle e disse: “Quero esse cara aqui”. Aí eu fui lá e comecei. Tenho hoje 11 anos de Fantástico.

DIARINHO - O programa continua no ano que vem?

Sr. Dinheiro: O meu programa é de acordo com a pauta. Semana passada, eu fiz um bem interessante. Era sobre o caso Eike: Sr. Dinheiro dando dicas pro ex-dono do dinheiro. Ia ter três minutos. Na metade, eu dizia por que a diversificação era grande demais; a centralização do poder que teve; a situação de que só gostava de boas notícias, ninguém podia dizer as verdades; a rotatividade de diretores foi a maior que se viu na história do Brasil, sujeito entrava, dois meses depois saía com um monte de dinheiro no bolso; e ao mesmo tempo ficava lidando com sondas de petróleo de R$ 1 bilhão de dólares e com restaurante de comida chinesa e com hotel, que ele queria tornar um dos melhores do mundo, academia de ginástica, uma rede de academia, aí meteu os pés pelas mãos. Então vou falar soluções pra ele. Ele agora deve aproveitar o verão e tomar banho frio pra economizar. Dicas do Sr. Dinheiro! Ele deve vender o carro, aplica esse dinheiro e anda de ônibus. Cuidado pra não ser assaltado, porque no Rio assaltam mesmo. Conforme a dificuldade, ele compra em quatro vezes sem juros, quita no final o cartão de crédito pra não ter problema, diminui a mesada dos filhos, tira o carro do filho, pra não atropelar mais ninguém. Mas o que aconteceu. De sábado pra domingo, o Justin Bieber recebeu aquela caixotada de CDs no show dele, bateu no microfone, ficou puto, largou o show no meio. Fizeram uma reportagem sobre isso. “Qual é o assunto que tá em três minutos? É o do Eike. Tira fora!” Ganhei pelo trabalho, porque ganho por programa gravado. No ar ou não, eu ganho.

DIARINHO - No programa, o senhor descomplica a economia e a explica de forma didática, mas no dia a dia as reportagens veiculadas em jornais, revistas e até mesmo na televisão são muitas vezes complicadas e difíceis de entender. Como é que o senhor consegue explicar o que a maioria não consegue?


Sr. Dinheiro: Olha a opinião aqui, da Leda Nagle [mostra o livro]. Lê alto [pede]. “Ewald é um economista que fala português. Não tem vergonha de falar para todos com simplicidade que só os que sabem muito podem ter”. Assinado: Leda Nagle. Isso é na contracapa do meu livro. E quando o diretor do Fantástico viu, ele disse “vamos trazer ele pra cá”. E foi um sucesso. Quando tem uma chamada sexta, sábado, domingo, de um programa meu, o Ibope aumenta três, quatro pontos percentuais. De 23 vai pra 26, porque o programa é muito voltado pra classe C e D. E esse pessoal quer umas coisas mais fáceis, que mexem no bolso deles. O Brasil tá todo endividado. No Rio de Janeiro, são apreendidos 100 automóveis por dia, na Barra da Tijuca, por falta de pagamento. Já tem financeiras apreendendo carros no trânsito. “Desce. Esse carro é da tal tal, pode descer. Oficial de Justiça”. Eu já vi isso na minha frente, em engarrafamento. Agora o cara não pode nem ficar engarrafado. O cara esconde o carro, põe na casa do vizinho. Salve-se quem puder.

DIARINHO - Esse analfabetismo econômico do brasileiro, se é que podemos chamá-lo assim, de certa forma não nos torna reféns de empresas, bancos e principalmente do governo, que faz o que quer com a economia?

Sr. Dinheiro: Quando eu era pequeno, eu perguntava pro meu pai por que não resolviam o problema da seca no Nordeste, já que Israel era muito mais árido do que o Nordeste e tava com tudo em dia. Ele dizia que era por causa da indústria da seca. Quando tem eleição, os políticos prometem que vão acabar com a seca. No interior do país, é ponte. “Prometo que faço aquela ponte ali” [risos]. Hoje em dia, é a indústria da educação. Todo o mundo entra dizendo que vai fazer isso, fazer aquilo, que vai resolver a educação e não resolve. O problema da educação no Brasil é crônico. Por que a Coreia é o que é? Porque fez uma revolução na educação. Na China, o índice de aproveitamento é brutalmente grande: o que eles estudaram, o que estão estudando, o que estão ganhando é por causa da educação. E no Brasil só quem tem dinheiro que consegue pagar bons colégios. E esses é que vão continuar fazendo parte da elite, porque os pobres não têm acesso. É complicado. São dois os problemas estruturais do país: educação de qualidade, não é o analfabeto funcional, é educação mesmo. E padrão Cristovão Buarque, que é um poeta, mas pra presidente não dá. Devia ser ministro da Educação eternamente, sem poder mexer, aí dava. “Ó, 10% é teu, te vira. E vai ser igual presidente do Banco Central, não pode ser mudado. Aí ia dar certo. E o outro problema sério: planejamento familiar. Acabar com essa história de ter que botar gente no mundo... Tem que botar no mundo quem pode criar. Tem que educar, sustentar, ensinar o que é certo e errado, o que é ético, o que não é. Mas a igreja! Um dia eu estava discutindo com um desses crentes. “Ah, porque tem que ocupar, o Brasil tem 8,5 milhões de metros quadrados, tem que ter gente pra ocupar, daqui a pouco vão tomar a Amazônia”. Eu falei: vem cá. Quer ver um país maior do que o Brasil e que tem uma população muito menor, 15%, e é muito mais desenvolvido que o país e não tá preocupado com isso? “Não tem, vai falar que é a Rússia?” Não, Canadá. Tem 20 milhões de habitantes [na verdade cerca de 34 milhões]. O resto é urso. [risos]. Então tem que mudar a filosofia. Primeiro tem que dar uma estrutura, pra depois o sujeito ocupar.


DIARINHO - Somos um dos países com as maiores taxas de juros e maior carga tributária. Quanto isso pesa no orçamento da gente? O problema são os impostos ou a má aplicação do dinheiro público?

Sr. Dinheiro: Não precisava nem ter a segunda pergunta. É a má aplicação do recurso público. Me contaram aqui que tem funcionários auxiliares de serviço administrativo que, por terem ficado assessor de diretoria, diretor, caíram, voltaram, ganham mais de R$ 20 mil, mais do que o prefeito. Nenhum país aguenta uma coisa dessas. Agora, felizmente, acho que foi a Dilma que bloqueou: iam criar 413 municípios no país. O que ia ter: mais prefeito, mais vereadores, mais fórum, mais juiz, mais não sei o quê. Muito complicado. Agora, eu acho que aqui, em Santa Catarina, tem municípios em que os vereadores não ganham nada, um desses alemães aí. Eu já vi isso na televisão. Vereadores não ganham nada, prefeito trabalha com um pró-labore mixuruquinha. É aqui, em Santa Catarina, e é alemão. Alemão tem umas coisas assim. Por isso que está sustentando a Europa. Tem umas ideias malucas, mas...

DIARINHO - Sobre essa questão dos impostos, algumas reportagens e vídeos na internet tentaram mostrar que não são apenas os impostos que levam os preços lá em cima, mas que também existiria um fator de quanto o brasileiro estaria disposto a pagar pelo produto, e que o brasileiro adora pagar mais, porque dá status. É isso mesmo?

Sr. Dinheiro: Isso é o ovo e a galinha. Acho que porque é assim, eles pagam; se não fosse assim, não pagavam. Agora, você vai comprar um carro mil, pelado, nu, vai dizer: poxa, tá disposto a comprar o outro, tem ar condicionado, tudo, é porque o outro é nu e não tem nada. Você vai comprar a quatro, cinco vezes o preço do carro no Japão, na Coreia, nos Estados Unidos, um custo brutal, as coisas não estão certas, não podem estar certas. É o menor PIB da América Latina, é o menor dos emergentes. Tudo engarrafado, ninguém trabalha, fica estressado. Tá torto tudo, torto, torto, torto. Agora o lobby da indústria automobilística, né? Vou eu falar que carro a juro zero não existe. Não passa. Não vai, não existe. Então eu dou 50% de entrada, que já é uma enrolação, precisavam dizer isso no anúncio: “com metade de entrada”. E agora, você quer o quê? Cadastro? Quanto é o cadastro? R$ 800? Vocês são uns incompetentes, uns sem-vergonhas. Alguém tá levando grana aqui. Porque eu vou lá no Bradesco, no Itaú, o meu cheque especial, com cadastro anual, custa R$ 79. Você acha que o seu cadastro é melhor do que o dos bancos? É porque você está levando grana. Vai me cobrar R$ 800? Sacanagem. E a taxa de abertura de crédito? O contrato você não paga nada de juros, mas você tem que registrar o contrato. Isso aí são R$ 700. E eu, sozinho, vou e registro por R$ 35. Pode botar isso na televisão? Não pode. Tudo mentira. Você já viu quando passam essas informações, ficam 50 letrinhas pequenas igual bula de remédio. Pra que aquilo? Um dia vai chegar alguém e esculhambar com aquilo, porque é ridículo. São cinco segundos de televisão, que custam uma barbaridade, pra colocar aquela palhaçada. É de a gente ficar com vergonha. Beba com moderação tá certo e é grande, você lê. [Mas beba com moderação tem o áudio...] Você lê, é grande. Dá pra ler.

DIARINHO - Ainda falando sobre carros, o senhor disse numa entrevista que comprar carro só valeria a pena pra quem rodasse mais do que 60 km por dia em São Paulo. Aqui, na nossa realidade, quando é que valeria a pena comprá-lo e de que forma?

Sr. Dinheiro: Hoje já são 70, na média, todos os dias. Num mês, 2100 quilômetros. Eu tô falando de São Paulo, Rio, Salvador, cidades grandes em que você tem problemas de estacionamento, muita multa e multa de má-fé. Dirigindo com uma mão só. Como quer que passe a marcha? Aí tem seguro, a franquia do seguro. E uma coisa que ninguém pensa. Você compra um carro hoje, e três anos depois é a metade do preço. Você jogou fora metade do valor do carro. Um carro de R$ 60 mil, três anos depois, vale R$ 30 mil. Você pega R$ 30 mil, divide por três anos, dá R$ 10 mil por ano. Divide por 12 meses. Quanto tá em depreciação diária? Você não nota. “Ah, mas o meu carro não andou, tem 10 mil quilômetros”. Mas o pneu tá ressecado, o óleo você tem que trocar de ano em ano porque senão vai corroer. Então, é outra história. Tá com 10 mil agora, eu ando 50 e tá um carro igual aos outros. O que adiantou pagar mais caro? Esse é o cálculo que é feito levando em consideração tudo isso. Se eu compro um carro de R$ 60 mil e ponho R$ 60 mil na poupança, eu ganho quanto por mês? R$ 300. Tem que colocar isso na conta também. Então, você faz essa conta e dá tranquilo isso. E qual é a alternativa? Vai de táxi. Se for uma viagem, num fim de semana, vale a pena ir de carro. Mas tem que ter dinheiro pra isso. Pobre não pode ter carro, não. É uma ilusão total.

DIARINHO - O Brasil também é o país do jeitinho. Na sexta-feira aconteceu a Black Friday, que nos EUA é uma verdadeira promoção, com tudo pela metade do preço. Aqui ela já de apelidada de Black Fraude, porque muitas empresas aumentavam os valores dos produtos dias antes, para vender pelo mesmo preço. Por que o Brasil consegue avacalhar com tudo?

Sr. Dinheiro: Cultura. Eu tenho uma explicação técnica para o que existe de fato nas lojas que fazem isso com seriedade. Porque tem uma meia dúzia que faz. Entramos no último dia do mês, quando todos os empregados ganharam o 13º. Você faz uma historinha: eu sou dono de uma loja, compro uma televisão por R$ 250. Pago impostos, e meu custo é R$ 300, e o preço dela é R$ 600. Mas esses R$ 300 meus eu tô pagando em 60 dias. Eu vendo ela por R$ 400, ganho uma merrequinha, ou vendo até por R$ 300, mas recebo o dinheiro vivo, na hora, e pago os empregados. É uma maneira de levantar capital de giro pra pagar os empregados. É uma inteligência empresarial pra quem tá fazendo isso com seriedade. Mas o brasileiro tá ficando esperto. Em grandes cidades, há 15 supermercados. Tem o Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart. As grandes capitais têm. Qualquer um deles, o Walmart, o Pão de Açúcar e Carrefour, o Extra, eles cobrem o preço dos concorrentes. Então, entro em todos, inclusive nos pequenos supermercados de periferia, que às vezes vendem mais barato porque não pagam imposto, pego o encarte, levo lá, faço as compras todas e compro mais barato num lugar só. Dá trabalho? Dá. Ganhar dinheiro sem trabalhar, só em Brasília.

DIARINHO - Um dos grandes sonhos do brasileiro é ter a casa própria e se livrar do aluguel. Aqui, na região, os valores dos imóveis variam muito de cidade para cidade e o aluguel também costuma ser salgado. Por aqui existe uma ideia de que investir em imóveis é sempre uma boa, porque eles sempre valorizam. Isso é mito ou verdade?

Sr. Dinheiro: É o [sonho] das mulheres brasileiras. O dos homens é o automóvel. Isso pode ser uma verdade. Mudando um pouco de termo, não é investir em imóveis. Pouca gente no Brasil investe em imóveis, porque esses últimos tempos são de fantasia. Balneário é uma coisa que, no dia em que explodir, tu vais ver o que vai acontecer. O normal no Brasil nunca foi investir em imóveis. Quem sempre comprou imóvel foi a colônia judaica, o que significa que é um investimento sem risco, desde que comprado em situações normais. Nos últimos cinco anos, foi tudo anormal. Tá tudo fora do preço, tudo fantasioso e irracional. Agora que voltou a taxa de juros de 10 dígitos, o bicho vai pegar. Já tá pegando. O preço das ações das empresas construtoras, todo o mundo sabe que o mercado de bolsa antecipa tudo. Há dois anos que as ações das construtoras tão caindo. Caindo muito. Não chega igual ao Eike. Por quê? Porque o custo de produção ficou acima do poder aquisitivo, e as construtoras pagaram preços irreais brigando umas com as outras por terrenos. Os preços aqui ficaram limitados pelo financiamento barato da Caixa Econômica. Se ela aumentasse o preço, ia igual. Então vai ter um bom tempo em que botar dinheiro em imóvel é bobagem. Ainda vão perder os que compraram. Vou dar um exemplo clássico. Eu parei numa rua, em frente a um lançamento imobiliário, dois anos atrás. Um prédio pequeno, daqueles de luxo, talvez uns 12 apartamentos, de seis andares, dois por andar, Leblon [RJ]. Aí, o corretor veio: “O senhor veio ver o nosso empreendimento?”. Eu falei: “Não, eu não tenho dinheiro pra comprar no Leblon”. “Ah, mas olha os preços de hoje”. Eu disse: “Tá caríssimo, rapaz. Daqui a pouco vai despencar tudo”. Ele: “Vai nada”. “Vocês, pra vender, vão ralar”. “Ontem nós vendemos quatro imóveis”. “Pra quem vocês venderam?”. “Pra dois investidores. Jogadores de futebol”. Peguei o que eu precisava. Jogador de futebol? Compra por dois [milhões], daqui a pouco quer vender por três. Por dois não consegue, um milhão e 500 não consegue, depois: “Pô, pega essa porcaria por um milhão”. Jogador de futebol é um exemplo bom. Então, essa é a situação. Dois meses atrás, o prêmio Nobel de Economia foi pra três economistas. Um deles esteve no Brasil em agosto e disse: “Os sintomas do mercado aqui indicam uma bolha imobiliária a curto prazo”. [A curto, quando?] Uns seis meses, um ano. Só não foi estourada porque o efeito maior vai acontecer. Tem um livro americano, “A Bíblia das crises financeiras”, que diz que toda a crise financeira no mundo sempre começou com a crise imobiliária, com as pirâmides. Nós temos uma pirâmide aqui. Não é igual à americana, mas é parecida. O feirão da Caixa, você acha que é o quê? Onde é que estão esses imóveis? Imóvel que não foi vendido, imóvel que foi tomado. Os preços artificiais. [Você falou que em Balneário Camboriú vai acontecer alguma coisa. O que vai acontecer?] Primeiro, pela altura dos imóveis, eu acho que vão se suicidar lá. Se algum pegar fogo, nunca vai ter um bombeiro que vai apagar o incêndio, reparou? Eles ficam apavorados com uma coisa dessas. Quando eu comprei o meu apartamento, a primeira coisa que eu perguntei foi: “O que é que tem na frente?”. “Qual é a torre do lado?”. Eu quero andar pelado dentro de casa, se eu puder. Se eu for exibicionista também é ótimo. Oitenta vendo eu transar. É uma barbaridade, tudo um colado no outro. E não é uma coisa da cidade, são pessoas de fora que provocaram isso.

DIARINHO - A sua palestra hoje é justamente sobre o mercado imobiliário. O que o senhor vai falar para a plateia?

Sr. Dinheiro: Mais ou menos o que eu tô falando pra você. É uma situação no país que precisa de atenção. Achar que investir em imóvel é uma fantasia, principalmente nos dias de hoje, principalmente imóvel comercial. Pode ter exceção. Loja de shopping. Quem disse que é ruim shopping? Lá no Rio, um shopping muito grande, no Recreio dos Bandeirantes, depois de cinco anos, um amigo meu com uma loja de passagens e de câmbio recebeu uma oferta pra ficar lá, de graça, por cinco anos, pagando só condomínio. Você vai num shopping qualquer, hoje, tem um percentual muito mais vago do que antes, de loja que fechou. O que fecha de negócio hoje em dia é muita coisa. E uma coisa que é fundamental dizer pras pessoas, para as mulheres, é o seguinte: se você compra um imóvel na planta, precisa ter uma confiança total que ele vai ser entregue, e você tá morando de aluguel, enquanto isso. Você é obrigado a pegar um pedacinho da sua renda e pagar as prestações até ficar pronto. Por isso que, quando você compra, compra por R$ 100 mil, e quando ele tá pronto, vale R$ 130 mil. Você tem dois anos e meio de aluguel que está pagando e, quando você entra, deixa de pagar aluguel. E quando você entra, o imóvel está pronto e existe. Então, a decisão de comprar na planta é fundamental nessas duas situações. É saber quem vai construir e que você tem dinheiro pra pagar, até você se lançar no financiamento de fato, parando de pagar aluguel.

Imóvel que não está pronto e que não está regularizado, na tua mão, faz com que ele, pronto, valha mais. Então você, escolhendo um imóvel hoje, com preço bom e você confiando na construtora, você vai poder realizar seu sonho de mulher. Agora, sempre para casa própria. Pra investir é um patamar cinco vezes maior. Precisa ter cabeça, assessoria, advogado, dinheiro sobrando. E eu recomendo. Se você tiver dinheiro, divide. Cinco partes. Vinte por cento pra imóveis, além da casa própria, 20% pro fundo de investimento, 20% em poupança, 20% em bolsa e 20% em dólar, se você quiser fugir do Brasil.

Você sabe qual é o segredo para a compra do imóvel, como a casa própria? É você ter uma condição econômica em que o financiamento tenha juros menores do que o aluguel. Porque no Brasil sempre o aluguel foi mais barato que os juros da Caixa. E ainda é, a não ser o “Minha Casa, Minha Vida”. Senão, é muito melhor você alugar, tomar como inquilina, do que como proprietária. E qual a diferença? Depois de nove anos você compra ele à vista, ou em 25 anos, e você não pagou juros. Esse financiamento inventado pelo governo [Dilma Rousseff], ele é uma sacanagem com o pobre. R$ 100 mil, num juro efetivo, porque sempre tem embromação, sempre tem carnê, seguro, aí sobem os juros. Em 35 anos dá R$ 538 a prestação. Trinta e cinco anos, 420 meses. Pra 300 meses, 30 anos, é mais R$ 20. Por mais R$ 50, você passa pra 25 anos, quer dizer, R$ 50 economizam 10 anos de vida aprisionada a um financiamento. Isso tem que ser explicado. Eles têm que arranjar uma fórmula dentro do “Minha Casa, Minha Vida” que permitisse uma condição em que ele, pagando R$ 50 a mais, diminuísse 10 anos. Autorizar 35 [anos] é uma sacanagem.

DIARINHO - Mais e mais pessoas estão conseguindo cursar uma faculdade. Diferentemente da cultura norte-americana, na qual as pessoas fazem uma poupança desde a infância para pagar a universidade, aqui ainda não é muito comum. Apesar do aumento de investimentos nas universidades públicas, a maioria dos brasileiros sai da escola pública para fazer universidade paga. Qual a melhor opção para quem precisa pagar a faculdade? Esses financiamentos do governo são uma boa ou há algo melhor?

Sr. Dinheiro: Olha, o Fies [programa de Financiamento Estudantil] é sempre uma boa. Agora, as pessoas precisam ter educação e civilização pra saber que vão ter o ensino financiado numa taxa que é uma merreca, a menor que existe, e que têm a obrigação de pagar depois. Mas o problema não está aí. O problema está que, no ensino privado, poucos têm, efetivamente, uma qualidade necessária. Por quê? Se você for colocar a qualidade do ensino superior dentro do que o país precisa, esses alunos não têm o preparo para atender a esses cursos. Preparo educacional. Fizeram o ensino fundamental vagabundo e o médio tão vagabundo quanto, porque o ensino público é muito ruinzinho. Tem exceções, mas as exceções têm que fazer vestibular. Eu tenho conhecidos que nos bons colégios públicos do Rio de Janeiro tiveram que se preparar em cursinho pra poder entrar. E é natural, porque todo o mundo quer. E quem é que tem que entrar? Os mais capazes. Eu acho que toda a universidade pública devia ser paga. Toda. Você prova que a sua família não consegue pagar e você consegue bolsa: 100%, 80%. Metade vai ser fraude, porque os políticos todos vão botar os filhos lá de graça. Mas a outra metade vai funcionar. E os que podem, pagam. Eu fiz a PUC [Pontifícia Universidade Católica] do Rio que é paga, cara, muitos anos atrás. Engenharia. Consegui 50% de bolsa porque eu era atleta. Campeão de judô, campeão de natação. Aí eu disse pro meu pai: “Pai, para de reclamar. Tá vendo, agora eu tenho 50% de bolsa”. Eu levei o maior esporro. “Pode devolver”. “Mas o pai vive reclamando”. “Eu reclamo porque você tem que dar valor pelo que é pago, pelo teu estudo e responder à altura. Depois que entrou pra faculdade, virou um vagabundo. É isso que você tem que fazer. Não é o valor, é você dar o retorno pro que foi investido. Você tem coragem, tendo automóvel, de pedir uma bolsa? Quanta gente precisando? Vai lá devolver”. Eu, morrendo de vergonha, fui lá devolver a bolsa. Mas era a educação que eu tinha, né? Então, se toda a universidade fosse paga, mesmo aqueles que pagam iam ajudar os que precisam. E fazia uma coisa séria. Um comitê com empresas privadas, 10,12 pessoas analisando pra não ter fraude. E aí pagava quem podia. Porque se você vai numa UFRJ [universidade Federal do Rio de Janeiro], tem lá Volvo, BMW, Mercedes, Tucson. Agora inventaram as cotas. Não adianta inventar as cotas. As cotas deviam ser pra todo o mundo que precisasse, só isso. As cotas acabam diminuindo o padrão do ensino.

DIARINHO - As aposentadorias do INSS pagam, para a maioria dos brasileiros, uma mixaria. Depois, há sempre a preocupação de que o sistema de pensão do Brasil um dia vá pras cucuias. Para quem está começando na vida, que opções podem ajudar a conquistar uma aposentadoria digna? E pra quem já está lá no final, ainda dá tempo de fazer algo? Os planos de aposentadoria complementar, da iniciativa privada, valem a pena ou é melhor aplicar o dinheiro numa poupança ou em algo parecido?

Sr. Dinheiro: O sistema de aposentadoria complementar vale a pena se você colocar dinheiro em bancos sérios e grandes, que não corram risco. Porque ele é uma maneira compulsória, quase. A gente precisa de trilhos. Você põe aquilo no teu orçamento e recebe o salariozinho de estagiária, e a primeira coisa que você faz, vai lá e paga, e acaba poupando. Então, você poupando, você tem no futuro. Não pode botar no banco Pan-americano, que vai quebrar. Bota no Banco do Brasil, na Caixa, no Bradesco, no Itaú, no HSBC. Tem que ter instrução e auxílio de um amigo que entenda pra negociar, senão o banco te cobra mais do que vai dar de rendimento. Agora, o melhor negócio que existe, por incrível que pareça, é o INSS. Eu ganho o teto. Paguei pelo teto. Pra eu ganhar o teto hoje aplicado, agora melhorou um pouco, mas eu preciso de R$ 800 mil. E no ano que vem o INSS aumenta 5%, mas os meus 800 não aumentam. Eu, pra conseguir a mesma coisa que eu ganhava com os 800, tenho que comer um bocadinho do principal. Aí o meu dinheiro não é 800, é R$ 799.300. E acaba. E o INSS não acaba nunca, não vai quebrar nunca. Uma das coisas fundamentais que a gente tinha que quebrar lanças pra fazer é não deixar cair o fator previdenciário. O fator previdenciário é muito sério, muito real. “Ah, mas eu tô há 35 anos trabalhando”. Problema é teu. Você tá com 55 anos, rapaz, acha que é justo você parar? “Ah, porque eu comecei cedo”. Porque quis. Eu comecei com 28 anos porque pude, meu pai pagou a faculdade e eu estudei. Você quis ganhar dinheiro mais cedo. E você disse pro seu pai, “ah, porque isso não adianta nada”. Problema teu. Você trabalha desde os 15, está em situação física pior que a minha? Não, tá igual. Então continua trabalhando, se aposenta por idade, vai se aposentar pelo teto do salário do INSS e vai ter todas as vantagens que eu tenho. Fator previdenciário é algo muito justo. Aposentado não tem que ganhar produtividade. Não produz, por que é que vai ganhar por produtividade? “Ah, eu quero ganhar mais”. Trabalha. Vai tomar conta de automóvel, vai lavar carro, vai fazer uma assessoria imobiliária, vai ser corretor, vai trabalhar. Eu nem penso em parar de trabalhar nunca. Tem sacanagens que eu não entendo. A minha empregada, coitadinha, tem 63 anos, já sofreu uma barbaridade. Não tem dente nenhum porque levava porrada do marido. Uma tristeza. Inteligente. Se tivesse tido estudo, seria um Joaquim Barbosa. Espertíssima. Capta tudo. Mal escreve, lê muito bem, mas não teve a chance. Teve um montão de filhos, depois os filhos engravidaram todos. E não consegue INSS. Diz que só vai poder se aposentar quando tiver com 71 anos. Eu disse: vai lá, bota a boca no mundo, chama a imprensa e diz: “Eu, com 63 anos, não consigo me aposentar”. José Genuíno [deputado do PT] quer ser aposentado antes de perder [o mandato] pra ganhar os R$ 27 mil por mês na cadeia. Mas é a realidade. Todo o brasileiro é assim. Todo o mundo fazendo falcatrua. O Jader Barbalho roubou 43 milhões de dólares pra fazer um ranário que nunca existiu e é senador. Quem paga o salário dele? Você. Por isso que o dinheiro não dá.

DIARINHO - O senhor disse uma vez que a melhor forma de poupar é pagar o dízimo para nós mesmos. É essa ainda a fórmula ideal? O que as pessoas podem fazer para economizar dinheiro e conquistar o que desejam? Quais as dicas para alguém guardar dinheiro e vencer na vida?

Sr. Dinheiro: Você comprou um fogão em 24 meses a 3% ao mês nas Casas Bahia. Aí você ganhou o 13º. Você vai botar na poupança, ganhar 0,5% ao mês. Vai botar no Tesouro direto, vai ganhar 0,8% no mês. Se você pagar antecipado as Casas Bahias, se você comprou a 3%, você está aplicando seu dinheiro a 3%. Você não pagar é ganhar. É verdade. Tira da poupança, e a lei obriga a calcular quanto vale hoje a tua dívida; chama-se valor atual. Olha só que interessante. Uma geladeira, de R$ 2.250. Vou botar 3,5% de juros. Em 12 vezes, a prestação dá R$ 232. Você pagou cinco. Faltam sete. Eu devo ainda R$ 1.423. A 3%, você paga à vista. Se você multiplicar isso por sete, o valor seria R$ 1.629,80. Você aplicou o seu dinheiro a 3%. O melhor negócio que existe é pagar essa dívida, que não tem dívida que é mais barata que a aplicação. “Ah, mas as Casas Bahia não dão desconto se pagar à vista”. Ah, mas não dá mesmo. Aí, você compra, no dia seguinte vai no escritório das Casas Bahia e diz: “Eu quero liquidar à vista”. “Ah, mas o senhor comprou sem juros”. “Eu comprei sem juros a sua Philips, mas a sua TV Samsung tá com juros de 3%. Então os teus juros são de 3%, e eu quero 3% desconto na compra à vista. Pode tirar”. É a lei. Ele fazem. Fazem pra não encher o saco. Também é só um pentelho que sabe disso, os outros 99 não sabem.

DIARINHO – Além de pagar as dívidas e poupar, que dicas o senhor dá pra quem quer economizar dinheiro?

Sr. Dinheiro: Compre o meu livro e cumpra a dieta. Toda a dieta é boa. Se seguir, dá certo.

DIARINHO - O senhor é conhecido como Sr. Dinheiro. Como surgiu esse codinome?

Luís Carlos Ewald (Sr. Dinheiro): Depois de eu fazer uma meia dúzia de programas do Fantástico, eles criaram a logomarca. Tinha programa que a Glória Maria e o Pedro Bial diziam assim: “o economista do dinheiro”, “o economista mão de vaca”. Aí ficou o Sr. Dinheiro. O meu critério é o da sustentabilidade, que é economia de insumos, não ter desperdício, só isso.

RAIO X

Nome: Luís Carlos Ewald

Naturalidade: Rio de Janeiro (RJ)

Idade: 72 anos

Estado civil: viúvo

Filhos: quatro

Formação: engenheiro e economista, pós-graduado em mercado de capitais

Trajetória profissional: foi executivo e consultor financeiro de várias empresas, inclusive operando na Bolsa de Valores. Professor dos cursos especiais da escola de pós-graduação em economia da fundação Getúlio Vargas (RJ) desde 1970, na área de finanças empresariais e do departamento de economia da PUC-Rio, onde lecionou matemática financeira aplicada por 25 anos. Tornou-se especialista em economia doméstica e manteve, na década de 90, uma coluna semanal no Jornal do Brasil. Ficou conhecido como Sr. Dinheiro, ao apresentar um quadro sobre economia popular no programa Fantástico, da rede Globo

Vinte por cento pra imóveis, além da casa própria, 20% pro fundo de investimento, 20% em poupança, 20% em bolsa e 20% em dólar, se você quiser fugir do Brasil

Dois meses atrás, o prêmio Nobel de Economia foi pra três economistas. Um deles teve no Brasil em agosto e disse: “Os sintomas do mercado aqui indicam uma bolha imobiliária a curto

prazo

Você compra um carro hoje e três anos depois é a metade do preço. Você jogou fora metade do valor do carro




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