O povão tá com mais dinheiro no bolso. Mas quem diz que vai se animar em aumentar os gastos pro Natal? Pesquisa da Boa Vista, empresa responsável pelo serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aponta que desta vez o Papai Noel vai ter o orçamento muito mais controlado que nos anos anteriores. As vendas do comércio vão fechar numa média de 3,5% em relação a 2012. Para o Natal, esperamos um percentual de crescimento próximo de 2%, 3%, no máximo, abaixo dos 4% do ano passado, estima o economia Flávio Califre, 43 anos, um dos sabichões da Boa Vista que participou da fuçada.
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A pesquisa, diz o economista, tem dados interessantes inclusive pro sul do Brasil. Por aqui está o maior percentual de consumidores que disse que pretende gastar menos dinheiro com presentes neste ...
A pesquisa, diz o economista, tem dados interessantes inclusive pro sul do Brasil. Por aqui está o maior percentual de consumidores que disse que pretende gastar menos dinheiro com presentes neste ano: 82% dos catarinenses, gaúchos e paranócas ouvidos. A região sul também é a segunda do Brasil (com 76%) onde os consumidores vão comprar menos presentes. A região sul é historicamente mais cautelosa, e isso não só com as compras, mas também com as dívidas que faz e com a inadimplência. Isto reflete nas compras de Natal, acredita Flávio.
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Mas o que chamou mesmo a atenção dos sabichões da Boa Vista foi a aparente contradição entre o fato de a maioria dos consumidores afirmarem que estão em boas condições financeiras e a postura conservadora nas compras de Natal. A economia melhorou a situação das pessoas, mas elas estão vendo que no ano que vem isso não vai se repetir, por isso a postura de comprar menos e gastar menos, explica o economista.
Ao DIARINHO, Flávio também disse ter ficado impressionado com o percentual de consumidores que vão usar o 13º não pra torrar em compras, mas sim pra quitar dívidas, limpar o nome sujo na praça ou até mesmo guardar. Foram 57% dos entrevistados que declararam que pretendem quitar as dívidas pendentes ou em atraso e 67% que poupariam se pudessem. A ideia tem que ser essa mesmo, não ter dívidas e, se as tiver, tem que pagar. O 13º serve muito para isso, observa o economista.
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Outro dado interessante e que tem a ver diretamente com o povão é que os consumidores das classe B (64% deles) e C (58%), que são a maioria da população, é que afirma estar com a vida financeira melhor do que o ano passado. Pode-se dizer que essas classes perceberam mais as mudanças econômicas nos últimos anos. Só para a classe C, por exemplo, houve uma migração de 40 milhões de novos consumidores, e isto é um número muito grande, analisa Flávio.